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Estado de Minas

Armazenamento remoto de arquivos vai dominar a internet

Em até dois anos, 36% dos dados pessoais estarão arquivados em sistemas de computação da nuvem. Acessar informações a partir de qualquer dispositivo conectado à internet é uma de suas maiores vantagens


postado em 18/12/2014 13:20 / atualizado em 18/12/2014 13:26

Paula Takahashi

O publicitário Guilherme Araújo é um grande adepto do armazenamento de informações na nuvem. %u201CMeus filmes estão no Netflix e as fotos, no Dropbox%u201D (foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A PRESS)
O publicitário Guilherme Araújo é um grande adepto do armazenamento de informações na nuvem. %u201CMeus filmes estão no Netflix e as fotos, no Dropbox%u201D (foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A PRESS)
 

Se o armazenamento de arquivos na nuvem (cloud, em inglês) ainda não é uma realidade em sua vida, isso é só uma questão de tempo. Até 2016, 36% de todos os dados pessoais estarão em cloud, segundo estimativas do maior instituto de pesquisa em tecnologia da informação do mundo, o Gartner Research. Movimento de migração que só tende a crescer, impulsionado pela liberdade que o usuário conquista ao acessar seus arquivos em qualquer lugar, a partir de qualquer dispositivo com conexão à internet, seja ele smartphone, tablet ou o tradicional PC. Mobilidade sem a qual não se vive mais.

Fica para trás o universo on-premise, velho conhecido que exige a instalação de softwares – exemplo do Pacote Office, da Microsoft – e ainda requer preocupação constante com o sistema operacional e a capacidade de processamento e armazenamento do hardware. “Com a chegada da computação em nuvem, os usuários domésticos e mesmo as empresas podem se livrar do ônus de gestão da infraestrutura. Não haverá mais problemas de hardware, servidor ou necessidade de incrementar o software”, explica Luis Martinez Altamirano, analista de mercado responsável por servidores e armazenamento da consultoria IDC Brasil.

Isso só ocorre porque gigantes do setor como Amazon, Apple, Google, Facebook e Microsoft se encarregaram de tudo. Com a oferta extensiva de ferramentas que permitem armazenamento digital em servidores remotos, o usuário ganhou escala e agilidade e, associado a isso, ainda consegue economizar. “A palavra-chave da computação em nuvem é a elasticidade para mais ou para menos. É possível aumentar e reduzir os recursos rapidamente, de acordo com a demanda”, observa Luiz Martinez.

Premissa que vale não apenas para o usuário final, como também para as empresas que estão se dando conta das vantagens dessa verdadeira ferramenta de gestão. O publicitário Guilherme Araújo, de 33 anos, prova que a nuvem traz benefícios para todos. “Um exemplo é que hoje meus filmes estão no Netflix e as fotos, no Dropbox. Não preciso mais confiar na mídia de armazenamento físico”, reconhece. Na startup Zubb, a lógica é a mesma. “Não precisamos contratar softwares muito caros para colocar a empresa para rodar. Hoje, uso o Pipedrive para a área comercial, o Dropbox para armazenamento de arquivos, o Evernote para notas, o Slack para comunicação entre o time, Google Apps para e-mail e documentos, RedMine para gerenciamento de projetos, CRM para clientes, e estamos começando os testes com o Conta Azul para a área financeira e administrativa”, detalha Guilherme, sócio-fundador da agência digital. Tudo usado de acordo com a demanda. “O espaço pelo qual pagamos é dimensionado pelo uso. Se preciso de muito, pago por muito, mas se preciso de pouco, pago por pouco. Essa escala da nuvem facilita, inclusive, o nascimento de empresas”, reconhece o empreendedor.

Cautela na migração

Mas essa migração deve ser bem pensada. “Não é ir para a nuvem apenas porque está na moda. Os riscos devem ser planejados e mitigados, principalmente porque o mercado oferece diversos tipos de aplicações que talvez não estejam alinhadas com o interesse da empresa”, pondera Victor Arnaud, diretor da Alog, empresa provedora de serviços de data center.

