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Estado de Minas LITERATURA

Coleção disponibiliza textos de autores consagrados e novos nomes

Chão de Feira é uma iniciativa editorial desenhada para o ambiente digital, que nasceu antes da pandemia do novo coronavírus


22/08/2020 04:00

Maria Carolina Fenati (à dir.) divide com Júlia de Carvalho Hansen e Luísa Rabello a edição das coleções da Chão de Feira(foto: Marcelo Castro/Divulgação )
Maria Carolina Fenati (à dir.) divide com Júlia de Carvalho Hansen e Luísa Rabello a edição das coleções da Chão de Feira (foto: Marcelo Castro/Divulgação )
Uma editora, capitaneada por três mulheres, com uma produção extensa de ensaios inéditos ou raros de autores nacionais e estrangeiros gratuitos, todos disponíveis on-line. É por meio da coleção Caderno de Leituras que a belo-horizontina Chão da Feira vem se destacando no cenário das editoras independentes. 

Muito antes de o mundo cultural ser forçado a migrar para o ambiente digital em decorrência da pandemia da COVID-19, a Chão da Feira planejou a sua coleção nesse modelo. Criada em 2011 por Maria Carolina Fenati, que hoje divide as funções com as editoras Luísa Rabello e Júlia de Carvalho Hansen, a coleção Caderno de Leituras conta atualmente com 112 textos publicados. A cada mês é publicado  ao menos um novo texto.

Há textos de autores clássicos que caíram em domínio público, como Charles Baudelaire, Franz Kafka e Marcel Proust; escritores contemporâneos consagrados, como Roberto Bolaño e Ricardo Piglia; nomes da academia e jovens autores. A coleção propõe a não hierarquia entre autores do cânone literário e novos nomes.

“Durante a pandemia, o acesso aos cadernos aumentou muito. Não sei se é porque tem mais gente pesquisando, mas o fato é que o material, que é consistente, já está todo organizado, e você baixa o que quiser”, comenta Carolina. A Chão da Feira nasceu com a Caderno de Leituras quando ela vivia em Portugal. Somente em 2012 é que a editora passou a lançar livros impressos.
Leitura dos cadernos disponibilizados pelo selo independente registrou alta no período da quarentena, segundo a editora(foto: Reprodução/Chão de feira)
Leitura dos cadernos disponibilizados pelo selo independente registrou alta no período da quarentena, segundo a editora (foto: Reprodução/Chão de feira)

DOUTORADO 
“No início, eu quis trabalhar coletivamente com aquilo que fazia individualmente, que era ler e escrever. Fazia doutorado na época, então os primeiros textos que publiquei foram aqueles que me marcaram na vida nas bibliotecas. Pouco a pouco, foram chegando propostas, às vezes de pessoas absolutamente desconhecidas, às vezes de autores estabelecidos”, conta Carolina.

A coleção divide sua produção em séries temáticas. Rama publica textos sobre fotografia e cinema; Intempestiva traz ensaios políticos; Infância reúne artigos sobre a relação do tema com a literatura. Já a série Caderno de Leituras apresenta escritos breves de temática livre.

“Quando comecei, como morava em Lisboa, a coleção trazia um corte teórico muito europeu. Ao voltar para o Brasil, há quase quatro anos, a coleção viveu esse deslocamento. Começamos a publicar mais textos brasileiros provocados por temas urgentes, como as questões indígenas e negras. No meio do caminho, me tornei mãe, então a maternidade também se tornou um tema”, comenta ela.

Nesses quase 10 anos em atividade, pelo menos 60% da coleção foi realizada sem patrocínio. Atualmente, o projeto se viabiliza com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. 

CHÃO DA FEIRA
Para baixar gratuitamente os textos do Caderno de Leituras acesse chaodafeira.com


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