Jornal Estado de Minas

'AVALIAÇÃO COMPLETA'

Kalil não veta cloroquina, mas diz não ter previsão da liberação em BH

O uso da hidroxicloroquina e da cloroquina em pacientes com casos mais leves de novo coronavírus foi um dos assuntos abordados pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), na entrevista desta segunda-feira. O chefe do Executivo municipal não se opôs ao uso do remédio, mas afirma que ele só será liberado na cidade depois de avaliação completa dos médicos que compõem o Comitê Municipal de Enfrentamento do Coronavírus na capital.





 

 

Kalil nega que o remédio tenha sido vetado na capital mineira: "O protocolo do uso de cloroquina em Belo Horizonte é feito pelo doutor Jackson Pinto, secretário de saúde, pelo doutor Carlos (Starling), doutor Unaí (Tupynambás) e doutor Estevão Urbano. Eles orientam a secretaria de Saúde do jeito que acharem melhor, e a responsabilidade é da ciência e dos conhecimentos. Eu não acho nada. Até posso precisar da cloroquina uma hora. Não vejo negação absoluta desse remédio. Nunca foi negado pela prefeitura. Mas somos os responsáveis".

 

Mesmo que a presidência da República assine o decreto que vai liberar o medicamento, o prefeito diz que BH vai seguir seu próprio protocolo de segurança: "O Supremo Tribunal Federal estabeleceu que quem decreta critérios sobre o uso de qualquer coisa é o município. Eles já disseram que as mortes são de responsabilidade dos municípios. Eu respeito e também acho. Quem defende o uso da cloroquina em Belo Horizonte é este grupo. Não tem decreto nenhum que fugirá do protocolo que já foi feito".

 

Usada para o tratamento de malária, lupos, artrite e artrose, a cloroquina foi polêmica que norteou a queda dos dois últimos ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, durante o período de combate à COVID-19. Ambos se mostraram inseguros acerca da liberação da droga e tiveram atritos com Jair Bolsonaro, amplo defensor do medicamento.





 

Atual chefe interino da pasta, o general Eduardo Pazuello deve assinar nos próximos dias o decreto a pedido de Bolsonaro, o que tem provocado enorme discussão entre os profissionais de saúde. Com a decisão, médicos estão autorizados a prescrever o medicamento. No entanto, não há um protocolo de distribuição do remédio para que pacientes possam ter acesso à droga no sistema público.

A hidroxicloroquina pode causar efeitos colaterais graves, como parada cardíaca.

 

Em Minas, o governo disse que o remédio continuará sendo recomendado apenas para pacientes graves do coronavírus