Jornal Estado de Minas

RICARDO KERTZMAN

Imbrochável, Bolsonaro poderia servir de inspiração para o Exército

Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, vive jactando-se de uma suposta virilidade, pouco comum a senhores da sua idade e com seus problemas de saúde. É sabido que o que é bom não precisa de propaganda. Pois é. Quem diz o tempo todo que é isso ou aquilo, provavelmente não é nem uma coisa nem outra.





A atividade sexual - ou a falta dela!! - deveria ser problema, ou solução, dos casais, e no máximo mereceria ser publicamente comentada em colunas de fofoca ou bate-papos de boteco. Porém, quando envolve os cofres públicos ou discursos presidenciais, passa a ser ‘assunto de interesse nacional’, hehe. Eu explico.

O Exército brasileiro, orgulho e glória dos ‘cidadãos de bem’ do bolsonarismo, que vivem pedindo a execução do artigo 142, que leem como ‘intervenção militar constitucional’ - seja lá o que diabos isso signifique - tem se destacado por compras e gastos, digamos, nada patriotas, que vão de picanha e lagosta a… Viagra! 

Já foram descobertas compras superfaturadas, e em quantidades monumentais, de carnes nobres, cervejas premium, chicletes e, obviamente, leite condensado, o símbolo da humildade fake do amigão do Queiroz. Recentemente, contudo, 35 mil comprimidos de Viagra foram incorporados à lista de gastos.

Mas o pior - ou melhor no caso dos brocháveis - foi o valor despendido pelos contribuintes brasileiros, viris ou não, cerca de 3.5 milhões de reais, para a compra de próteses penianas para os verde-oliva, que não estão, como direi?, correspondendo à altura em exercícios militares domésticos, ou extra-domésticos, vá saber.





Sim, companheiros de sustento da fornicação alheia, somos nós agora que bancamos a diversão da tigrada dos quartéis. Os caras não são como o devoto da cloroquina? Tudo bem. Nada que um ‘azulzinho’ e um tubinho de silicone - mas só do inflável, hein; nada de porcaria! - não resolvam.

Você aí, leitor amigo, que está com a cabeça ruim (a de cima) por causa da inflação, desemprego, etc., e com isso vem ‘faiando’ na hora do rala-e-rola, precisa urgentemente se alistar ou fazer um curso com o patriarca do clã das rachadinhas (mas tem de pagar em dinheiro vivo, senão o Flávio não aceita).

Em pouco tempo você terá diversão garantida (será másculo e viril, por bem ou por mal, digo, naturalmente ou às custas da medicina) ou, no mínimo, receberá seu dinheiro de volta, ainda que sob a forma de churrasco e cerveja - e se não quiser, pode tentar vender o Viagra e as próteses usadas no mercado paralelo. 





O sócio do Centrão vive dizendo: ‘acabou a mamata e a farra com dinheiro público’. E vive dizendo que acabou a corrupção. Vai ver que propina em bíblia e barra de ouro, contratos de 620 milhões de reais com empresas fantasmas, ônibus escolar e vacina superfaturados, e paliativo para militar ‘meia-bomba’ tenham outro nome. Patriotismo, talvez.