
A Região Centro-Sul de Belo Horizonte bateu o recorde de infestação do mosquito transmissor da dengue na capital. A Vila Barragem Santa Lúcia, área cercada pelos bairros Santo Antônio, São Pedro, Sion, Vila Paris, São Bento e Santa Lúcia, atingiu a preocupante marca de 8,99% no Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (Liraa), divulgado nessa quarta-feira pela Secretaria Municipal de Saúde. O percentual é superior ao considerado satisfatório pelo Ministério da Saúde (1%) e acende um alerta para o combate aos focos. Desde as duas últimas edições do Liraa, nenhuma área da cidade alcançou número tão alto. Em outubro, a Região da Pampulha esteve no topo do ranking com 5,79% no Bairro Confisco. Em janeiro, o Bairro Céu Azul (7,67%), na Região de Venda Nova, encabeçou a lista. Conforme o levantamento de março, os bairros São José (7,46%), na Região Noroeste, e São Luiz (7,15%), na Pampulha, ocuparam o segundo e terceiro lugares. O Liraa é feito em 35 mil imóveis divididos nos 496 bairros da cidade.
“Temos duas áreas que elevaram a média da Centro-Sul, que são a Vila Barragem Santa Lúcia e o Aglomerado da Serra. Este é um alerta maior para a área e também para os vizinhos, mas não significa que outros bairros da região podem descuidar nas medidas de combate a possíveis criadouros. A infestação é uma situação dinâmica. Temos de manter o alerta de todos”, afirma o secretário municipal de Saúde, Marcelo Teixeira.
Entre os bairros no entorno do Santa Lúcia, os números também chamam atenção das autoridades. No São Pedro (5,45%), Sion (5,14%), Santa Lúcia (2,13%), Vila Paris (2,74%), Santo Antônio (2,43%) e São Bento (2,13%), todos os índices estão acima de 1%, valor considerado razoável pelo Ministério. No bairro Serra, área limítrofe das vilas que compõem o Aglomerado da Serra, 3% dos imóveis apresentam focos do mosquito da dengue.
Redução
Entre os números do Liraa divulgados ontem, a boa notícia é a redução da infestação média na capital. Dos 3,8% do levantamento feito em janeiro, BH passou a registrar o índice de 2,5% em março. Neste mesmo mês de 2010, o Liraa foi de 3,9%. “O índice mostra uma redução importante, mas apesar disso ainda temos muitas áreas com infestação alta”, alerta Teixeira. O secretário destacou ainda o papel fundamental da população na redução dos criadouros, tendo em vista que 79,6% dos focos foram localizados em imóveis habitados. Entre os focos, 28,91% estão presentes em materiais descartáveis, como copos e sacolas plásticas; 23,66% em pratos de vasos de plantas e 8,33% em recipientes domésticos.
A realização do Liraa por bairros, de acordo com o secretário, otimiza o poder de atuação da prefeitura no combate aos criadouros do Aedes aegypti. “Temos ações para toda a cidade, mas vamos intensificá-las nas áreas mais infestadas”, afirmou. Neste ano, 50 mutirões de limpeza foram feitos na capital, com recolhimento de 715 toneladas de lixo e 2.245 pneus. Para abril, 14 já estão previstos. Em 2010, foram 213 mutirões que retiraram das ruas e residências 4 mil toneladas de resíduos.
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