TECNOLOGIA EM PROL DA EDUCAÇÃO

Empresas inovam na educação para acelerar aprendizado; investimentos crescem

Gamificação ou ensino via smartphone são uma das técnicas para maior engajamento dos alunos. Empresas estão otimistas frente ao cenário de startups de educação brasileiro


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Empresas usam a tecnologia em prol da educação

Existe um consenso entre investidores que startups (empresas iniciantes) de educação têm potencial para crescer. A diretora executiva da Anjos do Brasil, Maria Rita Spina Bueno, disse que o interesse maior está nas startups de tecnologia que tenham como objetivo o desenvolvimento de projetos de inovação na área da educação. "Devido as suas próprias características, essas empresas atraem muitos investimentos, mas é preciso haver um mercado promissor. Se existe uma série de problemas, há uma série de oportunidades", destaca. Em 2015, os anjos investiram R$ 784 milhões em startups brasileiras, 14% a mais do que no ano anterior.

De olho nesse nicho, as empresas enxergam oportunidade com criação de plataformas inovadoras no mercado de aulas, como gamificação e aplicativos ou ensino via smartphone. De acordo com especialistas, em um cenário de crise, redução da demanda e aumento de concorrência, investir em capacitação e desenvolvimento pessoal são estratégias vitais para o diferencial competitivo do profissional. Para Thiago Coutinho de Oliveira, diretor executivo do Grupo Voitto, as oportunidades estão nas "ideias inovadoras, escaláveis, acessíveis e rápidas de pôr em prática", disse.

Fundada em 2008 por estudantes de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a empresa é hoje uma das maiores do país na capacitação e desenvolvimento empresarial de profissionais para o mercado de trabalho. Atualmente conta com cerca de 20 colaboradores e mais de 800 consultores associados que permitiram em 2015 o alcance da marca de 10 mil alunos capacitados.

"Começamos como startup, pequenos, mas sempre com um “sonho grande”, ressalta. Segundo o executivo, os principais desafios foram relacionados ao ganho de confiança e credibilidade junto ao cliente. "No ambiente educacional e principalmente com o nosso produto, a credibilidade de instituições de ensino é um fator crítico na decisão de compra do aluno e contar com o apoio delas foi fundamental para o sucesso do nosso trabalho", observa.

No mesmo caminho das startups de educação, a empresa mineira mLearn, especializada em cursos por meio de dispositivos móveis (tablets e celulares) tem hoje 1,5 milhão de assinantes distribuídos entre as quatro principais operadoras. "A ideia é uma evolução do que eu já fazia para ensino a distância para PCs, desde 2000. Com a explosão do uso de smartphones, decidimos focar apenas neste nicho de mercado: educação para dispositivos móveis", disse Ricardo Drummond, CEO da mLearn.

Ele conta que as atividades da plataforma foram iniciadas em 2013. A plataforma utiliza todos os recursos disponíveis para transmissão de conteúdos: SMSs, vídeos, podcasts, entre outros. É integrada com as redes sociais e o aprendiz participa de um jogo, onde, tudo o que ele faz é avaliado e pontuado e a medida que ele estuda ganha pontos, medalhas e vai mudando de nível. "A vantagem é que com todos estes elementos de gamification, temos um maior engajamento dos alunos e, consequente, maior aprendizado", conclui.

Depoimentos:

“Quando estudante, meu maior objetivo profissional era me tornar gestor em uma grande empresa. O caminho mais rápido eram os famosos programas trainees, onde empresas investem milhares de reais na capacitação de jovens para assumir posições de liderança. A alta competição me alertou para a necessidade de conquistar um diferencial. Resolvi então buscar cursos de curta duração que pudessem fazer diferença. Criamos a Voitto para fornecer esse diferencial para nossos alunos. Por se tratar de algo inovador e necessário, a aderência foi enorme. Hoje, vejo a importância da Voitto como complementação curricular gerando vantagem competitiva a universitários”. Thiago Coutinho de Oliveira, diretor executivo do Grupo Voitto

"O mercado (de startups) é extremamente promissor. Os problemas na educação são muitos e a tecnologia pode ajudar a solucioná-los. Temos vistos diversas startups atuarem com sucesso para resolver problemas específicos da educação brasileira. Ainda tem muita oportunidade".  Ricardo Drummond, CEO da mLearn

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