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Estado de Minas INCENTIVO À ECONOMIA

Servidores de Frei Gaspar podem 'adiantar' salário com cartão de crédito

Prefeitura diz que esquema não é um empréstimo, mas sim uma forma de ajudar servidores que precisam de dinheiro


04/08/2021 18:57 - atualizado 04/08/2021 19:03

Prefeitura espera
Prefeitura espera "ajudar" comércio com mais dinheiro circulando (foto: Prefeitura de Frei Gaspar/Divulgação)

Para tentar dar um "apoio" ao comércio local além dos dias seguintes ao recebimento dos salários, a prefeitura de Frei Gaspar, cidade de 5 mil habitantes no Vale do Mucuri, criou uma espécie de "adiantamento" para os servidores públicos.
 
Por meio de um cartão vinculado ao crachá, é possível ter acesso a até 30% do salário a partir do dia 13 de cada mês.
 
O prefeito Edson Alves (PT) explicou ao Estado de Minas que a ideia surgiu após conversas entre os trabalhadores. Muitos que tinham gastos não previstos no mês acabavam usando cartão de crédito convencional como forma de pagamento.
 
"Então, fizemos um cartão junto ao crachá de cada servidor, com o apoio de uma operadora da região, para permitir que até 30% dos salários sejam usados de forma adiantada", disse.

Cartão vem junto com crachá do servidor público(foto: Prefeitura de Frei Gaspar/Divulgação)
Cartão vem junto com crachá do servidor público (foto: Prefeitura de Frei Gaspar/Divulgação)

O chefe do Executivo da cidade garante que não há nenhum ônus aos cofres públicos, nem mesmo aos servidores, já que o valor é descontado na folha de pagamento seguinte, sem cobrança de juros ou qualquer tarifa.
 
A única regra é que o cartão só é aceito no comércio do município (bares, restaurantes, farmácias e supermercados). A empresa administradora do cartão bloqueia qualquer transação que seja realizada fora de Frei Gaspar. Isso é possível ao rastreamento do CNPJ no momento em que o cartão é passado.
 
A prefeitura estima que até R$ 210 mil sejam movimentados todo mês (a folha de pagamento custa R$ 700 mil mensais). O valor pode não parecer muito alto, mas, para Alves, é um pontapé para que o comércio fique mais movimentado, além dos dias de pagamento e sirva de "fomento", ainda mais em tempos de crise econômica provocada pelo coronavírus.
 
"Se a gente analisar, às vezes parece que Frei Gaspar é um bairro de Teófilo Otoni, porque os funcionários recebem e vão para a cidade vizinha gastar. Com esse plano, a gente pretende fazer com que o dinheiro fique e circule aqui", completa.

Risco da "bola de neve"

Apesar da prefeitura garantir que não há juros envolvidos, o consultor financeiro Jorge Bizarro faz um alerta: é preciso tomar cuidado com os adiantamentos salariais, para que eles não se tornem uma montanha de dívidas.
 
"Do ponto de vista de endividamento, se o funcionário já estiver com uma conta atrasada o problema só tende a piorar. Agora, para comprar algo emergencial? Eu com um cartão na mão, quem vai avaliar se é emergencial ou não?", questiona e orienta.
 
 

 


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