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'Exército' de fãs do K-pop fere a campanha de Donald Trump à reeleição

Coordenado via TikTok, boicote ao comício do republicano resultou em numerosas cadeiras vazias no ginásio. Todos os lugares haviam sido reservados por supostos apoiadores


postado em 25/06/2020 04:00

Coordenado via TikTok, boicote ao comício de Trump em Tulsa, no sábado passado, resultou em numerosas cadeiras vazias no ginásio. Todos os lugares haviam sido reservados por supostos apoiadores (foto: Win MacNamee/AFP)
Coordenado via TikTok, boicote ao comício de Trump em Tulsa, no sábado passado, resultou em numerosas cadeiras vazias no ginásio. Todos os lugares haviam sido reservados por supostos apoiadores (foto: Win MacNamee/AFP)
Legiões de fãs do K-pop e usuários da rede social TikTok atribuem a si mesmos a sabotagem a um ato de campanha do presidente americano, Donald Trump, no fim de semana passado, ao terem reservado entradas em massa, sem a intenção de comparecer ao evento, que acabou tendo um público reduzido.

Antes da realização do comício, em Tulsa, Oklahoma, o chefe da equipe eleitoral de Trump anunciou no Twitter que haviam sido solicitados mais de 1 milhão de ingressos. O presidente também se gabou do número. Mas apenas 6,2 mil pessoas compareceram, segundo o Departamento de Bombeiros local.

Publicações que viralizaram nas redes sociais TikTok e Twitter revelaram que o plano de reservar entradas em massa circulou durante dias, acumulando centenas de milhares de visualizações. Um vídeo pediu a participação de fãs da BTS, boyband sul-coreana que se tornou uma das mais populares do K-Pop, com mais de 21 milhões de seguidores apenas no Twitter.

Brad Parscale, gerente de campanha de Trump, culpou “manifestantes radicais” por “interferirem” no ato político. Mas Alexandria Ocasio-Cortez, congressista do Partido Democrata, respondeu: “Você foi apenas SACUDIDO por adolescentes no TikTok”.
“Aliados do K-Pop, também vemos e apreciamos a sua contribuição na luta por justiça”, acrescentou a deputada, de 30 anos, representante de Nova York.

Embora determinar o verdadeiro impacto da campanha virtual entre o público do comício seja quase impossível, a ação destacou a tradição dos fãs do K-pop de serem politicamente engajados. Esse gênero pop, que ganhou alcance mundial, nasceu há cerca de 25 anos, na Coreia do Sul.

“O K-pop tem uma cultura de ser responsável”, afirma CedarBough Saeji, da Universidade de Indiana, acadêmica especialista no gênero. “Os fãs desse estilo musical costumam ser pessoas com consciência social” e o gênero conta com um amplo apoio entre a comunidade negra e os LGBTQ, segundo Saeji.

Depois que a BTS doou US$ 1 milhão ao movimento Black Lives Matter, a organização beneficente coletiva de fãs da banda conhecida como One in An ARMY arrecadou outro milhão de dólares, para igualar o montante doado às causas contra o racismo e a violência policial.
“As músicas da BTS nos motivaram a ter confiança em nós mesmos, ser gentis com os outros e nos colocar à disposição para ajudar”, diz Dawnica Nadora, voluntária de 27 anos, do braço americano da organização.

CedarBough Saeiji destaca a “mensagem de positividade” por trás do ativismo dos fãs: “O K-pop atrai as pessoas que gostam desse tipo de música, mas que também querem fazer do mundo um lugar melhor.”

A consciência social e a compreensão da internet como ferramenta fazem com que a base de fãs do K-pop seja uma força poderosa. “Eles estão o tempo todo conectados. Os organizadores do K-pop estão, principalmente, no Twitter”, diz Saeji, assinalando que a compreensão que eles têm do funcionamento dos algoritmos da internet faz com que eles tenham poder em matéria de organização na rede.

Recorde Segundo a rede social, a hashtag #KpopTwitter somou um recorde de 6,1 bilhões de tuítes em 2019. “Temos muita sorte de os ARMYs (exércitos) se apoiarem mutuamente, apesar de, frequentemente, estarem a milhares de quilômetros de distância uns dos outros”, diz Nadora.

Embora analistas políticos achem que o esforço virtual para aguar o comício de Trump tenha sido apenas brincadeira,  comentaristas, entre eles CedarBough Saeiji, afirmam que ele representa mais do que isso: “Corromperam todos esses dados que a campanha de Trump tentava coletar. Basicamente, mostraram à campanha que ela não poderá confiar em nenhum de seus números no futuro.” (AFP)


 


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