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Estado de Minas

Eleições no Equador: Rafael Correa e a crônica de uma vitória anunciada


postado em 15/02/2013 17:31

A eleição presidencial do Equador se apresenta como a crônica de uma vitória anunciada do presidente socialista Rafael Correa, apoiado por sua "revolução cidadã", através da conseguiu um recorde de permanência no poder e liderança internacional.

Favorito em todas as pesquisas de intenção de voto, este carismático economista de 49 anos, filho de uma família modesta do porto de Guayaquil (sudoeste) e com estudos em universidades dos Estados Unidos e da Europa, parece encaminhar-se para um claro triunfo no primeiro turno de domingo, que requer a metade mais um dos votos ou 40% com uma vantagem de 10% sobre seu rival mais próximo.

"Sua vitória aparece mais que garantida, a única incerteza reside na amplitude de sua vantagem", declarou à AFP Marco Romero, cientista político da Universidade Andina.

No auge de sua popularidade graças aos programas sociais que desenvolveu com fundos provenientes do petróleo, Correa conseguiu restituir a estabilidade deste país de 15 milhões de habitantes, que viu passar oito chefes de Estado de 1996 até sua chegada à presidência em 2007.

Adversário do neoliberalismo e crítico dos meios de comunicação e aos setores financeiros, Correa pede aos equatorianos um último mandato de quatro anos, pois a Constituição impede que ele aspire a um terceiro mandato de governo.

Como desafio mais difícil de superar, Correa buscará no domingo, dia em que também são realizadas eleições parlamentares, obter para seu partido Aliança País a maioria absoluta no Congresso.

"Não é o projeto de um homem, é uma revolução cidadã. Temos que tornar irreversível esta revolução. Estamos com os excluídos, com os pobres", afirmou Correa na noite de quinta-feira, durante um ato de fim de campanha eleitoral, em um populoso bairro do sul de Quito.

María Peralta, uma vendedora ambulante de 42 anos, reproduz suas palavras. "Ele tem que ganhar. Ele é o único que fez muitas coisas boas para os pobres. Antes ninguém se preocupava", afirmou à AFP.

Após alterar os contratos com as multinacionais petrolíferas e depois de renegociar a dívida externa equatoriana, Correa se mostra orgulhoso pelos índices de redução da pobreza, que afeta atualmente um quinto da população.

Uma vitória por ampla margem de votos lhe dará "legitimidade e capacidade para realizar políticas públicas que hoje em dia são conflituosas", comentou à AFP Santiago Basabe, cientista político da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso).

Os opositores de Correa o acusam de espantar os investimentos estrangeiros e criticam seus laços com Cuba e com a Venezuela de Hugo Chávez. E apesar de expressões verbais grosseiras, o dirigente equatoriano adotou uma linha mais pragmática.

"Com sua reeleição pode haver maior ativismo, mas ele não conta com os recursos para uma liderança regional", apontou Romero.

Uma oposição fragmentada

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Correa não deve temer uma oposição tão fragmentada que concorre nestas eleições com sete candidatos presidenciais. O banqueiro Guillermo Lasso, um político conservador que denuncia o "autoritarismo" de Correa, aparece como seu principal rival, mas conta apenas com 10% das intenções de voto.

Os demais aspirantes, entre eles o ex-presidente nacionalista Lucio Gutiérrez e o homem mais rico do Equador, Alvaro Noboa, também não conseguiram decolar nas pesquisas.

Dessa forma, se conseguir alcançar a bancada que deseja no Congresso, Correa deverá realizar, em um novo mandato, o projeto que mais dá importância neste momento: o desenvolvimento da mineração em grande escala, que tem como opositores as comunidades indígenas.

Também deve continuar com sua luta para regular a imprensa, um setor que ele tem enfrentado duramente e que acusa de ter apoiado uma rebelião policial contrária a ele em 2010.

O dirigente entrou ainda com ações judiciais contra jornais e jornalistas a quem considera opositores e seu objetivo agora é aprovar uma nova lei que regule a imprensa.

Correa, no entanto, se define como um defensor da liberdade de expressão e, para demonstrar isso, concedeu asilo no ano passado a Julian Assange, o fundador do portal Wikileaks que publicou milhares de documentos secretos do Pentágono e do departamento de Estado dos Estados Unidos.


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