Jornal Estado de Minas

BOLSAS ATRASADAS

Greve: estagiários do Museu de História Natural da UFMG cruzam os braços


Os estagiários bolsistas do Museu de História Natural e Jardim Botânico (MHNJB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) iniciaram um movimento grevista nessa quinta-feira (15/12). O grupo composto por 21 estudantes reivindica o pagamento das bolsas de R$ 400 por parte da Pró-Reitoria de Extensão (Proex).





O atraso nos repasses se dá por conta da suspensão dos pagamentos do Ministério da Educação (MEC) pelo governo Jair Bolsonaro (PL), no início de dezembro. A medida afetou diversas unidades da pasta, principalmente a rede federal de ensino superior.

De acordo com o bolsista Kaito Rocha, estudante de Ciências Sociais na federal, o valor da bolsa que já é baixo, com o corte prejudica até a mobilidade dos alunos. “Realmente fica muito complicado para a gente ir trabalhar sem esse auxílio. Até conversamos com a diretora do museu, que pediu para que a gente continuasse trabalhando, mas não é possível”, afirmou.

Nessa quinta-feira (15/12) o museu retomou as visitas ao Presépio do Pipiripau, uma das principais atrações do espaço, tombado como patrimônio cultural. Os bolsistas educadores, que atuam no setor educacional, possuem uma atuação direta com as visitas ao presépio e não marcaram presença na reinauguração.




Represálias e orientações

Por não trabalharem em regime de CLT, Kaito relata que existe um receio de represálias como a perda da bolsa, mas a situação dos cortes é insustentável. “Quando nos reunimos uma bolsista até falou em salário, mas a diretora corrigiu para ‘bolsa’ e que não trabalhamos em CLT. Então a gente tem esse receio do desligamento do museu”, comentou.

Por outro lado, os bolsistas entendem que essa mobilização é importante para garantir o mínimo dos seus direitos e esperam uma reunião com o Diretório Central dos Estudantes (DCE) para conversarem sobre a situação. 

Recursos foram liberados

A UFMG informou na tarde desta sexta-feira (16/12) que as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) tiveram os recursos financeiros liberados para o pagamento de bolsas e contratos de serviços terceirizados que estavam atrasados. No entanto, a situação orçamentária ainda é delicada.





“É uma notícia que alivia, mas a situação está longe de ser resolvida. Vivemos dias de grande aflição com bolsistas e profissionais terceirizados sem receber seu pagamento o que nos obrigou, por exemplo, a subsidiar a alimentação de estudantes de pós-graduação da Capes e de bolsistas dos nossos programas de graduação e extensão”, diz a reitora Sandra Goulart em nota.

Em comunicado enviado aos bolsistas, o Proex destacou que após as articulações e negociações da reitoria, o recurso foi liberado e já foi executada a ordem de pagamento das bolsas de extensão, referentes ao mês de novembro. 

Até segunda-feira (19/12) o valor já estará disponível aos bolsistas. Com o pagamento realizado, os estudantes que atuam no MHNJB irão retomar seus postos de trabalho.

*Estagiário sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira