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O espaço do senador Rodrigo Pacheco no hall da fama da política mineira

O presidente do Congresso parece ter toda a condição de entrar de vez para os grandes nomes da política nacional


08/08/2022 04:00

O presidente do Senado Federal terá alguns desafios imediatos
O presidente do Senado Federal terá alguns desafios imediatos (foto: ROQUE DE SÁ/AGÊNCIA SENADO)

A relevância da política mineira para o cenário nacional é conhecida. Para citar apenas alguns expoentes, Afonso Pena, Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves foram muito relevantes no destino do país. Neste exato momento, Rodrigo Pacheco busca entrar nesse hall da fama da política mineira e os próximos meses serão determinantes para isso. O presidente do Senado Federal terá alguns desafios imediatos. O primeiro será permanecer como opositor ao golpismo de Bolsonaro, sem aderir ao discurso lulista e, ainda assim, ser aceito pelo eleitor de ambos. O segundo será continuar na presidência do Senado, considerando o afastamento que manteve do postulante à reeleição e a proximidade que outros concorrentes já possuem com o ex-presidente Lula.

Hoje, Pacheco é de longe a autoridade da república mais vocal em defesa do sistema eleitoral brasileiro. Na última quarta-feira, em discurso na abertura dos trabalhos legislativos do Senado Federal, afirmou que “(...) as urnas eletrônicas têm sido motivo de orgulho nacional e trouxeram, nestes 26 anos de uso no Brasil, transparência, confiabilidade e velocidade na apuração do resultado das eleições.” Em resposta à Pacheco, o ainda presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Edson Fachin, o elogiou. “Os anais da história escreverão, no futuro, os nomes em uma das seguintes duas listas: uma com os defensores da democracia, na qual, de modo sobranceiro, se inscreve o presidente do Congresso Nacional, senador Pacheco, e outra com os cúmplices do populismo autoritário”, disse.

Um dos traços que une grandes nomes da política é a capacidade de se equilibrar entre os acordos para se manter no poder e o idealismo inerente aos estadistas. Normalmente são posições antagônicas. Talvez fosse impossível para Pacheco se opor à proposta de emenda à Constituição (PEC) que possibilitou a distribuição eleitoreira de R$ 41 bilhões, com a criminosa permissão de que os beneficiários do auxílio peguem empréstimos consignados, sem qualquer teto para a taxa de juros. Pacheco poderia, em tese, ter se oposto aos diversos furos no regimento interno das Casas, que possibilitou a aprovação incrivelmente rápida da PEC. Não o fez e, pelo contrário: estava ao lado de Bolsonaro na ocasião da sua promulgação no mês passado.

De qualquer forma, em diversas outras ocasiões, Pacheco foi um contraponto importante ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), aliado de primeira ordem de Bolsonaro. A última foi a oposição à possibilidade de tornar o orçamento secreto obrigatório. Se aprovada essa alteração, independentemente de quem ganhe a eleição em outubro, teria ainda menos espaço orçamentário para administrar, mantendo o poder dos caciques do Congresso Nacional inalterados.

Seja Lula ou Bolsonaro, a chance de Lira se manter na presidência de sua respectiva Casa parece ser maior do que Pacheco. A operação do orçamento secreto deu ao presidente da Câmara um poder que poucas vezes se viu na história política brasileira. Além disso, caso Lula seja eleito, é de se esperar que os acordos feitos com o MDB do Senado precisem ser cumpridos. Nesse ponto, o nome do senador Renan Calheiros – principal opositor de Lira em Alagoas – aparece como favorito. Por outro lado, caso Bolsonaro seja eleito, é bastante provável que busque organizar sua articulação no Senado, colocando um nome mais alinhado ao seu governo.

Sobre essa polarização, aliás, vale citar outro grande estadista mineiro, Afonso Arinos. Em 1947, Arinos manifestou-se no Congresso contra a cassação dos mandatos dos integrantes da bancada do Partido Comunista Brasileiro, cujo registro havia sido cassado em maio do mesmo ano pela Justiça Eleitoral. “A divisão operada no Congresso superou os quadros partidários; manifestou-se entre os que defendiam, na intangibilidade dos mandatos, as normas constitucionais e os princípios básicos da democracia representativa, e aqueles que, por espírito de intolerância ideológica ou por simples oportunismo político, atropelavam conscientemente a Constituição, expulsando do Congresso elementos a ele levados legalmente pelo voto popular”.

Pacheco parece ter toda a condição de entrar de vez para os grandes nomes da política nacional. Em Minas Gerais sobram bons exemplos de equilíbrio e sensatez.



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