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Estado de Minas

Viaduto sobre o Arrudas estreia com lentidão

Problemas com a orientação de motoristas e direcionamento do fluxo de trânsito afetam o primeiro teste de elevado no Bulevar Arrudas, mas motoristas já registram melhorias


postado em 22/05/2013 06:00 / atualizado em 22/05/2013 08:11

Estrutura sobre linha do metrô teve pior desempenho no pico da noite, devido a semáforo que retinha fluxo de veículos e a dúvidas de motoristas que usaram vias marginais(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Estrutura sobre linha do metrô teve pior desempenho no pico da noite, devido a semáforo que retinha fluxo de veículos e a dúvidas de motoristas que usaram vias marginais (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

 

No primeiro dia de funcionamento do viaduto sobre a Avenida Tereza Cristina e o Bulevar Arrudas, a lentidão deixou as vias normais e subiu o elevado. Tanto no horário de pico da manhã quanto no fim da tarde, o que se viu foram inúmeros motoristas confusos, sem entender qual caminho deveriam seguir na entrada da nova estrutura. Mesmo com faixas indicando os destinos e com agentes da BHTrans posicionados nos dois sentidos, as freadas bruscas em cima de cones, fechadas e buzinas deram o tom do horário de pico da manhã. No início da noite a cena se repetiu, inclusive com registro de uma colisão leve entre duas caminhonetes, exatamente devido à mudança brusca de direção na saída do complexo.

À noite, a lentidão no sentido Centro/bairro foi sentida tanto na pista inferior quanto sobre o viaduto, principalmente devido a um semáforo a cerca de 500 metros da saída do elevado, que colaborava para reter o fluxo de veículos. A motorista Cleide Carvalho, que normalmente passa pela Avenida Amazonas, ontem decidiu experimentar o novo acesso, mas se arrependeu: “Achei que ia melhorar, mas está tudo muito agarrado”. O taxista Giovani Pereira Miguel optou pela pista sob a estrutura e também se decepcionou com o primeiro dia de testes.

Pela manhã, a situação foi um pouco melhor. Os motoristas que usaram o viaduto, especialmente no sentido bairro/Centro, em que eram sentidas as piores retenções, foram unânimes ao afirmar que a melhoria na fluidez do tráfego foi grande. Porém, uma retenção significativa foi observada na pista inferior, na marginal do sentido Centro. Como muitos condutores ainda não tinham certeza sobre o funcionamento da nova estrutura, rapidamente uma fila se formou. A BHTrans aprovou o primeiro teste, mas já projeta o retorno dos veículos que deixaram a região durante as obras e optaram por outros caminhos, como a Avenida Amazonas.

O trânsito foi liberado nas seis pistas do viaduto por volta das 7h30. Apesar do fluxo intenso, não houve retenção sobre o elevado até as 9h30, horário em que o movimento começou a cair. A cena mais comum foi a indecisão de motoristas ao se depararem com a entrada da estrutura. Em um dos casos, um carro de passeio chegou a passar sobre o cone colocado pela BHTrans para dividir as faixas. Muitos optaram por fazer o caminho já conhecido sob a estrutura. O motorista de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), diante da dúvida, chegou a parar em cima das taxas reflexivas para perguntar sobre o melhor caminho.

O resultado dessa indecisão foi sentido rapidamente na via marginal e logo à frente do viaduto. Como muitas pessoas que passavam por baixo optavam por seguir em frente depois do elevado, houve conflito no cruzamento da Tereza Cristina com as avenidas do Contorno e Barbacena. Enquanto quem passou pelo elevado tentava entrar à direita em uma das duas avenidas ou ainda na Rua dos Goitacazes, muitos dos que preferiram as pistas inferiores procuravam entrar à esquerda para seguir rumo ao Centro pela Tereza Cristina. Foram inúmeras fechadas e discussões por esse motivo.

Gilberto Maciel, de 46, foi um dos motoristas que optaram por não passar pelo viaduto, e acabou enfrentando um trânsito pesado. “Estou acostumado a fazer este caminho. Agora vou pensar melhor quando tiver uma próxima oportunidade, para evitar o transtorno”, diz ele. Já o motorista Warlleysson Douglas, de 22, comemorou a nova opção. “O trânsito aqui era simplesmente péssimo. Essa obra ajudou demais, está bem melhor e mais rápido”, afirma o motorista. A enfermeira Jussara Santos, de 27, também elogiou a novidade e creditou os primeiros problemas à mudança. “O pessoal ainda não conhece direito os acessos e por isso ocorrem os problemas”, disse. O administrador de empresas Guilherme Antunes Fayol, de 29, fez coro e disse ter ganhado pelo menos 15 minutos no trajeto, na comparação com os dias de obras.

