Newton Ishii, conhecido como ?japonês da federal?, famoso por escoltar presos e investigados da Operação Lava Jato, foi preso nesta terça-feira (7), em Curitiba. O mandado foi expedido pela 4ª Vara Federal de Foz do Iguaçu.
A condenação deriva da Operação Sucuri, deflagrada em 2003, para apurar um esquema formado por agentes da PF e da Receita Federal que facilitava o contrabando de produtos ilegais na fronteira com o Paraguai em Foz do Iguaçu (PR). A Operação envolveu outros vinte e um policiais.
O processo transitou em julgado recentemente, isto é, mesmo com a condenação proferida anos atrás, os recursos esgotaram-se apenas neste ano. Isso ocorreu devido a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a execução da pena. Diante disso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) remeteu o processo para Foz, para sua execução provisória, que ainda precisa ser definida.
Além de Ishii, dois ex-agentes que também respondiam pelo crime foram presos. Com a condenação, o agente deve ser afastado da Operação Lava Jato e pode ser demitido da Polícia Federal. A ação em Foz do Iguaçu corre em segredo de Justiça.
Em fevereiro desse ano, Newton Ishii fez uma visita ao Congresso Nacional, em Brasília, pois possuía planos de lançar-se na política, visando ao cargo de Deputado. Todavia, por problemas familiares e pressões coorporativas, decidiu voltar atrás.
O ?japonês da federal? tornou-se um símbolo frente ao combate à corrupção endêmica na política nacional. Músicas mencionando seu nome e, até mesmo, fantasias foram frequentemente ouvidas e vistas, respectivamente, nas manifestações pró-impeachment. Esse fato evidencia que vivenciamos uma Era marcada pela crise moral, gerando reflexos diretos ao nosso cenário político e econômico.
A falta de caráter é praticamente uma regra do jogo da cidadania, característica herdada diretamente do berço familiar ou de exemplos do cotidiano. Muitos questionam-se sobre a baixa colocação do Brasil nos rankings acadêmicos mundiais. Porém, na hipótese de um torneio para a avaliação moral, o Brasil certamente ganharia alguma medalha, caso a competição premiasse os últimos colocados.