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Estado de Minas MÚSICA

Duo Gisbranco retoma a parceria com o compositor paraibano Chico César

Em seu novo disco, Bianca Gismonti e Claudia Castelo Branco criam novos arranjos para canções do álbum 'Pássaros', além de musicar poemas de Chico


23/05/2021 04:00 - atualizado 23/05/2021 09:42

Bianca Gismonti, Chico César e Claudia Castelo Branco valorizam o diálogo entre o piano e a poesia(foto: Mill Records/reprodução )
Bianca Gismonti, Chico César e Claudia Castelo Branco valorizam o diálogo entre o piano e a poesia (foto: Mill Records/reprodução )

O Duo Gisbranco se encontra pela segunda vez com a música de Chico César no álbum “Pássaros – Ao vivo”, depois de lançar “Pássaros”, há três anos, com letras do paraibano. As pianistas e compositoras Bianca Gismonti e Claudia Castelo Branco deram às criações de Chico uma leitura particular.

“Foi uma reconstrução, tanto nos arranjos novos quanto nos rearranjos de músicas que já tínhamos feito com ele”, explica Bianca.

“Esse trabalho foi uma surpresa. Normalmente, quando vamos fazer um disco, ficamos um tempão pensando, elaborando o repertório. No caso do 'Pássaros', começamos a criar as músicas em 2011 e o álbum só foi lançado em 2018. 'Pássaros – Ao vivo’ foi um processo muito diferente: durou cerca de um mês entre pensar o repertório, ensaiar e gravar”, revela Claudia.

SINGULAR 
O quinto álbum do Gisbranco traz 11 faixas. Seis delas são poemas de Chico musicados pela dupla e lançados em “Pássaros”. “A mistura de dois pianos com a vibrante poesia dele é algo singular e fascinante”, garante Bianca.

A ideia de dar outra roupagem ao álbum dedicado ao paraibano em 2018 veio de Marcelo Cabanas, produtor do Gisbranco. “Como eu e Claudia ficamos próximas de Chico e sempre fomos admiradoras da obra dele, concordamos. Resolvemos gravar parcerias do disco original, poemas e músicas dele e canções do Gisbranco. Algumas já são conhecidas, outras nem tanto, mas todas com novos arranjos”, explica Bianca Gismonti.

“Fizemos arranjos começando do zero, caso de ‘À primeira vista’, ‘Béradêro’ e ‘Nato’. Estávamos cansadas de ouvir essas músicas, porém nunca tínhamos parado para rearranjá-las”, observa Claudia. “Já ‘Dúvida cruel’ é uma canção que tocávamos com Chico. Ele até participou do nosso DVD. A gravação foi remota, ele mandou o vídeo e gravamos tocando com ele.”

Desde 2005, Bianca e Claudia chamam a atenção com seu trabalho, que mescla elementos das músicas erudita, instrumental e popular. Elas lançaram os álbuns “Duo Gisbranco” (2008), “Flor de abril” (2011) e “Duo Gisbranco – 10 anos” (2015), além dos dois discos dedicados a Chico César.

Apesar da pandemia, Bianca Gismonti revela que o momento tem sido produtivo. “Estamos passando por um período complicado, com casas de shows fechadas e viagens canceladas. Músicos fazem lives, mas eu não. As únicas coisas que fiz encontrando alguém foi com a Claudia – ela e mais duas pessoas, no máximo. Este ano, quando (a COVID-19) acirrou de novo, cancelei convites, mas continuei fazendo muita coisa à distância”, diz.

Fora do Gisbranco, a compositora se apresenta com um trio de piano, baixo e bateria. “Criamos vários projetos com músicas da Índia e da Itália. Fizemos vídeos com as embaixadas desses dois países, mas cada um gravando em sua casa”, conta Bianca, que disponibilizou o material no Facebook e YouTube.

“Também compus em cima de poemas da Claudia, o que nunca tinha feito antes. Com isso, se não temos viagens e os shows, a nossa produção continua bastante forte”, observa.

Entre os planos do Gisbranco está a homenagem ao compositor e instrumentista Egberto Gismonti, pai de Bianca. O show do duo com o violoncelista Jaques Morelenbaum foi realizado na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro.

“Com músicas do meu pai e de Villa-Lobos, o trabalho será lançado em formato de áudio e provavelmente de vídeo também, porque temos tudo filmado”, diz a pianista. Outro projeto dela é “Gismonti 70”, gravado pelo trio de Bianca na Hungria.

Além disso, o duo planeja lançar “O som da palavra”, parceria com o MPB4. “São canções de Fernando Brant e Milton Nascimento. É um projeto antigo, mas por causa da pandemia não conseguimos gravar o disco”, conta.

VÍDEOS 
Claudia Castelo Branco também se dedica a projetos particulares. Em 2020, ela produziu uma série de vídeos. “A ideia era cantar 12 músicas de compositoras cariocas. Fiz em casa mesmo, uma coisa bem de pandemia. Estávamos em agosto, eu nem havia saído de casa ainda. Fiz tudo sozinha, tocando, gravando e filmando. Fiquei muito feliz, as músicas são lindas”, afirma.

A pianista e compositora conta que reuniu autoras ainda pouco conhecidas. “Todas vêm da cena contemporânea. São jovens, fazem uma MPB não tão pop, com mais liberdade na composição”, informa Claudia, que pretende lançar “Cantada carioca” em junho.

(foto: Camilla Guimarães/divulgação )
(foto: Camilla Guimarães/divulgação )
“PÁSSAROS – AO VIVO”
.Duo Gisbranco
.Cabanas Produções/Mills Records
.11 faixas
.Disponível nas plataformas digitais

















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