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Estado de Minas LITERATURA

Valter Hugo Mãe é o convidado de abertura do Sempre um Papo 2021

Escritor português fala nesta segunda-feira (8/03) sobre 'Contra mim', livro que lançou em dezembro passado


08/03/2021 04:00 - atualizado 08/03/2021 07:06

O português Valter Hugo Mãe fala sobre 'Contra mim', livro que lançou em dezembro passado(foto: Daniel Bianchini/Divulgação)
O português Valter Hugo Mãe fala sobre 'Contra mim', livro que lançou em dezembro passado (foto:  Daniel Bianchini/Divulgação)
Atravessando um momento ímpar, em virtude da pandemia do novo coronavírus, com encontros presenciais impossibilitados, o projeto Sempre um Papo apresentará nesta semana uma grande programação on-line para celebrar seus 35 anos e abrir as atividades em 2021. 

O convidado de abertura, nesta segunda-feira (8/3), é o português Valter Hugo Mãe, que lança o livro “Contra mim” (Ed. Globo). A agenda dos próximos dias ainda terá o angolano José Eduardo Agualusa falando sobre “Os vivos e os outros” (Tusquets); o moçambicano Mia Couto, em conversa sobre “O mapeador de ausências” (Cia das Letras); o português José Luiz Peixoto e o angolano Gonçalo Tavares.

Idealizador do projeto, o gestor cultural Afonso Borges completará 59 anos na quarta-feira (10/3), dia em que conversará com Mia Couto. Com mais da metade da vida dedicada ao projeto literário, ele faz uma retrospectiva do que construiu até aqui e celebra a possibilidade de seguir em frente, mesmo com as adversidades do momento. 

Diálogo

“Vivemos num tempo de permanente reflexão. A pandemia nos lançou a esse contexto de questionamento sobre tudo o que nos rodeia. Mudou a vida de todo mundo, em todos os sentidos, inclusive o intelectual, o tecnológico e o familiar”, afirma Borges, que define sua situação como “curiosa”.

Ele lembra que o Sempre um Papo começou em 1986, em um debate sobre “o fim dos anos Médici”, com os historiadores Heloísa Starling e René Dreifuss. “Em 86, quando começou o Sempre um Papo, era o primeiro ano pós-ditadura. Hoje vivemos uma situação extremamente análoga, do ponto de vista político, com a classe cultural sendo perseguida nos âmbitos não só políticos, mas também no âmbito do seu funcionamento, da Lei Rouanet. Vejo muitas similaridades, 35 anos depois”, observa. 

Ele comenta que a segunda metade dos anos 1980 “era um momento no qual as pessoas tinham muita necessidade de conversar. Nos anos 1980 até o começo dos anos 1990, eram auditórios lotados de gente querendo estabelecer novamente o diálogo. E aí a diferença: vivemos um momento político dessa natureza, mas sem a mínima possibilidade do encontro presencial. Por isso os debates no campo virtual se tornam duplamente importantes”, diz.

Ainda que as transmissões virtuais já fossem realizadas pelo Sempre um Papo desde antes da pandemia, a migração foi completa para o formato on-line ao longo dos últimos 12 meses, em que mais de 70 eventos virtuais foram realizados. Mais do que as conversas com autores e autoras e a divulgação de novas obras literárias, o responsável pelo projeto destaca que a principal característica ao longo desses 35 anos se mantém. 

“O que tenho para oferecer de mais importante é o afeto que se encerra nos 35 anos de trabalho. Mia Couto, Fernando Gabeira, Fernando Morais, Ruy Castro, Adélia Prado, Marina Colasanti, foram tantos… E eu vou seguir fazendo nas lives exatamente o que sempre fiz, que é conversar com autores, trazendo para o mundo contemporâneo, para dificuldades que temos hoje, falando de literatura e do livro que a pessoa está lançando.  Se me perguntar o que é mais importante, é o contato que proporcionamos entre autor e leitor. O sorriso de agradecimento que me lançavam era meu pagamento”, afirma.

Citando que realizou edições numa grande variedade de espaços nesses 35 anos, desde salas amplas, como o Grande Teatro do Palácio das Artes, até auditórios improvisados em espaços externos, Borges entende que “o mundo do agora é o mundo da live”.

 
Por considerar as plataformas digitais a única alternativa para encontros nos dias atuais, ele argumenta que “não se pode diminuir esse mundo, nem subestimá-lo, é um momento difícil de ser vivido, as mudanças que a tela nos provoca são grandes, mas é a única tábua de salvação e a importância do que fazemos continua no campo do afeto, com pessoas familiares ao projeto e sempre agregando novas”. 

O tema da conversa desta segunda (8/3) com Valter Hugo Mãe é “Contra mim”, seu mais recente livro, lançado em dezembro passado.  A obra recupera a infância e parte da adolescência do escritor, passando pela história recente de Portugal, com o fim do império colonial na África, a Revolução dos Cravos e seus desdobramentos. A transmissão será realizada via YouTube, Instagram e Facebook, gratuitamente. Nos próximos dias, os bate-papos com os demais convidados ocorrem no mesmo horário.

Sempre um Papo 2021
Desta segunda (8/3) a sexta (12/3), em comemoração aos 35 anos do projeto, sempre às 18h, com transmissão pelo YouTube, Instagram e Facebook do Sempre um Papo. Mais informações: (31) 2261-1501 e no site do projeto


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