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Estado de Minas

Carlos, o Chacal, afirma que é "um revolucionário de profissão"


postado em 07/11/2011 13:40

"Eu sou um revolucionário de profissão", assim se apresentou Ilich Ramirez Sanchez, conhecido como "Carlos, o Chacal", nesta segunda-feira diante do Tribunal Criminal Especial de Paris, onde é julgado por quatro atentados que, há 30 anos, deixaram 11 mortos e 150 feridos na França.

Barrigudo, calvo e com barba branca, o réu, mais parecido com um aposentado do que com um perigoso revolucionário, mostrou-se à vontade no recinto do tribunal, como se estivesse conduzindo um show.

Grato pelo apoio demonstrado pelas pessoas no fundo do salão, Carlos, 62 anos, os saudou com o punho da revolução discretamente erguido e, com um leve sorriso, parecia ser o dono da situação.

Desde o primeiro minuto, os seus dois advogados Isabelle Coutant Peyre - sua esposa - e Francis Vuillemin denunciaram "o julgamento injusto" e ameaçaram abandonar o local.

Decidido a levar a audiência até o fim, o juiz Olivier Leurent imediatamente forçou os dois a ficarem.

Coutant Peyre questionou o julgamento de seu cliente por um tribunal penal composto apenas por juízes e sem jurados. Em sua opinião, esse tratamento é "discriminatório".

Ilich Ramirez Sanchez reivindicou, em uma entrevista publicada domingo por um jornal venezuelano, a autoria de mais de 100 ataques que mataram entre "1.500 e 2.000 pessoas".

Segundo seu biógrafo francês, Bernard Violet, Carlos "exagera nas cifras das vítimas que seus atos deixaram". "É surrealista. Ele exagera as cifras e não dá provas", afirmou o autor de "Carlos", publicada em 1996. "Trata-se de uma provocação para chamar a atenção dos meios de comunicação", enfatizou.

Preso no Sudão em agosto de 1994, não saiu mais das prisões francesas. Carlos já foi condenado à prisão perpétua em 1997 pela morte de três homens, entre eles dois policiais, em 1975 na França.

O militante marxista e defensor da causa palestina é acusado de orquestrar quatro atentados com o objetivo de libertar sua companheira alemã Magdalena Kopp e o suíço Bruno Bréguet, dois membros do grupo, presos em fevereiro de 1982 com armas e explosivos.

Uma carta enviada ao ministro do Interior exigia a libertação "em um prazo de 30 dias", ultimato regado de "ameaças de guerra" contra a França. As impressões digitais de Carlos foram identificadas no documento, prova rejeitada pela defesa porque desapareceu do arquivo.

Um mês depois da carta, no dia 29 de março de 1982, uma explosão em um trem Paris-Toulouse matou 5 pessoas e deixou 28 feridos.

No dia 22 de abril, quando seria iniciado o julgamento de Kopp e Bréguet, um carro-bomba explodiu na frente da sede da revista Al Watan Al Arabi, na rua Marbeuf. O ataque matou um transeunte e deixou 66 feridos.

Os dois outros atentados do dia 31 de dezembro de 1983, um na estação de trem Saint-Charles em Marselha (2 mortos e 33 feridos) e o outro contra um TGV Marselha-Paris (3 mortos e 12 feridos) aconteceram quando os "dois camaradas" recebiam a condenação de quatro e cinco anos de prisão.

Três outros membros do grupo serão julgados a revelia: Johannes Weinrich, braço direito de Carlos, foi preso na Alemanha, mas Berlim se recusa a enviá-lo para a justiça francesa. Christa Frohlich está foragida na Alemanha, enquanto que o palestino Ali Kamal Al Issawi ainda é procurado.


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