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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Camisa e tradição não vão segurar o Cruzeiro na elite do Brasileiro

Uma dívida gigantesca, um time sem credibilidade, um técnico ultrapassado e uma torcida magoada, sofrida. Essa nunca foi a história do Cruzeiro


postado em 21/11/2019 04:00 / atualizado em 20/11/2019 21:55

O Cruzeiro não passou de um empate com o rebaixado Avaí em pleno Mineirão(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
O Cruzeiro não passou de um empate com o rebaixado Avaí em pleno Mineirão (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)


A situação do Cruzeiro é gravíssima. Ele está flertando com o rebaixamento, quase transformando esse flerte em casamento. Não brinquem porque a queda é iminente. Dos cinco jogos restantes, o time azul terá três fora, Santos, Vasco e Grêmio, e dois em casa, CSA e Palmeiras. Não acredito que vença o Santos, sábado, na Vila Belmiro, como também não acredito em vitória sobre Grêmio e Vasco. Acredito numa vitória sobre o fraquíssimo CSA, embora o Cruzeiro não tenha vencido nenhum time desses que serão rebaixados, mas não creio que vença o Palmeiras. Pelas minhas contas, o Cruzeiro chegaria a 42 pontos se vencesse o CSA e empatasse com Grêmio, Vasco e Palmeiras. Não sei se com essa pontuação escaparia da Segundona. A situação é grave e preocupante. Por sorte, o Vasco já escapou da queda, mas quer algo maior como uma vaga na Libertadores. O Grêmio também quer estar na competição continental e o Palmeiras, vice-campeão, já está confirmado, mas não vai querer se despedir da competição com uma derrota. Ou seja, a situação é complicada. O Cruzeiro passou por isso em 2011, quando chegou ao último jogo, contra o maior rival, Atlético, precisando vencer para não cair. E foi um jogo histórico para ele, quando meteu 6 a 1 no adversário. Porém, não pode brincar de cair. Uma hora não consegue forças e cai mesmo.

Uma equipe que não consegue ganhar do Avaí, que já está rebaixado, vai ganhar de quem?, me perguntam os internautas. Realmente, fica difícil acreditar. Camisa o Cruzeiro tem. História e tradição, também. Porém, no futebol brasileiro isso não tem mais valor. Os jogos entre grandes e pequenos são parelhos, tamanha a ruindade e má qualidade das nossas equipes. Hoje, ninguém respeita ninguém. No jogo contra o Avaí, o torcedor computou os três pontos, mas teve que se contentar com apenas um. São jogos considerados fáceis que se tornam difíceis, principalmente pelo momento. Se não ganhou do Avaí, como vai ganhar do Santos na Vila Belmiro, como vai ganhar do Vasco em São Januário, como vai ganhar do Grêmio na Arena? Ainda que vença seus compromissos em casa – CSA e Palmeiras –, o time azul chegaria a 42 pontos, e esse número pode ser insuficiente para se manter na elite. Conforme já escrevi, acredito muito mais que ele permaneça na Série A pelos concorrentes – Botafogo, Fluminense e Ceará –, que são péssimos, do que pelos próprios méritos do Cruzeiro.

A situação é delicada. O técnico Abel Braga pegou o barco à deriva, mas não contribuiu em nada para mantê-lo navegando. Ao contrário. Sob seu comando, os resultados foram pífios. É sabido que o atraso de salários desmotiva os atletas. Salário é coisa sagrada e deve ser pago religiosamente em dia. Não importa se o jogador ganha muito ou pouco. O que está acordado no contrato de trabalho deve ser cumprido. A situação financeira do Cruzeiro é caótica, péssima, sem perspectiva. O time é um bando em campo, com vários ex-jogadores em atividade, ganhando fortunas. O torcedor sabe quem são. Os que amam o clube e dão a vida por ele, casos do goleiraço Fábio, Henrique, Dedé e Leo, sofrem com o péssimo momento. Os demais sabem que se cair irão para outra equipe e ponto. Não adianta o homem-forte do futebol, Zezé Perrella, dizer que se cair vai manter todos os jogadores na Segundona. Ninguém fica num emprego se não quiser. Ainda mais jogador de futebol, que, em sua maioria, não tem muito compromisso com o que fala.

O Cruzeiro tem que se unir, esquecer que é um time fraco, e tentar vencer três dos cinco jogos restantes. Não há outro caminho. Deixou afunilar. Esperou as últimas rodadas e agora vai causar apreensão no seu torcedor. Flamengo, Santos, Cruzeiro e São Paulo jamais caíram, mas o time azul parece querer sair desse seleto grupo. Os torcedores encaram a Segundona como a morte. Eu penso diferente. Acredito que um dia todos os grandes clubes cairão. Na Itália, exceto a Internazionale, todos os outros já caíram. E nada disso abalou a história. Corinthians, Grêmio, Vasco, Botafogo, Internacional, Palmeiras, Atlético, Fluminense, Bahia, Vitória, Sport e tantos outros já caíram e nem por isso deixaram de ser grandes. Claro que a elite é o lugar das grandes equipes e o torcedor não admite essa hipótese. O Cruzeiro paga a conta de uma gestão equivocada, que privilegiou ex-jogadores em atividade, que contratou mal e que inflacionou a folha salarial. Terá que se reinventar se quiser se salvar da queda ou mesmo para a próxima temporada. Uma dívida gigantesca, um time sem credibilidade, um técnico ultrapassado e uma torcida magoada, sofrida. Essa nunca foi a história do Cruzeiro, um gigante em nível nacional.


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