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Estado de Minas

Policial civil aposentado manteve contato com acusados antes e depois da morte de Eliza


postado em 08/07/2012 08:14

Dois anos depois do desaparecimento da jovem Eliza Samudio, que acusava o ex-goleiro Bruno Souza de ser o pai do filho dela, um novo personagem surge na trama. Trata-se do policial civil aposentado José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, que apresentou a Bruno e Luiz Henrique Romão, o Macarrão, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado como o assassino de Eliza. De acordo com as investigações, Bola se encontrou com Zezé duas vezes na noite do crime: antes e depois de asfixiar a modelo até a morte. Para o chefe do Departamento de Investigações da Polícia Civil de Minas Gerais, delegado Edson Moreira, a participação de Zezé no homicídio de Eliza Samudio será a dúvida que a polícia terá para sempre.

“Bruno era o detentor do motivo para matar Eliza e Macarrão, como seu procurador, assumiu o motivo também. Bola foi o matador e Zezé foi o responsável por essa aproximação entre eles para resolver o problema. Eles eram amigos, foram da mesma turma. Para mim, Zezé participou pelo menos da ocultação do cadáver. Tanto que fiz buscas na Lagoa do Nado e na mata do bairro Planalto, locais no caminho da delegacia que ele trabalhava, no Floramar. Ele foi ouvido duas vezes e omitiu que encontrou Bola na noite do crime. Depois, disse que Bola foi procurá-lo, onze da noite, para pedir R$ 50. Mas, diante daquela confusão, não conseguimos provas contundentes. Zezé vai ficar sempre na suspeita”, afirma o delegado.

Durante o inquérito, Zezé confirmou que apresentou Bola à Bruno e Macarrão porque o filho do ex-policial queria ser jogador de futebol. Segundo Edson Moreira, Bruno patrocinava o grupo de pagode do policial aposentado, convidado pelo goleiro para fazer uma apresentação no Rio de Janeiro, em fevereiro de 2010, meses antes de Eliza ser sequestrada. “Eles se falavam o tempo inteiro e isso apareceu no rastreamento dos telefones. Sabemos que os dois estiveram juntos antes e também depois de Bola matar Eliza. Bola se despediu de Macarrão e do menor e foi encontrar o Zezé. Depois disso, Bola sumiu e só reapareceu às 16h do dia seguinte.”

Há indícios de que Zezé também tenha estado no motel onde Bruno e Macarrão passaram a noite, horas depois de sequestrar Eliza em um hotel de luxo no Rio de Janeiro. Depois do jogo entre Flamengo e Goiás, em 5 de junho de 2010, o grupo seguiu para o sítio do goleiro em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em dois carros. Bruno e Fernanda Gomes Castro, sua amante, viajaram na BMW emprestada por um amigo. Macarrão seguiu com Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, o menor, Eliza e o bebê Bruninho. Foi neste trajeto que a modelo foi agredida. Eles passaram a noite em dois quartos, mas Bruno pagou toda a conta, no dia seguinte.

De acordo com as investigações, Macarrão e Zezé se falaram 23 vezes por telefone e, pelo rastreamento dos celulares, a polícia descobriu que os dois estavam muito perto. Naquela noite, um homem que a polícia não conseguiu identificar à época foi autorizado a subir até o quarto de Macarrão, onde permaneceu por 40 minutos. “A gente tentou comprovar o envolvimento dele no crime. E, se o Ministério Público quiser, a gente pode voltar a investigar”, diz Edson Moreira.

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