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Orquestra Filarmônica de Minas Gerais perde seu spalla

Orquestra dispensou o violinista britânico Anthony Flint, que se desfez de seu apartamento em BH e deixou a cidade nesta semana. Assinantes foram informados de que "desligamento é parte de um processo de transição". Maestro não quis falar ao Estado de Minas sobre a decisão


postado em 06/07/2019 04:07

Anthony Flint deve retornar à capital mineira em agosto. Ele fará turnê pelo Brasil com seu Trio Nobile. Agenda inclui uma apresentação no teatro do Minas Tênis Clube (foto: BETO NOVAES/EM/D.A.PRESS %u2013 17.7.2017)
Anthony Flint deve retornar à capital mineira em agosto. Ele fará turnê pelo Brasil com seu Trio Nobile. Agenda inclui uma apresentação no teatro do Minas Tênis Clube (foto: BETO NOVAES/EM/D.A.PRESS %u2013 17.7.2017)
Belo Horizonte me deu muito retorno. O projeto da orquestra é incrível. Além disso, comecei grupos de câmara na cidade, onde pude promover a cultura e a música. E as pessoas são amigáveis, tem um público incrível, o clima bom e a comida boa até demais”

Anthony Flint, violinista britânico

Nos dias 30 e 31 de maio passados o britânico Anthony Flint fez, na Sala Minas Gerais, suas últimas apresentações como spalla da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Em 19 de junho, os assinantes da programação 2019 da orquestra receberam um e-mail afirmando que ele deixaria sua função em 30 de junho. Flint, de 65 anos, que vive com a mulher há 30 na Suíça, estava havia nove anos em Belo Horizonte. Entregou o apartamento na capital mineira nesta semana e retornou para a Europa na quinta-feira (4).

Sobre seu desligamento da orquestra, ele explica: “Me pediram para sair. Eu sempre marquei, com antecedência, meus voos para Belo Horizonte (já que, até então, ele se dividia entre o Brasil e a Suíça). Para ser totalmente justo com o maestro Fabio Mechetti (também o diretor artístico da Filarmônica), no fim do ano passado, numa conversa pelo telefone, ele me disse para não agendar tantos voos, porque não tinha certeza quanto ao futuro da Filarmônica”. Flint conversou com o Estado de Minas um dia antes de deixar Belo Horizonte.

Na condição de spalla e primeiro violinista, (o posto mais importante de uma orquestra depois do maestro), Flint abriu a temporada de concertos da Filarmônica neste ano, assim como fez durante todas as temporadas em que integrou a orquestra. Pouco depois, em nova conversa com Mechetti, ouviu dele que, devido às pressões econômicas, havia chegado a hora de fazer cortes e que decidiriam quando seria a hora de anunciar sua saída. A data escolhida foi 30 de junho.

“O que, para mim, foi uma surpresa. No ano passado, passei por uma cirurgia drástica (ele sofria de câncer). Na minha cabeça, aquele momento teria sido a hora de sair. Cinco semanas depois, eu estava de volta e tudo foi tranquilo. Voltei com muito mais energia. Hoje estou muito melhor do que há alguns anos. Então, um ano após passar por isto, acabou”, diz Flint.

E-MAIL No comunicado sobre a saída do spalla que a Filarmônica enviou a seus assinantes via e-mail lê-se: “Atendendo a algumas solicitações, gostaríamos de lhes informar que nosso spalla, Anthony Flint, deixará oficialmente sua função a partir do dia 30/6/2019, retornando no último concerto da temporada 2019, como spalla convidado especial, ocasião em que será o protagonista da famosa suíte sinfônica Sheherazade, de Rimsky-Korsakov. Este desligamento é parte de um processo de transição iniciado já há algum tempo, durante o qual vários spallas foram convidados a participar de concertos com a Filarmônica. Ao longo deste segundo semestre de 2019, contaremos com a presença de vários outros spallas convidados, que terão a oportunidade de trabalhar com a orquestra nos mais variados repertórios. É objetivo da Filarmônica que, ao final deste processo, um novo spalla seja indicado para preencher esta importante função”.

Flint afirma que só espera o “convite formal” para confirmar sua participação no encerramento da temporada deste ano da Filarmônica. “O que obviamente deve acontecer, pois o maestro sempre manteve a sua palavra.”

