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Estado de Minas

Virada Cultural BH: Djonga encerra evento, emociona público e faz BH gritar 'fogo nos racistas'

Milhares de pessoas cantaram sucessos do rapper belo-horizontino no Centro da capital


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(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press )
Ele disse que ia “botar pra quebrar” e a entrada Djonga no palco, na noite deste domingo, na Praça da Estação entregou o que prometeu.


O rapper encerrou a programação da Virada Cultural de BH, que levou mais de 400 atrações para as ruas da cidade desde sábado. "Muito feliz. Lembro de eu tomando batida aí embaixo. Os cara me tratado mal. Os cara me deram umas porrada, agora eu tô em cima do palco", disse.

Com letras fortes e variação dos sucessos do cantor, de 25 anos, os belo-horizontinos "lavaram a alma" e se despediram do evento totalmente gratuito. Em tom crítico e consciente, o local gritou alto sob a regência do rapper: "Fogo nos racistas!", em forma de protesto contra a discriminação social. A apresentação terminou com áudio dos Racionais, da música “Vida loka”. A multidão acompanhou a letra de Mano Brown.

A abertura foi logo com "Hat-Trick", em que ele pede um "abre alas para o rei". Antes de aparecer no palco, Djonga já anunciava no microfone que BH é a sua cidade. O show previsto para começar às 19h, teve início por volta das 19h20 e se encerrou por volta das 20h40.


Um dos principais nomes do rap nacional, Djonga participou de outras edições da Virada – ao lado de Elza Soares, do grupo Filhos de Sandra, do coletivo DV Tribo e da banda TremBemDitos –, mas hoje é especial.

Ele chega como atração principal do domingo e traz para a virada o extremo do espírito de uma festa feita para todos.

Sua presença simboliza a importância do rap, do funk, da música negra e da periferia para a cultura brasileira. E a juventude negra e da periferia compareceu em peso.

Talvez nenhum outro show da Virada tenha visto tantos celulares apontados. E nem tanto público, embora ainda não haja estatística oficial. Djonga não canta sozinho e os fãs recitam seus versos e vibram junto.

O cantor mineiro também se apresentou a quem não o conhece ainda. "Meu nome é Djonga. Estamos sempre aí pela rua, tomando uma cerveja. Nunca vou sair por causa disso. Quando venho aqui, vem todo mundo me ver", disse.

O rapper mesclou a apresentação sucessos de alguns de seus álbuns ("O Menino Que Queria Ser Deus" e "Ladrão") e singles, levando o público a total delírio e envolvimento com as letras impactantes, que abordam racismo, desigualdade social e discriminação.


Fogo nos racistas

Djonga não impõe limites entre ele e o público. Ele deixa claro que é como quem foi assiti-lo e, por isso mesmo, no seu principal sucesso "Olho de Tigre", em que diz "fogo nos racistas", foi "bater cabeça" com o público. Uma Praça da Estação inteira pulando no chamado bate-cabeça, que, pra quem olha de fora, é um pula e empurra.

Com terço na mão, avó de Djonga abençoa Praça da Estação 


Na faixa 'Bença', do disco 'Ladrão' dedicada à família e à luta da avó para criar as filhas, Djonga recebeu a avó no palco da Praça da Estação. Dona Maria Eni entrou com o terço nas mãos e fazia o sinal da cruz em direção ao público.

Logo depois, em "A música da mãe", chamou Rosângela, sua mãe, para ser revenciada.
Joyce de Souza, professora de educação infantil, se emocionou com a mensagem do rapper
Joyce de Souza, professora de educação infantil, se emocionou com a mensagem do rapper (foto: Matheus Muratori/EM/D. A. Press)


Delírio dos fãs

Joyce de Souza, professora de educação infantil, de 19 anos, exaltou o tom do show de Djonga e se emocionou com a performance.. “Está muito emocionante. Estou aqui desde mais cedo, mas estou aqui mais pelo Djonga. É sensacional, super empodera e aumenta a auto-estima do povo preto", disse, ao Estado de Minas.

Produtora cultural Juliana Flores levou o filho para aproveitar o show
Produtora cultural Juliana Flores levou o filho para aproveitar o show (foto: Matheus Muratori/EM/D. A. Press)
A produtora cultural Juliana Flores, de 33 anos, disse que saiu "de alma lavada" do show. "Cheguei 17h para ver o Djonga, sou muito fã dele, meu marido também, tanto que a gente está aqui com nosso filho pequeno, os dois fãs, então veio todo mundo para ver o show. Todos de alma lavada, o show do Djonga é o melhor do Brasil e, para mim, ele é o melhor artista do país hoje".

Estudante Felipe Ribeiro cravou: 'Djonga é o melhor para encerrar a festa'
Estudante Felipe Ribeiro cravou: "Djonga é o melhor para encerrar a festa" (foto: Matheus Muratori/EM/D. A. Press)
O estudante Felipe Ribeiro, de 18 anos, garantiu: Djonga era o melhor artista para fechar o show. "Desde meio-dia aqui, esperando o Djonga, e não tinha outro melhor para fechar a Virada. Ele representa a gente muito bem, a gente que é periferia, pobre, negro. Está lotado, apertado para caramba, mas tinha que ser assim mesmo".

 

Homenagem aos 'irmãos' do sistema prisional 


Djonga leva a periferia para o palco e exalta rapper Zulu, um dos precursores na capital mineira do trap, um estilo de rap. Ele mencionou os irmãos do "sistema prisional", já que Zulu está regime semi-aberto até 2021.

Os dois cantaram a composição Yeah, que assinam juntos. "É um contraste de realidade. Deus é justo. Você pode passar pela escuridão e depois viver isso. O Djonga é uma dose de motivação para nós", diz Zulu.

 

Nome da filha

 

O rapper dedicou a música “Leal” para o “amor da minha vida”, que é sua esposa Malu Tamietti, e que está grávida de cinco meses, de Iolanda.

Contratempo

 

As equipes de socorro tem tido muito trabalho no show de Djonga. A todo momento, bombeiros civis carregam jovens no meio da multidão. De acordo com um dos socorristas, a maior parte dos atendimentos se refere à embriaguez e uso de drogas. Um dos resgatados se envolveu numa briga e levou um corte de canivete.


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