Jornal Estado de Minas

GEOPOLÍTICA

Bye, Bye 2022... bem-vindo,2023!

É dia de Ano-Novo! Muitos povos não o comemoram na mesma data, mas sempre é um período de celebrações e festas. Começa no dia 1º de janeiro, no calendário gregoriano adotado no Ocidente. A palavra “janeiro” vem do deus romano Janus, do latim Janua, que significa “portal” ou “descoberta”.





Em Roma, todas as portas estavam sob a proteção de Janus, o deus das portas, e, como são usadas para a entrada e saída, esse deus tem duas faces: uma que olha para a frente e a outra para trás. É exatamente isso o que se faz às vésperas do Ano-Novo: mira-se no ano que passou para se projetar para o futuro que virá.  

É comum depositar muitas expectativas no novo ano que surge e não será diferente com 2023. O ano que simboliza o número sete (2+2 3=7) se inicia, como quase sempre, carregado de esperança, principalmente, para muitos brasileiros. 

O sete tem um significado que não se limita ao seu valor numérico. É considerado um dos números mais especiais em diversas culturas, povos e religiões, o que explica sua aplicação em diversos conceitos: do número primo da matemática (apenas múltiplo dele mesmo), aos sete dias da semana, às sete pragas do Egito, aos sete selos do Apocalipse, às sete maravilhas do mundo antigo, às sete voltas ao redor da Caaba (o cubo negro sagrado do Islã) pelos peregrinos muçulmanos, às sete virtudes, assim como são  sete os pecados capitais e as cores do arco-íris, entre outros tantos simbolismos. 

Na numerologia, o número sete está associado ao conhecimento e à análise. Há uma clara referência ao cerebral, o que leva o ser humano a aprender sempre, a acumular sabedoria e inteligência. Nos tempos sombrios de questionamento da ciência, é um bálsamo ter essa força como regente. 




 
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O novo ano de 2023 surge com a necessidade urgente de aprimorar o saber e as ações que possam minimizar os impactos sobre o clima, reduzir as desigualdades sociais globais, ampliação do respeito às diversidades culturais/religiosas, gênero e orientação sexual, ao maior diálogo entre as lideranças planetárias para criarem atitudes conjuntas, que resultem em um projeto melhor de futuro.  São os desafios iminentes do novo ano e devem prevalecer nos anos vindouros. 

É uma nova etapa, que nasce com uma pandemia ainda não controlada (pessoas morrem no Brasil e no mundo pela Covid-19 todos os dias), mas que, graças à ciência e à vacinação permitiu uma retomada à quase normalidade. Evidentemente, as mortes estão associadas a tantas outras causas, mas na história recente nada foi tão provocativo ao homem como a doença originada do Coronavírus. 

No Brasil, as mudanças políticas devem refletir no meio ambiente, na defesa das minorias, na redução da pobreza e na valorização da educação e da cultura. É o que se espera: dias melhores. Os períodos de extrema polarização ainda vão perdurar, mas sem o comando do cérebro que o representa, o corpo tende a enfraquecer. 





No mundo, há a necessidade de negociação de paz entre ucranianos e russos, de um notável e real acolhimento aos refugiados de guerra e ambientais, do maior controle de armas, de uma sustentável redistribuição das riquezas, de projetar um modelo de globalização mais justo e diferente daquele que foi imposto nas últimas décadas, de descarbonatar os meios de produção, de um compromisso real para controle das alterações climáticas, de garantir aos jovens mais acessos aos livros do que aos aplicativos (papel esse que, principalmente, as famílias também devem assumir). 
 
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Individualmente, reconecte-se com os prazeres simples da vida, valorize mais  o ser do que o  ter. Não meça o outro pelo que tem, mas pelo que é. Envolva-se com hábitos saudáveis,  compartilhe mais cafés quentes em dias chuvosos, sorria mais, agradeça sempre,  consuma menos carne (o clima sinaliza e pede novas posturas), faça atividades físicas que geram hormônios de contentamento ilimitado,  mais eficiente do que muitas medicações; de vez em quando, volte-se para o seu eu interior e ali encontre o refúgio que pacifica e ameniza a dor e a ansiedade que, juntas, formam a dupla perversa do sofrimento humano nos dias de hoje. 

Para o Réveillon, é comum se vestir com tecidos brilhantes, prateados, dourados, paetês, sendo a tradição usar pelo menos uma nova peça no primeiro dia do ano e vários rituais são seguidos, de acordo com a crenças e superstições de cada povo. Nesta trajetória de 365 dias que se seguirão, pode-se perder muitas coisas no caminho, mas não perca a elegância, em especial, a elegância do caráter. Essa deve prevalecer. Evite os excessos, pois tudo o que é demais sobra, já dizia um grande amigo. 





O período difícil e desafiador de 2022 chega ao fim. As tensões e crises mais diversas assolaram o Brasil e o mundo, afetando a saúde, a educação, o pensamento, o equilíbrio familiar. Tudo isso pôs em xeque projetos e expectativas de um futuro mais consistente e harmonioso.  
 
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Apesar dos dissabores vividos, muitas alegrias também foram experimentadas. Ampare-se nelas. Por enquanto, deseja-se que este ano seja de apaziguamento e renovação.  As nuvens sombrias do passado se desfazem para um novo nascer do Sol. Como sempre, são feitos os mesmos juramentos, compromissos e desafios. Nem sempre fáceis. Então, se é complicada a realização de todos, escolha pelo menos um, grande ou pequeno, e este ano – prometido e jurado- cumpra-o. Feliz 2023!