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Estado de Minas

Número de desalojados por tremor na Itália chega a 5.000, réplicas continuam


postado em 21/05/2012 19:04

Dezenas de réplicas do terremoto de domingo que sacudiu o noroeste da Itália, foram registradas na região durante todo o dia, causando pânico entre os cerca de 5 mil desalojados que se preparam para passar a segunda noite fora de casa.

As réplicas, cerca de cem, foram sentidas, sobretudo, nas regiões de Mirandola, San Felicia e Finale Emilia, a 36 quilômetros ao norte de Bolonha, onde se situava o epicentro do primeiro tremor.

Uma delas alcançou uma magnitude de 4,1 graus após o primeiro tremor de 6 graus que sacudiu a região na madrugada de domingo (02h04 GMT, 23h00 de Brasília) e que deixou seis mortos nessa zona industrial densamente povoada.

O número de desalojados aumentou de 3.000 para 5.000, instalados em várias estruturas locais, informou o prefeito de Ferrara, Luigi Mauriello.

De acordo com os serviços de emergência, dezenas de pessoas também ficaram feridas após o terremoto e várias casas e monumentos históricos ficaram em ruínas.

Temendo novos desabamentos de construções, centenas de italianos passarão a noite desta segunda-feira em seus carros enquanto outros dormirão em abrigos temporários nos quais as autoridades locais instalaram camas, mesas e cadeiras.

O primeiro-ministro Mario Monti, que antecipou seu retorno à Itália proveniente dos Estados Unidos, onde participava de uma cúpula da Otan, chegará à noite à região e espera-se que na terça-feira seja declarado estado de emergência.

O tremor ocorre pouco mais de três anos depois de outro terremoto de magnitude 6,3 que atingiu em março de 2009 a cidade de l'Aquila, deixando 300 mortos e dezenas de milhares de pessoas desabrigadas.

A noite é o momento mais difícil, sobretudo porque de domingo para segunda foram sentidas 24 réplicas na área, quatro delas com uma magnitude de, pelo menos, 3 graus.

Quatro dos mortos no primeiro tremor eram trabalhadores do turno da noite cujas fábricas desabaram. Dois deles morreram quando estavam trabalhando e o teto de uma fábrica de cerâmicas caiu na cidade de Sant'Agostino.

Nessa cidade foram instalados acampamentos improvisados e um ginásio foi preparado para receber os atingidos.

"Podemos abrigar cerca de 500 pessoas. Muitas delas têm medo e não querem voltar a suas casas, apesar de não terem sido danificadas", explicou à AFP Sebastiano Lucchi, da Proteção Civil.

"Acredito que vou ficar muito tempo aqui. Até que as réplicas parem, não volto para casa", admitiu Maria, uma idosa de olhos azuis.

O serviço de proteção civil levou centenas de idosos e pessoas vulneráveis para abrigos improvisados na localidade de Finale Emilia, epicentro do tremor.

"Segundo as primeiras informações, os danos causados ao patrimônio cultural são significativos", disse o ministro da Cultura após o sismo, que também foi sentido nas cidades de Bolonha, Ferrara, Verona e Mantua.

A região da Emilia-Romagna é uma das mais industrializadas da Itália e abriga tesouros artísticos e arquitetônicos. O centro histórico de Ferrara está na lista do patrimônio mundial da Unesco.

O teto de uma capela do século VI na cidade de San Carlo, cuja restauração levou oito anos, desabou e deixou expostas as estátuas de anjos que estavam dentro do local.

"Mil anos de história desapareceram", disse desconsolado o prefeito de Finale Emilia, Fernando Ferioli.

O terremoto também provocou o desabamento de um armazém onde estavam guardados queijos de denominação Parmesão e Grana Padano de um valor estimado em mais de 250 milhões de euros, indicou uma autoridade local.

Os produtores deram início a uma corrida contra o relógio para tentar salvar os famosos queijos.


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