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Estado de Minas

Período chuvoso abre temporada de buracos nas ruas de BH

Crateras se espalham pela cidade, provocadas ou agravadas pela enxurrada e crescendo diante da falta de providências. Mesmo onde já houve intervenção, serviço pode se perder


postado em 12/12/2016 06:00 / atualizado em 12/12/2016 07:28

Empresário Kelsey de Oliveira conta que buraco na Rua Nelson Soares de Faria, no Cidade Nova, está aberto há meses e situação foi agravada pela chuva(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A PRESS)
Empresário Kelsey de Oliveira conta que buraco na Rua Nelson Soares de Faria, no Cidade Nova, está aberto há meses e situação foi agravada pela chuva (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A PRESS)
As fortes chuvas dos últimos dias deixaram como rastro buracos espalhados por várias regiões de Belo Horizonte e pelo menos uma ponte interditada. Com isso, ruas de intenso movimento de carros estão com crateras abertas ou malfechadas, à espera de manutenção. Além do perigo para pedestres na hora de cruzar essas vias, motoristas têm sofrido com problemas no trânsito.

O risco de acidentes aumentou e congestionamentos são frequentes, pois é preciso que o condutor aguarde o fluxo de carros para desviar dos buracos, que variam de pequenos a enormes crateras. O problema é ainda mais sério em pontos onde os afundamentos no asfalto exigem obras caras, diante do anúncio da administração municipal de falta de dinheiro para realização dos reparos. A três semanas de troca de gestão no Executivo, em muitos pontos a população terá de esperar para se ver livre do problema.


Mas as obras atrasadas não dependem apenas da prefeitura. Um dos locais onde isso fica claro é na Rua Hermílio Alves, esquina com Rua Mármore, no Bairro Santa Tereza, Região Leste de Belo Horizonte, onde o asfalto cedeu, deixando exposta o que parece ser uma galeria de esgoto. “Já faz uma semana que isso ocorreu. Foi numa sexta-feira (dia 2). Quando cheguei no sábado para trabalhar, coloquei um pedaço de compensado no buraco para sinalizá-lo, porque o risco de alguém cair nele ou de um carro afundar o pneu era grande”, contou Flávio Magno Dutra, de 36 anos, porteiro de uma escola de idiomas vizinha.

Segundo ele, a cratera tem prejudicado muito o tráfego de veículos no local. “A rua tem muito movimento, especialmente nos horários de pico, porque é entrada e saída do bairro e ainda tem uma escola. Os carros precisam desviar e a chance de ocorrer uma batida é grande”, afirma. Flávio conta que somente cinco dias depois que o buraco se abriu é que funcionários da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) estiveram no local. “Eles sinalizaram e fizeram a marcação para um corte no asfalto, mas não passou disso. Não disseram quando vão voltar para fazer o reparo. Tanto a Copasa quanto a prefeitura deveriam ter um plano de ação preparado, uma equipe de prontidão para resolver esse tipo de problema tão comum em época de chuvas”, cobra Flávio.

O porteiro Flávio Magno Dutra mostra cratera no Bairro Santa Tereza: única intervenção foi a sinalização, segundo ele(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A PRESS)
O porteiro Flávio Magno Dutra mostra cratera no Bairro Santa Tereza: única intervenção foi a sinalização, segundo ele (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A PRESS)

E nem mesmo onde houve alguma providência a intervenção representou o fim dos transtornos. É o que fica claro na Rua Cláudio Manoel, esquina com Maranhão, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul, onde na sexta-feira operários a serviço da Copasa trabalhavam em uma cratera. Porém mesmo depois do serviço motoristas começarão a semana enfrentando transtorno, já que o local não foi asfaltado, o piso continua abatido e cavaletes foram colocados em torno do buraco coberto apenas por terra. Com as chuvas que prosseguem, há o risco inclusive de que se perca o serviço feito.

