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Estado de Minas QUARENTENANDO

O home office musical de John Ulhoa

Guitarrista e produtor do Pato Fu passa a quarentena em seu estúdio caseiro preparando o novo disco da mulher, Fernanda Takai. Longe do skate, ele confessa: 'Sinto a ferrugem corroendo os ossos'


postado em 06/06/2020 04:00

John Ulhoa sente falta do palco, mas diz que tem estúdio em casa e continua trabalhando (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press %u2013 30/8/17)
John Ulhoa sente falta do palco, mas diz que tem estúdio em casa e continua trabalhando (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press %u2013 30/8/17)

Longe do palco e das pistas de skate, John Ulhoa, da banda Pato Fu, tem passado os dias de quarentena produzindo o quinto álbum solo da mulher, Fernanda Takai. Gravado no estúdio da casa deles, em BH, o disco deve ser lançado pela Deckdisc em julho.

“Quando aconteceu tudo isso (a pandemia), resolvemos fazer o álbum só nós dois. Eu produziria e tocaria todos os instrumentos, enquanto ela cantaria e comporia. Um disco para ter um pouco a cara de quarentena mesmo”, explica John.

Ainda sem título, o disco já vinha sendo produzido antes do avanço do coronavírus, mas grande parte do trabalho em estúdio coincidiu com a quarentena. Impossibilitado de fazer shows, viajar e até de visitar os pais, o casal se dedica exclusivamente ao projeto. “Deixamos para outra ocasião a ideia de chamar convidados para contribuir para o álbum. O disco é um reflexo desta nossa época”, diz John. E as limitações impostas pela redução da equipe serviram de ponto de partida do processo criativo.

ANTIGAS

O repertório tem novidades e canções antigas. “Diria que um terço das faixas é fruto da quarentena, mas a maior parte não”, adianta John. As gravações foram concluídas. “Estamos masterizando o material agora, é o único processo fora do estúdio. A masterização, de forma on-line, é feita pelo Classic Master”, conta o guitarrista.

O avanço do coronavírus interrompeu a turnê do Pato Fu pelo Brasil. A banda reforça a conexão com os fãs por meio de estratégias digitais, mandando vídeos para as redes sociais.

As lives, shows ao vivo na internet, viraram febre neste período de confinamento. O Pato Fu aderiu, mas à sua maneira. “Preferimos a ideia da live caseira. Artisticamente falando, não gosto da tendência de transmissões muito produzidas. Isso vai na contramão das recomendações de isolamento”, enfatiza John.

O Pato Fu, aliás, tem o seu próprio método de trabalho virtual. Cada músico grava individualmente um vídeo tocando a canção. A edição “reúne” todo mundo. “É bem divertido. Em geral, gravo o primeiro canal de guitarra, a Fernanda grava o segundo canal de voz, sempre filmando. Depois juntamos tudo da banda”, explica John. O material é publicado no canal do Pato Fu no YouTube, que conta com cerca de 24 mil inscritos.

As canções Tribunal de causas realmente pequenas e Vivo num morro ganharam a “versão quarentena”. “É divertido fazer as músicas mais antigas, desconhecidas. Isso cativa o nosso fã raiz”, diz John. Vivo num morro, aliás, foi sugestão de Nina, a filha adolescente do casal.


PISTA

Adaptado à rotina doméstica imposta pela quarentena, John confessa que sente falta do skate. “Quando não tinha show, sempre ia para as pistas, principalmente nos fins de semana. Há meses não faço isso, sinto a ferrugem corroendo os ossos. É duro”, admite.

O guitarrista também sente falta do palco. “Não acredito que as apresentações com grandes plateias, como as que fazíamos, voltem este ano. Infelizmente”, lamenta. Mas John evita se queixar, pois o casal consegue se manter financeiramente por meio do home office. “Tenho estúdio em casa, a maior parte do meu trabalho continuo fazendo. Posso reclamar, mas comparativamente à realidade da maioria dos profissionais, eu me calo. As coisas vão até bem pra mim”, conclui.

*Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria


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