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Estado de Minas

Hollande e Sarkozy cortejam eleitores da extrema-direita na França


postado em 23/04/2012 19:37

O candidato socialista François Hollande, vencedor do primeiro turno da eleição presidencial francesa e o atual presidente, Nicolas Sarkozy, dirigiram-se nesta segunda-feira diretamente aos eleitores da extrema-direita, que serão decisivos no segundo turno do dia 6 de maio, após o resultado histórico de sua candidata.

De acordo com os resultados oficiais definitivos, François Hollande obteve domingo 28,63% dos votos, seguido de Nicolas Sarkozy, com 27,18% e de Marine Le Pen, da Frente Nacional (FN), com 17,9%. A abstenção ficou em 20,53%.

Nesta segunda-feira, as primeiras declarações dos dois candidatos foram direcionadas aos eleitores da candidata da Frente Nacional.

A força da ultradireita no país que representa a segunda economia da zona do euro, além de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, foi motivo de inquietações na Europa. A chanceler alemã, Angela Merkel, disse através de seu porta-voz que o bom resultado de Le Pen, que defende a saída do euro, é "preocupante".

As bolsas europeias desabaram, em parte com a possibilidade de eleição de Hollande, de quem os mercados temem uma política menos favorável ao liberalismo econômico e às receitas de austeridade de Merkel contra a crise.

Esse fator, somado a problemas políticos na Holanda, afundou as praças europeias: Frankfurt perdeu 3,36%; Madri, 2,76%; Paris, 2,83%; Londres, 1,85%, e Milão 3,83%.

No primeiro comício depois da votação, Sarkozy adotou um tom conciliador, nesta segunda-feira, com os eleitores de Marine Le Pen, afirmando que "os ouviu". "Nossa forma de resposta será com compromissos precisos", disse o presidente.

Retomando os ataques de Marine Le Pen contra a globalização, Sarkozy considerou que os franceses "não querem que lhes seja retirado seu modo de vida". "Queremos uma Europa que nos proteja, não uma Europa que nos machuque", afirmou.

Também anunciou a realização de "grande manifestação no dia 1º de maio" sobre o "verdadeiro trabalho".

A manifestação coincidirá com os desfiles sindicais do Dia dos Trabalhadores e com a tradicional passeata da ultradireita francesa em Paris.

Em entrevista ao canal público France 2, na noite desta segunda-feira, Marine Le Pen negou-se a dar uma indicação de voto, afirmando que vai se explicar no desfile de 1 de maio.

Ela declarou que "já não acredita na sinceridade de Nicolas Sarkozy" e que tanto ele quanto Hollande "seguem a mesma linha".

Pesquisas realizadas na noite de domingo indicam que cerca de dois terços dos eleitores de Le Pen estão dispostos a votar em Sarkozy, que precisaria, no entanto, de uma "transferência de 80%", segundo o analista Pascal Perrineau.

A Frente Nacional quer capitalizar seu sucesso tendo como alvo as eleições legislativas de 10 e 17 de junho. "A batalha na França só começou" e "nada será como antes", ressaltou domingo à noite Marine Le Pen.

François Hollande, favorito para o segundo turno, já obteve o apoio do candidato da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon (11,1%) e da ecologista Eva Joly (2,31%).

O socialista fez comício nesta segunda-feira em Quimper (Bretanha, noroeste), onde também acenou para os eleitores da Frente Nacional.

"Há eleitores que escolheram esta votação para expressar seu rancor. São estes que eu quero ouvir", disse Hollande. "Temos de convencer os franceses que expressaram mensagens", acrescentou.

Os dois finalistas devem cortejar igualmente os eleitores do centrista François Bayrou (9,13%), que, em 2007, quando chegou em terceiro lugar, negou-se a escolher entre a esquerda e a direita.

Bayrou disse que desta vez poderá se pronunciar, em função das respostas de Sarkozy e de Hollande aos problemas nacionais, embora vários partidários tenham deixado claro que vão optar pelo socialista.

Para o segundo turno, as pesquisas BVA e Ipsos apontam 53 a 54% das intenções de votos para Hollande.

Mas o candidato socialista continua a ser cauteloso sobre o resultado da eleição. "Estamos confiantes, mas são os franceses que escolhem o seu destino", disse, na esperança de dar à França o seu primeiro presidente de esquerda em 17 anos.

O PS quer recuperar o voto das classes populares, decepcionadas com a esquerda dos anos 1980, e parte da extrema-direita.

Os dois candidatos ao segundo turno das eleições presidenciais francesas devem falar separadamente na televisão durante esta semana.


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