O audiovisual como meio de influência durante a infância é uma discussão que envolve pais, educadores e especialistas de outras áreas. Daí a importância de questionar quão representativos são os personagens e ambientes presentes nas produções e quais mensagens eles transmitem para as crianças.
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“Realmente na minha época tinham pouquíssimos conteúdos onde aparecem crianças negras, poucos conteúdos também que tinham uma sensibilidade de lidar com essa questão racial. Eu realmente não sei como que eu sobrevivi e consegui criar uma autoimagem a partir de tudo aquilo que eu consumia”, explica a diretora da SPcine, empresa de cinema e audiovisual de São Paulo e que atua no desenvolvimento dos setores de cinema, TV, games e novas mídias.
Além disso, o processo de embranquecimento sempre esteve presente, até mesmo quando pessoas reais eram representadas no audiovisual. Um exemplo é o da rainha Cleópatra, uma mulher egípcia várias vezes interpretada por atrizes brancas.
Quebra de estereótipos
Nos últimos anos, grandes produtoras de filmes e de animações começaram a se preocupar mais com a quebra de estereótipos, antes muito recorrentes em histórias de fantasias para o público infantojuvenil, como o da “princesa indefesa” e dos "heróis musculosos”.
O curta animado “Reflexo”, lançado em 2022 pela Pixar e Disney, é um exemplo. A história traz como protagonista a bailarina Bianca, uma menina gorda que sofre com distúrbios de imagem, e faz o público refletir sobre o tema.
Moldando o imaginário
A diversidade nas telas para as crianças, além de trazer representatividade e ajudar na construção da autoimagem e autoestima, é importante para que elas “conheçam outros quintais”, como explica Beth Carmona, presidente do Midiativa, Centro Brasileiro de Mídia para Crianças e Adolescentes.
“Sem dúvidas é importante reconhecer-se nas telas, reconhecer o seu entorno, reconhecer o seu quintal, mas é também tão importante quanto conhecer e reconhecer o outro. Isso também faz parte de uma formação plena.”
“Sem dúvidas é importante reconhecer-se nas telas, reconhecer o seu entorno, reconhecer o seu quintal, mas é também tão importante quanto conhecer e reconhecer o outro. Isso também faz parte de uma formação plena.”
Confira a íntegra dessa nossa conversa com a Lyara Oliveira e a Beth Carmona neste 20º episódio do podcast DiversEM.
O podcast DiversEM é uma produção quinzenal dedicada ao debate plural, aberto, com diferentes vozes e que convida o ouvinte para pensar além do convencional. Cada episódio é uma oportunidade para conhecer novos temas ou se aprofundar em assuntos relevantes, sempre com o olhar único e apurado de nossos convidados.
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*Estagiária sob a supervisão do subeditor Rafael Alves