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Estado de Minas SEM NEGOCIAÇÕES

Greve no metrô de BH completa uma semana e não há previsão de fim

Metroviários estão de braços cruzados desde segunda-feira (21). Durante o período, não houve nenhum contato entre a categoria e o governo federal


28/03/2022 15:26 - atualizado 28/03/2022 18:53

Estação central do Metrô de Belo Horizonte com portões fechados e passageiros do lado de fora.
Quem precisa usar o metrô em BH encontra as estações fechadas durante os horários de pico (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
A greve dos metroviários de Belo Horizonte completa uma semana nesta segunda-feira (28) em um cenário sem avanços na negociação entre trabalhadores e governo federal. A categoria mantém o movimento por tempo indeterminado e reclama da falta de canais de diálogo com o Ministério da Economia, que conduz o processo de privatização do metrô na capital mineira.

De acordo com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), estatal que gerencia as atividades do Metrô de BH, cerca de 70 mil pessoas são afetadas em dias úteis pela falta do transporte. Desde a última segunda-feira (21), os metroviários estão operando apenas das 10h às 17h, fora dos horários de pico, portanto.

Segundo o Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), a paralisação manteve uma adesão de mais de 95% dos trabalhadores ao longo da primeira semana. Uma reunião da direção sindical marcada para o fim da tarde desta segunda-feira decidirá se a categoria fará novas manifestações e assembleias ao longo da semana. Por enquanto, não há nada programado.

Os metroviários pedem que a estabilidade dos cargos seja mantida após a privatização ou que eles sejam realocados em outras unidades da CBTU pelo país quando o transporte for concedido à iniciativa privada. O governo federal ofereceu a manutenção dos postos de trabalho por 12 meses, o que a categoria considera insuficiente.

O diretor de imprensa e comunicação do Sindimetro-MG, Pablo Henrique de Azevedo, disse à reportagem que o sindicato tentou dialogar com o Ministério da Economia, mas não teve sucesso. Não houve nenhum contato entre as partes ao longo dos 8 dias de greve.

“Nossa última conversa com o governo federal foi através da AGU (Advocacia Geral da União), que marcou uma reunião com um membro da CPPI (Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos) no dia 14 de março. Ali foi sinalizado que não haveria negociação”, explica Azevedo.

Procurado pela reportagem, o Ministério da Economia informou que não se manifestará sobre a greve dos metroviários em Belo Horizonte.
 
Em nota, a CBTU critica o horário de funcionamento reduzido escolhido pelos trabalhadores por não atender a maioria dos usuários do metrô. A companhia diz estar estudando medidas judiciais para garantir a continuidade do serviço de transporte sobre trilhos em BH.

Privatização

O Sindimetro reconhece que a paralisação da categoria traz desconforto e transtorno para os moradores de BH e Região Metropolitana que dependem do metrô como transporte, mas avalia que a greve busca evitar problemas futuros acarretados pela privatização.

“A estabilidade do serviço público é importante. Eu sou técnico em manutenção, se eu ver um problema em um trem, ele não vai sair. Isso é um ganho para a segurança do passageiro. É só ver o maior acidente da história dos metrôs no Brasil, foi em uma linha privatizada”, afirmou Pablo Henrique, se referindo a um acidente que matou 9 pessoas e feriu mais de 100 passageiros na estação Perus do metrô de São Paulo em 2000.

Para o diretor do Sindimetro, o processo de privatização não alivia os cofres públicos, porque as empresas de transporte pedem subsídios aos governos para viabilizar a operação.

“Isso é uma questão conhecida. No mundo todo é assim, é só ver o que aconteceu no metrô de Londres, que precisou ser reestatizado. A mesma coisa em Nova Iorque, que é o coração do mercado capitalista e tem o transporte público estatal”, conclui.


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