Apesar da saída da Filarmônica, o violinista continua mantendo laços com a cidade. No último domingo (30) ele apresentou, no Clube do Concerto (projeto de concertos em um apartamento no bairro Sion), um repertório com peças de Mozart e Tchaikovsky com o Virtuosi di Minas. O grupo de câmara foi criado por ele na capital mineira e tem diferentes formações, conforme o repertório executado. Os músicos do Virtuosi são integrantes da Filarmônica.

No mês que vem, Flint retorna ao Brasil com o Trio Nobile, grupo em que atua ao lado do violoncelista Johann Sebastian Paetsch e da pianista Clélia Iruzun. O Nobile fará uma turnê pelo país, com total de seis apresentações – em Minas, Rio de Janeiro e São Paulo. Em BH, ao trio toca em 13 de agosto, na série Concertos Supergasbras, no Teatro do Centro Cultural Minas Tênis Clube.

As formações camerísticas são um prazer para Flint, que, no tempo em que viveu no país, estreitou seu contato com a produção musical nacional. “Não sou uma autoridade em música brasileira, mas ando muito interessado no repertório”, diz ele, que gravou há pouco em Londres com Clélia Iruzun (brasileira radicada há 25 anos na Inglaterra) sinfonias de Leopoldo Miguez e Henrique Oswald, compositores que viveram no Rio de Janeiro entre a segunda metade do século 19 e a primeira do século 20.

Antes da Filarmônica, Flint atuou no país como spalla convidado da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Na época sob a direção do maestro John Neschling, ele chegou a recebeu convites para entrar para a Osesp. Não aceitou unicamente por avaliar que não gostaria de morar na cidade que é sede da orquestra. “Vivo na Suíça em uma cidade de 20 mil pessoas; São Paulo tem 20 milhões. Não queria viver ali.”

Quando recebeu o convite de Mechetti para entrar para a Filarmônica, não teve dúvidas. “É uma cidade calma para viver. Belo Horizonte me deu muito retorno. O projeto da orquestra é incrível. Além disso, comecei grupos de câmara na cidade, onde pude promover a cultura e a música. E as pessoas são amigáveis, tem um público incrível, o clima bom e a comida boa até demais.”

Flint não tem a intenção de parar de se dedicar à música, mas tampouco pretende voltar a integrar uma orquestra. “Tenho 65 anos, há 45 sou concertista profissional (ele integrou 31 orquestras). Não é hora de descansar, mas agora quero tocar com trios e grupos menores”, conclui.

TERMINA GIRO PELO INTERIOR 

Termina neste sábado (6) em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, a turnê que a Filarmônica empreendeu pelo interior do estado neste semestre. Sob a regência do maestro associado Marcos Arakaki, a orquestra vai apresentar, às 20h30, na Praça Cônego Ângelo, um repertório que abrange obras de grandes autores, como Mozart, Beethoven e Saint-Saëns. São peças conhecidas do público, como o tema do filme E.T. – O extra-terrestre, de John Williams. Nesta turnê, a Filarmônica também se apresentou em Paracatu, Betim e Uberaba. Todos os concertos, ao ar livre, tiveram entrada franca. Na próxima semana, de volta à Sala Minas Gerais, o maestro Fabio Mechetti rege a Filarmônica na quinta (11) e na sexta (12). A orquestra vai receber o violinista italiano de ascendência alemã Augustin Hadelich. Ele vai interpretar o Concerto para violino nº 1, op. 15, de Britten. O programa também vai contar com a Sinfonia nº 36 em Dó maior, K. 425, de Mozart e a série de valsas Contos dos bosques de Viena, op. 325, de Strauss. O violinista convidado é o italiano Augustin Hadelich, de 35 anos.

FILARMÔNICA NÃO SE MANIFESTA

A reportagem do Estado de Minas tentou ouvir o maestro e diretor-artístico da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, Fabio Mechetti, a respeito do encerramento do contrato do spalla Anthony Flint. Via assessoria de imprensa, o maestro informou que preferia não se manifestar e apontou o comunicado enviado aos assinantes a respeito da saída de Flint como a fonte de informações sobre essa decisão.


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