Meia-atacante Matheus Pereira comemora gol que marcou na vitória por 3 a 1 sobre o Vitória, no Mineirão, pela quarta rodada do Brasileiro -  (crédito: Staff images/Cruzeiro)

Meia-atacante Matheus Pereira comemora gol que marcou na vitória por 3 a 1 sobre o Vitória, no Mineirão, pela quarta rodada do Brasileiro

crédito: Staff images/Cruzeiro

Hoje é ganhar ou ganhar. Qualquer outro resultado contra o fraquíssimo Alianza Petrolero, na Colômbia, é deixar o Cruzeiro a um passo de só ter a possibilidade de se classificar à próxima fase da Copa Sul-americana por meio de uma vergonhosa repescagem. E imaginar que iniciamos a competição como cabeça de chave e favorito absoluto do grupo B, que conta ainda com os inexpressivos Universidad Católica (Equador) e o Unión La Calera (Chile).

Ganhar ou ganhar do time que acaba de terminar o campeonato colombiano na penúltima colocação é um suspiro para evitarmos o terceiro vexame seguido em 2024 (e nem terminou o primeiro semestre do ano...). Esse é o retrato da maldita herança desportiva – na atual temporada – deixada pela Patota de Corintianos e Playboys Cariocas de Sapatênis (e da parcela de cruzeirenses de camarotes, lambedores de sapatênis).

 

 

Nessa abertura da quarta rodada da Sul-americana, ocupamos a terceira posição – a frente apenas do próprio Alianza. Como apenas o primeiro colocado de cada grupo se classifica de forma direta à segunda fase da competição, caso não vençamos o time colombiano nessa noite e o líder, Universidad Católica, bata o Unión La Calera, na próxima quinta-feira, não teremos mais nenhuma chance matemática de terminamos na liderança do grupo. Ou seja, nos restarão as duas últimas rodadas (La Calera e Católica, ambas em Belo Horizonte) para, ao menos, alcançarmos a segunda posição, e assim, disputarmos a repescagem contra um eliminado da Copa Libertadores.

E pensar que não fosse novamente a pressão da torcida raiz, de arquibancada e do interior do estado (assim como ocorreu ao final de 2023, como a reação à derrota para o Coritiba, no Brasileirão), estaríamos vendo os lambedores de sapatênis novamente blindando a incompetência desportiva da SAF e lançando a infantil narrativa de que a “culpa pelo fracasso do Cruzeiro é da imprensa”.

Apesar disso tudo, para a maioria esmagadora da Nação Azul, além do alívio proporcionado pela troca de comando na SAF, o triunfo por 3 a 1 sobre o Vitória, na última rodada do Brasileirão, também trouxe um sentimento de esperança. Mesmo sendo contra um adversário em crise e em profunda reconstrução, conseguir se recuperar do baque do inesperado empate no meio do segundo tempo e buscar os três pontos com a entrega como foi, deixou uma boa impressão.

A vitória na noite de hoje, no estádio Armando Maestre Pavajeau, em Valledupar, na Colômbia, pode ter um efeito positivo duplo. De um lado, pode significar o suspiro de sobrevida na competição continental. De outro, também traz um estímulo para o nosso escrete manter uma sequência de bons resultados no Brasileirão. Lembrando que pontuar o máximo possível nesse início da competição nacional é fundamental para evitar outros sufocos, quando os times da Libertadores e da Copa do Brasil começarem a ser eliminados e focarem mais no Campeonato Brasileiro.

Que os deuses da bola iluminem a cabeça de nosso treinador e o faça colocar a equipe para ser agressiva nos 90 minutos da partida. O Cruzeiro precisa impor o ritmo da partida e tentar resolver a peleja logo no início. Não pode dar espaço para o fraco adversário se sentir pouco atacado ao ponto de resolver lançar-se ao ataque.

Vibração e pressão devem ser o nosso esquema tático, de raça e reza de logo mais à noite. Vamos, Cruzeiro! Que a gente espante de vez as cicatrizes deixadas pela omissão e da soberba.