"A Red Bull será um alvo no ano que vem?" A pergunta foi dirigida a Toto Wolff, o homem forte da Mercedes na F1, que costuma sorrir em duas oportunidades num fim de semana com GP: quando Lewis Hamilton ganha ou quando a Red Bull comete um erro. Não procure um terceiro sorriso, nem quando Tom Cruise visitou a equipe ganhou um.





Com sua blusa de gola alta preta e cara de vilão de 007, Wolff respondeu: "Todo mundo será um alvo no ano que vem". Esse era o final da quarta temporada de "F1: Dirigir para viver", mas também é o início da quinta, deixando um climão de "Império (da Mercedes) contra-ataca" para o novo ano... Mas também usando muitos recursos da franquia "Rocky" - haja flashbacks.

No entanto, por mais que os editores da série da Netflix sejam talentosos (e criativos), o campeonato de 2022 da principal categoria do automobilismo não ajudou a propiciar o tal climão de vingança desejado por Wolff (e pelos produtores).
 
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Sem emoção

Se na temporada de 2021 – a que despertou a ira de Wolff - o campeonato foi decidido na última volta, com Max Verstappen (Red Bull) ultrapassando Hamilton para se tornar campeão, o ano de 2022 foi praticamente sem emoção, com o mesmo Verstappen conquistando o bi mundial com quatro provas de antecedência, numa arrancada tranquila e praticamente sem sobressaltos.




 

 

Se o espectador não se lembra de nada, a impressão ao olhar a série é a de que a disputa foi muito mais difícil do que de fato foi (novamente, parabéns aos editores).
 
Porém, sem os grandes antagonistas Hamilton x Verstappen, Red Bull x Mercedes e, o mais explorado na quarta temporada, Toto Wolff x Christian Horner, a quinta temporada é mais insossa, aspecto que se reflete na própria duração. Apesar de manter o formato de 10 episódios, "Dirigir para viver 5" tem no total 31 minutos a menos que o ano anterior, praticamente um capítulo inteiro.

Curiosamente, a própria FIA tentou dar sua ajudinha para transformar a temporada de 2022 em uma guerra de várias estrelas ao fazer uma mudança radical no regulamento, o que, em teoria, aproximaria as equipes médias das grandes.





Na prática, a única alteração foi tirar a Mercedes da briga pelo título, com um carro que nasceu errado, e colocar em seu lugar a Ferrari, que parecia ter o melhor monoposto. Porém a equipe italiana fez uma temporada atrapalhada, perdeu corridas por decisões equivocadas nos boxes, o que afetou seu piloto mais competitivo, Charles Leclerc, que começou também a errar na pista.

Para não dizer que tudo foram flores para Red Bull e Verstappen, a série tenta dar um peso no final à investigação contra a equipe por estourar o teto orçamentário. Nada que mudasse os rumos do título de piloto e construtores.

Sem crise???

Aliás, a grande bola fora da quinta temporada foi não explorar a pequena crise entre o piloto holandês e seu companheiro, Sergio Pérez. O mexicano reclamou publicamente da falta de ajuda de Verstappen na luta pelo vice-campeonato. O perrengue passou batido.





Ainda assim, "DPV 5" tem boas histórias secundárias e crises de bastidores para entreter os fãs da categoria. E a série mantém a posição de Gunther Steiner, o simpático diretor da pequena Haas, como o grande astro individual do programa.

Também é interessante acompanhar a briga a cada corrida entre McLaren e Alpine para chegar ao quarto lugar no Mundial de construtores; ou a dança das cadeiras provocada a partir do anúncio da aposentadoria de Sebastian Vettel, liberando uma vaga na promissora Aston Martin. 

“F1: DIRIGIR PARA VIVER - 5ª TEMPORADA”

• Disponível na Netflix (10 episódios)

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