Jornal Estado de Minas

ESTADO DE GREVE

Professores da rede privada de BH podem entrar em greve amanhã (1°/6)

Os professores da rede privada de ensino de Belo Horizonte e Região vão fazer uma nova paralisação nesta quarta-feira (1°/6). A assembleia marcada para às 10h, no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, pode terminar com a decretação de uma greve definitiva, caso a negociação com as escolas particulares não avance.





 

 


Professores e representantes das escolas particulares estão em negociação desde 1º de abril, conforme o Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro). Na assembleia realizada na semana passada, a categoria se reuniu com o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinepe-MG) para negociar as pautas do movimento. Ao final da reunião, os docentes decretaram estado de greve.

Sem acordo 


Um novo encontro entre as partes estava marcado para esta terça-feira (31/5), porém, a presidente do Sinpro, Valéria Morato, disse que as negociações não avançaram.

“Não teve nenhuma proposta. Um total desrespeito.” Diante da falta de acordo, Valéria diz que a greve pode ser determinada amanhã. 

“A paralisação de amanhã é com indicativo de greve. O que vamos apresentar para a categoria é o desrespeito e a falta de consideração do patronal para com os professores e professoras que já estão indignados. A categoria vai se mobilizar na certeza de que precisa cruzar os braços porque não dá para ficar da forma que está.”





A principal reivindicação dos professores é por um reajuste salarial de 19,7%, com acréscimo de 5% de ganho real, além das perdas inflacionárias calculadas pela categoria. Já as escolas oferecem 5% de reajuste para profissionais do ensino básico e 4% para os de ensino superior, segundo o Sinpro.

A presidente do Sinpro afirma que o Sinepe está desconsiderando o trabalho da categoria e não quer negociar a pauta. “Eles continuam se recusando a discutir a nossa pauta de reivindicação, não apresenta nenhuma proposta e novidade desde a última assembleia. Continua propondo a retirada de direitos e a não recomposição salarial dos professores. 

Em entrevista ao Estado de Minas na tarde de ontem, o porta-voz do Sinepe-MG, Paulo Leite, afirmou que a entidade está aberta à negociação e disponível ao entendimento para chegar a um acordo.

“Já tivemos momentos, no passado, em que a distinção de interesses era mais ampla e conseguimos chegar no lugar comum, para atender as demandas tanto das instituições particulares de ensino quanto dos profissionais que trabalham em nossas instituições.”





Leite ressalta ainda que o funcionamento das escolas será normal na quarta-feira. “Não dá mais para prejudicar o andamento do ensino que foi muito prejudicado na pandemia. Este é um processo de maturação que envolve a compreensão de ambas as partes para as limitações que existem para que possamos nos adequar”.

“Somos geradores de empregos importantes e responsáveis por uma representatividade expressiva de empregabilidade no mercado de trabalho, não só quanto aos docentes, mas profissionais administrativos e todo o entorno impactado pela nossa ação”. 

Acusações de assédio moral


Antes da assembleia da semana passada, professores relataram casos de assédio moral por parte das escolas. Elas estariam exigindo que os funcionários assinassem documentos para informar se participariam ou não da paralisação.