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Estado de Minas

Rebeldes líbios tomam o aeroporto de Misrata


postado em 11/05/2011 14:51

Rebeldes patrulham rua próxima ao aeroporto de Misrata nesta quarta-feira(foto: AFP PHOTO/RICARDO GARCIA VILANOVA )
Rebeldes patrulham rua próxima ao aeroporto de Misrata nesta quarta-feira (foto: AFP PHOTO/RICARDO GARCIA VILANOVA )

Os rebeldes líbios tomaram o aeroporto de Misrata nesta quarta-feira, após violentos combates travados com as forças de Muamar Kadafi, obtendo uma importante vitória no conflito contra o regime, que já dura quase três meses.

Os rebeldes tomaram controle total do aeroporto de Misrata, terceira maior cidade do país, situada 200 km a leste de Trípoli e atacada pelas forças leais ao governo há mais de dois meses, constatou um correspondente da AFP.

As forças leais a Kadafi abandonaram os tanques, que os rebeldes incendiaram em seguida, e nas ruas da cidade centenas de pessoas comemoravam a tomada do aeroporto.

Os obuses de morteiro das tropas do governo já deixaram 13 feridos entre os rebeldes, segundo um correspondente da AFP, que também viu os cadáveres de três combatentes pró-Kadafi perto do local dos conflitos.

A oeste da cidade sitiada, os rebeldes avançavam nesta quarta-feira em direção a Dafnia, na estrada costeira que conduz a Zliten e, posteriormente, a Trípoli.

"Tomamos o controle total do aeroporto de Misrata e repelimos as forças de Kadafi a cerca de 15 km do aeroporto", declarou à AFP Abdel Busin, porta-voz do Conselho Nacional de Transição, o órgão político dos rebeldes.

A tomada do aeroporto pode facilitar a evacuação de moradores ou de estrangeiros residentes em Misrata, assim como a entrega de ajuda humanitária, que até agora chega pelo mar. O porto segue nas mãos dos rebeldes, embora tenha sido bombardeado por diversas vezes.

Em Trípoli, vários mísseis caíram durante a tarde no leste da cidade, sobrevoada por vários aviões, segundo uma testemunha. Por enquanto não são conhecidos os objetivos dos ataques.

A Otan assumiu no fim de março o comando das operações militares da coalizão internacional (iniciadas em 19 de março). Em dois meses, foram executados mais de 2.300 ataques sob mandato da ONU para impedir a investida das forças leais a Kadhafi contra os civis.

Itália e França

O regime líbio acusa a Aliança Atlântica de tentar por várias vezes matar o coronel Kadafi, em especial durante um ataque aéreo em que morreram um de seus filhos, Saif al-Arab, e três de seus netos. Mas a Otan afirmou na terça-feira que não tem indivíduos como alvo.

No entanto, o ministro italiano de Defesa, Ignazio La Russa, afirmou em entrevista publicada nesta quarta-feira no jornal Il Messaggero que todo bombardeio sobre um alvo militar em que estivesse o coronel Muamar Kadhafi seria justificado.

O líder líbio tem "até o final de maio para encontrar um acordo" com a comunidade internacional e se exilar, antes que o Tribunal Penal Internacional (TPI) emita uma ordem de prisão, acrescentou o ministro italiano das Relações Exteriores, Franco Frattini.

A Itália, que ao lado da França foi um dos poucos países que reconheceu a CNT como representante legítimo do povo líbio, uniu-se ao final de abril à aliança contra o regime de Kadhafi.

Em Estrasburgo, a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, anunciou que a UE vai abrir um escritório em Benghazi, bastião dos rebeldes no leste da Líbia, para "avançar na questão da ajuda" e "apoiar a sociedade civil e a oposição representada pelo Conselho Nacional de Transição (CNT)".

O anúncio foi feito no momento em que o líder do CNT, Mahmud Jibril, se encontra em visita a Washington para reuniões com autoridades americanas.

Em Genebra, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu o cessar-fogo imediato dos combates "em Misrata e em outros locais" da Líbia, clamando pela continuidade do diálogo político.

Este pedido foi feito por Ban ao primeiro-ministro líbio Baghdadi Mahmudi em uma conversa por telefone na terça-feira à noite.

Segundo Ban Ki-moon, Mahmudi "aceitou receber meu enviado, o senhor Jatib, a quem pedi que viaje a Trípoli o quanto antes".

Desde o início da insurgência, em 15 de fevereiro, a violência já deixou milhares de vítimas, segundo o promotor do Tribunal Penal Internacional, e obrigado quase 750 mil pessoas a fugir, segundo a ONU.


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