Desde a recaída no estado de saúde no presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em fevereiro, têm crescido os rumores sobre sua participação nas eleições de outubro. O líder bolivariano nunca designou sucessores e o discurso oficial do governo é o de que Chávez estará na disputa. Apesar disso, o vice Elías Jaua, o chanceler Nicolás Maduro e o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, despontam como candidatos.
“A ausência de Chávez desataria um conflito cujas consequências ainda não somos capazes de prever. As dificuldades internas do PSUV são evidentes”, disse ao Estado o analista Omar Noria, da Universidade Simón Bolívar. “Uma série de conflitos controlados até então pelo presidente e as tensões se tornariam visíveis. A doença de Chávez e a incerteza que ela traz impedem que essas tensões se tornem muito claras.”
Jaua e Maduro foram designados candidatos nas eleições estaduais de dezembro, respectivamente, em Miranda e Carabobo. Cabello ocupa a presidência do PSUV. Nos meios políticos venezuelanos, especulou-se que Maduro poderia desistir da disputa para tornar-se vice de Chávez, mas o partido rejeitou essa possibilidade. “Mais moderado, o chanceler tem ganhado, já há algum tempo, força política no governo”, disse uma fonte diplomática à reportagem.