Möira, jogo criado por mineiros, bate meta de financiamento coletivo no Kickstarter


Criado pela Onagro, startup de jogos independente de Belo Horizonte, o game Möira, para PC, Linux e Mac, conseguiu bater a meta de financiamento coletivo no Kickstarter, a principal plataforma internacional de Crowdfunding. O jogo passou 12 mil euros em apoio e continua chamando atenção da comunidade de jogos independentes internacional.


Apesar de já ter alcançado o objetivo principal, o financiamento coletivo do Möira continua rolando pelos próximos dias e os interessados nas recompensas ainda podem participar – a Onagro agora está mirando os seus objetivos estendidos, o mais ambicioso deles é conseguir 36 mil euros e lançar o jogo no Wii U.


Apostando em um visual retrô a la Game Boy, Möira é um jogo de plataforma cheio de nostalgia. Nas palavras do artista e game designer Victor Leão, o jogo é “Uma aventura em que o jogador ajuda o mago Rubick a derrotar o terrível vilão que roubou as cores de seu mundo atravessando mundos fofos do game boy”.


O rápido financiamento do jogo surpreendeu Victor, que tinha expectativas mais razoáveis: “Eu já estava preparando o time dizendo que se conseguíssemos seria bem de raspão. Estávamos nos preparando para o pior cenário”, explicou. “Agora queremos bater 15 mil euros, que é uma meta bem modesta! Temos várias metas estendidas para adicionar personagens de outros jogos e conteúdo extra ao jogo. Com sorte poderemos fazer o jogo mais completo o possível”, completou.


A equipe do Möira se conheceu no Mind, o encontro de desenvolvedores mineiros que é organizado por Victor Leão. A ideia do jogo já existia, mas até então ele era apenas um protótipo simples de Gabriel Amoedo, idealizador e game designer: “Comecei a esboçar vários conceitos de mecânicas que poderiam ser divertidas se adaptadas as limitações de um Gameboy. Depois de prototipar várias mecânicas separadas, como copiar poderes e a função de combiná-los, decidi juntá-las pra ver o que dava; foi assim que surgiu o primeiro protótipo "oficial" do Möira”, explicou ele.


Também faz parte da equipe do Möira o veterano Luiz Henrique Gama, que começou a trabalhar na área há 13 anos, na Southlogic Studios e acumulou experiência em outros jogos ao longo dos anos, com destaque para os da também mineira O2 Studios: Golaço e Gamegol. Com o olhar de quem viveu uma era bem mais inóspita para o desenvolvimento de jogos no país, ele comemora a evolução do ecossistema: “Esse movimento é muito positivo. Várias equipes estão se formando, como pequenas empresas informais, com bom potencial. Outras estão mais maduras e já são pequenas empresas de poucas pessoas. Acho que é um modelo mais viável, pois as empresas maiores, que dependem de fechar novos projetos para manter sua estrutura e empregados, tem tido dificuldade em se manter”, observou.


Quem quiser conhecer e apoiar o Möira, pode acessar a página do jogo no Kickstarter. “Nós fizemos um trabalho bem legal de polir a demo do jogo com feedback de vários outros desenvolvedores nacionais e internacionais. Convido todos a conhecer a nossa campanha, jogar a demo e, se curtir, considerar apoiar o projeto”, finalizou Luiz.


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