Foi o que ocorreu no Bairro Cidade Nova, na Região Nordeste de BH. De acordo com o empresário Kelsey Davis de Oliveira, de 58 anos, o imenso buraco na Rua Nelson Soares de Faria, altura do número 294, está aberto há meses e se agravou por causa da chuva. “Houve um problema na rede de drenagem, mas faz muito tempo. Sem conserto, o abatimento aumentou. Aí a Copasa começou a obra. Mas veio a chuva e com a enxurrada o buraco ficou enorme. Vamos ver até quando essa situação permanecerá assim. Pelo visto, só no ano que vem será resolvido”, criticou. Para o empresário, a permanência dos buracos em vias públicas é uma demonstração de falta de interesse do poder público com a qualidade de vida da população.

Outro exemplo exposto desse quadro fica na Rua Genoveva de Souza, no Bairro Sagrada Família, também na Região Leste, à espera de uma obra que já foi orçada, mas continua sem dinheiro para execução, segundo a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). O afundamento do asfalto no endereço exige o tratamento do talude para estabilizar a encosta. O valor estimado da obra é de R$ 1,7 milhão. A prefeitura informa que aguarda disponibilidade de recursos para a intervenção, que também ficará a cargo da próxima gestão. A via está interditada desde novembro do ano passado e ainda não se sabe sequer a causa do afundamento do piso, que ainda é objeto de estudos.

Nem o transporte
coletivo escapou

Buracos provocados pela chuva também aguardam por obras no caminho do transporte público. Um deles, na pista do Move Antônio Carlos, sentido Pampulha, próximo ao Conjunto IAPI, se abriu em 20 de novembro e ainda atrapalha os ônibus. Transtorno também na Estação Vilarinho, em Venda Nova, onde um problema na rede de drenagem que passa sob o terminal resultou em um abatimento na pista por onde passam os coletivos do Move.

De acordo com a Sudecap, os serviços de recuperação da pista do Move Antônio Carlos começaram na primeira semana deste mês e devem durar aproximadamente 60 dias. A estimativa de custo para a obra ainda está em fase de levantamento. “As causas da depressão na via serão analisadas durante a execução dos serviços de escavação e demolição da placa de concreto da pista”, informou, por meio de nota.

Por se tratar de uma obra emergencial, a Sudecap afirma que foi feito o isolamento de todo o canteiro de maneira criteriosa, inclusive colocando uma cobertura no local para garantir a continuidade da obra de forma ininterrupta durante o período chuvoso. Esse isolamento também direcionará o fluxo das águas da chuva para evitar interferência na área da intervenção. A pista foi construída em março de 2010 e não está mais no período de garantia.

Na Estação Vilarinho, o buraco foi sinalizado pela BHTrans, mas as obras ainda não começaram, o que está previsto para os próximos dias. De acordo com a Sudecap, as ações de recomposição do piso estão sendo providenciadas. Só será possível estimar os custos e a duração dos trabalhos após a execução da escavação e recuperação do piso, segundo a Sudecap.

A empresa informou, por meio de nota que, no momento, não há previsão de obras de pavimentação para as ruas Hermílio Alves, esquina com Mármore (Santa Tereza) e Rua Nelson Soares de Faria, no Bairro Cidade Nova. A Sudecap destacou, no entanto, que durante todo o ano as administrações regionais da prefeitura realizam o serviço de tapa-buracos na cidade.

A Copasa foi procurada para se manifestar sobre a situação dos buracos nas ruas Hermílio Alves e Nelson Soares de Faria, mas nenhum representante da assessoria de imprensa da companhia foi localizado na sexta-feira nem durante o fim de semana.

ENQUANTO ISSO...
Agilidade em endereço nobre

Enquanto em outras regionais de BH buracos estão à espera de conserto há dias ou até mesmo meses, uma cratera aberta na Região Centro-sul teve outro tipo de tratamento. Um buraco localizado na Rua Kepler, no Bairro Santa Lúcia, já foi tapado. A rua serve de atalho para ônibus e caminhões desviarem da Avenida Nossa Senhora do Carmo, onde são impedidos de circular. Nesse caso, apesar de os transtornos terem durado alguns dias, o problema está resolvido. Além disso, há previsão de recapeamento de parte da via no ano que vem, diferentemente de outras que atualmente estão esburacadas pela cidade afora.

 

 


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