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Vivemos uma crise moral no país que é um dos mais violentos do mundo, e o futebol, que está inserido nessa sociedade, e só é um mundo à parte na questão financeira dos jogadores. Salários astronômicos, irreais e imorais, pois o trabalhador comum recebe um salário-mínimo de fome. O torcedor gosta de mimar o atleta e isso os torna “acima do bem e do mal”, achando que podem tudo. Tivemos vários casos recentes de indisciplina, nos mais variados clubes do país, principalmente de ídolos, que por ganharem muito dinheiro, acham que não têm deveres e obrigação. Gabigol foi um exemplo e depois de ser flagrado num churrasco em sua casa, com a camisa do Corinthians, quando ainda era jogador do Flamengo, perdeu a camisa 10 do rubro-negro e logo depois foi mandado embora do clube. Porém, no Cruzeiro, tem tido comportamento exemplar, respeitando a decisão do técnico de deixá-lo no banco e cumprindo todas as suas obrigações, inclusive jogando demais contra o Vila Nova, pela Copa do Brasil, alegre e feliz com os gols de Kaio Jorge, dando, inclusive, o passe para o segundo gol.
Com Dudu foi diferente. Depois de apalavrar um acordo em julho passado e roer a corda, Dudu foi “perdoado” e contratado em dezembro. De lá para cá, criou uma série de problemas, depois que se tornou reserva. Muito foi dito sobre o atleta, que não teve um comportamento profissional, desrespeitando a hierarquia, o técnico, os dirigentes e os torcedores. A gota d’água, como citei no nosso programa de Youtube, JaeciCarvalhoEsportes de segunda-feira, foi o fato de ter dito no vestiário, no Chile, após a bronca dos dirigentes, que “bastava o clube pagar toda a sua multa e que iria embora na hora, mas sem abrir mão de um centavo sequer”. Isso caiu como uma bomba e a diretoria o afastou do jogo em Uberlândia. Ficou impedido de treinar por 1 dia, e voltou às atividades na terça-feira, mas, sem a menor perspectiva de que seria reaproveitado. Ontem, teve sua rescisão confirmada, não se sabe os valores que o Cruzeiro pagou pela multa, e também não me interessa. É um prejuízo financeiro e moral, pois um jogador de 33 anos com contrato de 3 anos e multa de R$ 60 milhões, era algo irreal.
A relação entre jogadores, clubes e dirigentes deve ser apenas profissional. Infelizmente, eles não estão preparados para receberem amor e afeto. Saem, normalmente, de um meio desfavorecido – alguns morando em casebres, sem ter o que comer –, para a riqueza e o luxo, sem estarem preparados para tal. O resultado é esse que vemos de Norte a Sul do país. Dudu não será o primeiro, nem o último, pois, infelizmente, esse é o meio em que vivem os jogadores. Os casos denunciados de jogadores que manipulam cartões, para favorecer parentes e amigos, é mais uma prova de falta de responsabilidade, de andar a margem da sociedade e de mostrar todo o lado ruim que eles construíram na infância, normalmente muito pobre, na maioria dos casos, em favelas, onde o crime é uma coisa “comum”. O torcedor não tem que ter pena ou qualquer outro sentimento, pois esses caras ficam ricos em um contrato e se acham acima do bem e do mal, esquecendo-se que berço e caráter, não se compra com dinheiro nenhum.
Dudu está a caminho do Atlético, um jogador que está abaixo da média, com futebol pobre e sem ser, nem de longe, aquele campeão pelo Palmeiras. O time alvinegro vai fazer uma aposta na contratação de Dudu, pois não tem certeza de nada. Fico imaginando Zico brigando no Flamengo e indo para o Vasco. O torcedor jamais perdoaria. Dudu foi criado no Cruzeiro, mas, ao voltar, anos depois, mostrou toda sua ingratidão e desrespeito. O dinheiro sempre falou mais alto e não o suposto “amor ao clube”. Que seja feliz para onde for, pois no Cruzeiro não deixou a menor saudade, só decepção.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.