O gerente de Ação Regional da BHTrans, Wesley Alves, considerou positivo o primeiro dia de operação do novo viaduto. Segundo ele, houve melhoria significativa no trânsito da região, por onde passam 86 mil carros por dia, somados os dois sentidos. Os problemas foram considerados comuns, devido às dúvidas dos motoristas. “Percebemos no sentido Centro uma demanda grande de conversão à direita na Avenida do Contorno”, diz Alves. Ainda segundo o gerente, a tendência é de que as marginais fiquem apenas para o trânsito local dos bairros Prado (Oeste) e Carlos Prates (Noroeste).

Apesar da melhoria na fluidez, a BHTrans também espera que o movimento volte a crescer na Tereza Cristina. “Como durante as obras muitos motoristas mudaram de trajeto, a maioria optando pela Amazonas, a tendência é que essas pessoas voltem”, diz o gerente. Quase todos os coletivos gerenciados pelo Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG) passaram por baixo do elevado, enquanto a maioria dos coletivos da BHTrans já usaram o novo acesso. “À medida que a obra avançar e a marginal precisar ser interditada, vamos intensificar as orientações para os coletivos”, afirma Alves.

De acordo com a Secretaria de Obras da Prefeitura de BH, o prazo para a conclusão das intervenções no viaduto do Bulevar Arrudas é dia 31. Até lá serão concluídas as calçadas da Avenida Tereza Cristina, além de um retorno sob o viaduto, que vai facilitar a vida de motoristas que precisam acessar os bairros.


TCU cobra documentos, mas destaca obras em BH

O Tribunal de Contas da União (TCU) pediu ontem explicações à Caixa Econômica Federal sobre a ausência de documentos do processo de financiamento das obras do BRT (da sigla em inglês para Bus Rapid Transit) em Belo Horizonte. Segundo o TCU, não há evidências de irregularidades nos repasses financeiros, mas falta o documento que mostra a “compatibilidade do cronograma proposto com o evento da Copa 2014, contabilizando neste a previsão de prazo para testes operacionais do sistema”. O relatório também constatou um primeiro repasse que financiaria o BRT na Avenida Pedro II, obra da qual a prefeitura desistiu. Mas a evolução dos serviços na capital foi reconhecida como a mais adiantada do país.

Os contratos de financiamento de oito intervenções passaram por auditoria. Técnicos do TCU visitaram canteiros de obras acompanhados de representantes do município e dos responsáveis da Caixa pelo acompanhamento dos serviços. As análises foram feitas em 20 desembolsos do banco estatal, em um montante de R$ 128.880.058,17, e o TCU chegou à conclusão de que os laudos de análise técnica de engenharia não registram todas as avaliações exigidas pelas normas da Caixa.

As análises mostram ainda que 44,8% dos recursos para Belo Horizonte foram repassados até o fim de abril. A cidade é apontada como “sede com maior evolução físico-financeira de investimentos de mobilidade relacionados à Copa do Mundo de 2014”. O ministro relator do processo, Valmir Campelo, destaca a requalificação do Bulevar Arrudas e da Avenida Tereza Cristina, que recebeu 95% dos repasses, mas alerta para a Via 710, que teve pouco mais de 1%. A Secretaria Municipal de Obras informou que está aberta a responder todos os questionamentos do TCU.


TRÂNSITO É O VILÃO
Qual é o maior problema de infraestrutura de Belo Horizonte? Para responder a essa pergunta o Sindicato Nacional de Arquitetura e Engenharia (Sinaenco) questionou 250 pessoas na cidade e ouviu de 83% delas que trânsito e transporte são os maiores vilões. A pesquisa faz parte de uma série de atividades que começam hoje em BH e serão desenvolvidas em outras 12 metrópoles para discutir como eram as cidades há 25 anos e como estarão em 2040. No caso de Belo Horizonte, além das perspectivas, engenheiros, arquitetos, estudantes e demais interessados vão discutir o processo de crescimento vivido pela capital mineira nos últimos 25 anos, especialmente a expansão do Vetor Norte a partir da criação da Cidade Administrativa e da ativação do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. Outro fator que estará nas discussões é o aumento da frota de veículos da cidade, que gira em torno de 10% ao ano, o maior percentual entre as capitais do Brasil.


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