Jornal Estado de Minas

FLEXIBILIZAÇÃO

Entidades do comércio de BH se dividem sobre reabertura de restaurantes

Diversos representantes dos setores do comércio de Belo Horizonte se posicionaram sobre a reabertura dos restaurantes, anunciada na tarde desta quinta-feira (20) pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD). Para eles, o programa de reabertura não atende a 100% do que o setor espera, mas pelo menos ajuda na recuperação gradual dos estabelecimentos, que ficaram fechados por cinco meses.




 
 
Segundo Kalil, a reabertura do setor servirá para atender a outros trabalhadores que estão em serviço: "Estamos fazendo isso porque o comerciário não vai ficar comendo em fundo de loja. Estamos abrindo para atender os comerciários que estão saindo para trabalhar".

O protocolo vai começar a valer a partir de segunda-feira. Os restaurantes só poderão funcionar de 11h às 15h, de segunda a sexta-feira. Nos formatos de drive-thru, os serviços não terão restrições. Vários empresários questionaram as medidas anunciadas por Kalil

Na visão de Paulo César Pedrosa, presidente do Sindicato dos Restaurantes, bares e similares de Minas Gerais (Sindibares), todo o comércio tem de fazer sua parte para que BH não volte à estaca zero. Nesse sentido, ele faz apelo para que os estabelecimentos cumpram as determinações: "Anteontem, estivemos com Kalil. O prefeito estava bravo demais. Preocupação nossa era que os comerciantes estavam sem lugar para almoçar. Lembrando que as lanchonetes podem funcionar no horário maior. A gente alerta o setor para não desobedecer, se não vai prejudicar todo mundo".





Já o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, criticou as medidas adotadas pelo município. Segundo ele, o prefeito demonstra, novamente, desrespeito e desumanidade com os milhares de empreendedores e trabalhadores deste setor e com a sociedade belo-horizontina. “Belo Horizonte é a única capital brasileira que não retomou com as atividades de bares e restaurantes. A forma como a questão está sendo tratada é rasa, sem transparência. Não somos os vilões e não aceitaremos ser bode expiatório da crise. Essa concessão de abrir na hora do almoço não resolve a questão, é como colocar um esparadrapo numa hemorragia”.

Por sua vez, Nadim Donato, presidente do Sindilojas, entende que 2020 será crucial para que várias empresas se mantenham de pé: "O mais importante é não fechar. Vamos vagarosamente abrindo. Esse ano é para o comércio sobreviver".

Os bares seguirão fechados até os índices de transmissão do coronavírus na capital estiverem com números melhores. 

audima