Jornal Estado de Minas

DESCONFINAMENTO

Primeiro dia de reabertura do comércio em BH tem ônibus cheios e ruas movimentadas

Metrôs estavam mais vazios do que os ônibus (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D. A. Press)
A primeira fase da retomada da atividade comercial em Belo Horizonte em meio à pandemia do novo coronavírus intensificou a circulação na cidade. Prova disso são os pontos de ônibus e as estações de metrô mais cheias, além do trânsito mais carregado. A partir desta segunda-feira (25), diversos estabelecimentos podem ser reabertos, após mais de 60 dias de trabalho limitado a atividades internas ou de forma remota.



A reportagem do Estado de Minas passou o início desta manhã nas redondezas da Praça da Estação, na Região Central da capital mineira. O que se viu foram ônibus e pontos de embarque cheios. O trânsito na Avenida do Contorno era intenso.

A estação central do trem metropolitano, porém, apresentou movimentação menor comparada com às dos ônibus. Pontos de grande circulação de pessoas, como a própria Praça da Estação e a Praça Sete, apresentavam grande movimento de pedestres.
 
Felipe Alves aprovou a retomada da atividade comercial em BH (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D. A. Press)
Luan Vieira, de 24 anos, atua no marketing de um supermercado e vai voltar ao seu escritório pela primeira vez desde a pandemia. Ele contou como se sentiu ao andar de transporte público com uma quantidade maior de pessoas e reparar as ruas com um movimento mais próximo do normal novamente. 


 
"O metrô foi bem tranquilo, mas no ônibus eu escolho bem antes de entrar. E, mesmo assim, fico passando álcool em gel quando entro, pois está mais cheio. Eu estava trabalhando em casa desde março, e vamos ver como as pessoas vão lidar com isso. Não sei se reabriu no momento certo, ainda vejo muita gente usando máscara errado, sem tomar algumas medidas, mas vamos ver", contou à reportagem 
 
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Outro trabalhador que retomou as atividades foi Felipe Alves, de 27 anos. Ele é vendedor em uma loja de doces no Centro de BH e se mostrou esperançoso. "Na nossa empresa, eles demitiram e recontrataram todos. Hoje é a primeira vez que vou trabalhar desde março, quando começou isso. É muito bom, acho que estava na hora. Vim de Santa Luzia, e o ônibus de lá para cá não estava tão cheio, encheu mais quando chegamos aqui. Todo mundo tem que se cuidar". 

Ressalta-se que pontos de ônibus, estações de embarque e desembarque do metrô e demais regiões de aglomeração era acentuado mesmo com o comércio limitado a serviços essenciais. O decreto de quarentena não foi suficiente para evitar a lotação dos ônibus.

Luan Vieira aguardava o ônibus longe das demais pessoas no ponto (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D. A. Press)
Nesta primeira etapa da retomada, com duração prevista de duas semanas, poderão abrir as portas estabelecimentos que, na avaliação dos especialistas, têm menor potencial de gerar aumento significativo na circulação de pessoas na cidade. Os horários de funcionamento foram estabelecidos previamente, com o objetivo de diminuir aglomerações no transporte público.



Se os índices de propagação da doença se mantiverem estáveis, a prefeitura pretende dar prosseguimento à reabertura nas próximas semanas. As fases subsequentes, porém, só serão executadas se houver recomendação do comitê de especialistas formado pelo poder público. O grupo avaliará, diariamente, indicadores epidemiológicos e de infraestrutura do sistema de saúde de BH. Não estão descartados o recuo no processo e um novo fechamento das atividades não essenciais caso a curva de contaminação e óbitos por COVID-19 na cidade continue subindo.