“Ficar longe do palco é como ficar longe da família, da namorada, dos amigos, dos aplausos, do nosso sustento, da nossa emoção, dos sonhos e das realizações. Enfim, da vida”, desabafa o cantor, compositor e poeta Paulinho Pedra Azul. O confinamento social imposto pelo coronavírus foi um choque para ele. “Não foi nada fácil, pois perdi 18 apresentações no Brasil e na Europa.”



Desde 12 de março isolado em casa, em BH, Paulinho diz que não consegue parar nem um minuto. “Cozinho, lavo, passo e escrevo muito, mas toco pouco violão, por causa da falta de manutenção das unhas. Componho muito com meus parceiros, gravo algumas músicas e lanço no Facebook e no Instagram”, revela. E tem show ao vivo também: “Canto da janela para os vizinhos”.

Além de assistir a filmes e musicais, ele adotou um novo hábito: “Estou acompanhando até lutas de UFC, que agora venho ‘compreendendo’ como esporte. Atividade não falta”, garante.

Baú lotado

A música, claro, domina a agenda. “O jeito é partir para gravar um disco, com tantas composições que tenho feito com vários parceiros.” Paulinho calcula ter no baú cerca de 500 inéditas, listando “samba, baião, valsa, bolero, choro-canção, chorinho, balada, rock, toada, xote, sertanejo brejeiro, jazz, country, forró, axé e bossa”.

Esse mineiro gosta especialmente de criar versões em português para clássicos do rock. Love of my life, sucesso do Queen, virou Amor da minha vida. Here, there and everywhere, dos Beatles, Em qualquer lugar. “Essa versão é minha com o grande Beto Guedes, ídolo e amigo de Montes Claros. Com sua simplicidade, competência e sensibilidade genial, Beto fechou a letra de nossa primeira parceria, que muito me orgulha”, conta.



Cumprindo rigorosamente o isolamento social, Paulinho acredita em mudanças no mundo depois da pandemia. “Quem seguia o caminho da justiça, da paz, de sua fé, do perdão, da fraternidade, dos direitos básicos, da consciência de cidadão e da ajuda aos mais necessitados seguirá no caminho da verdadeira democracia. Esperamos um país melhor”, diz.
 
Esperança, aliás, é com ele mesmo. O cantor e compositor já fez planos para quando a crise passar. “Uma coisa é certa: acabou essa quarentena, cinquentena, sessentena ou seja lá o que for, vou entrar no Gujorebar, na Savassi, às oito da manhã e sair na hora do chorinho no Bar do Salomão, na Serra. Depois, vou passar pelo Barbazul do Marcinho, na Avenida Getúlio Vargas, para beber, comer, abraçar e cantar com meus amigos, amigas, filhos, irmãos e amores. Agora, só não me pergunte a que horas vou chegar em casa. Só Deus é quem sabe”, diverte-se. 

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