Os recentes ataques ao iCloud e vazamento de fotos de celebridades reforçaram o sentimento de insegurança que já ronda a computação em nuvem e afasta os usuários mais desconfiados. “A vulnerabilidade sempre existe, não importa se a informação está na nuvem ou on-premise. Mas é fato que essas grandes empresas que oferecem o serviço têm que seguir uma série de regulamentações, normas de conformidade e passam por auditorias regulares”, afirma Vitor Nakano, gerente de pré-vendas da Cyberoam, fabricante de soluções de segurança. “Com isso, muitas vezes a segurança é maior na nuvem do que no computador pessoal”, acrescenta o especialista.

Victor Arnaud reconhece que a proteção é um desafio em camadas. “O elo da corrente é tão fraco quanto seu elo mais fraco”, afirma, ao fazer o alerta de que não adianta um sistema confiável se o comportamento do usuário não é condizente. Senhas fortes trocadas regularmente foi uma das armas encontradas por Guilherme Araújo para driblar os riscos. “E também procurar referência do serviço que pretende utilizar, até mesmo com amigos que já conheçam a ferramenta”, aconselha.

O QUE É NUVEM?
Nuvem ou cloud computing nada mais é do que o ambiente criado dentro da internet para armazenamento de todo tipo de informação, incluindo fotos, músicas, documentos e vídeos. Hoje, as principais plataformas são de gigantes como Apple, Google, Microsoft e Amazon e todos os dados ficam guardados em servidores remotos. Isso permite acesso fácil e rápido de qualquer dispositivo conectado à internet.

Principais atrativos
» Possibilidade de acessar aplicações sem se preocupar com o sistema operacional ou o hardware
» Facilidade no compartilhamento de dados entre usuários, principalmente os corporativos
» Uso de acordo com a demanda. Se houver demanda por mais espaço, paga-se por ele pelo tempo de utilização dos recursos
» As atualizações dos softwares são feitas de forma automática

Segurança
» Assim como no computador pessoal, os usuários não estão livres de um ataque e de vazamento de suas informações em nuvem, como ocorreu recentemente com o iCloud. Porém, diante das regulamentações que as empresas devem seguir e da série de auditorias pelas quais passam, especialistas reconhecem que existe sim segurança na nuvem, por mais que também haja vulnerabilidade. O ideal é buscar plataformas que transmitam as informações de forma criptografada e tomar alguns cuidados simples, como adotar senhas complexas e modificá-las com regularidade.

CÉU DE OPÇÕES
Dez ferramentas populares na nuvem
Google Drive
Verdadeiro Pacote Office. Nele, você pode armazenar e também produzir e editar documentos de texto, Power Point, tabelas de Excel e imagens do Paint. O usuário tem 15GB de armazenamento gratuito para compartilhar entre o Google Drive, sua conta no Gmail e no Google+.

Dropbox
Permite sincronizar, de maneira rápida e simples, arquivos em todos os dispositivos, seja computador, smartphone ou tablet, com servidores na nuvem. As contas do Dropbox Básico começam com 2GB de espaço gratuito, que pode ser ampliado e chegar a 16GB quando o usuário indica o Dropbox para amigos, por exemplo.

OneDrive
Oferece 15GB gratuitamente. Se o usuário precisa de mais espaço, pode pagar R$ 5 ao mês por 100GB, chegando a R$ 17 ao mês por um espaço de 1TB. Também permite sincronizar os arquivos, inclusive fotos, com todos os dispositivos e compartilhar as informações com quem quiser. Há versão para empresas ao custo de R$ 11,50 mensais por usuário.

SugarSync
Você pode sincronizar apenas algumas pastas ou todas as pastas do computador, smartphone e tablet nesta ferramenta. A partir do momento em que é sincronizada pela primeira vez, todas as vezes que aquela pasta for atualizada, o backup das mudanças vai direto para a conta no SugarSync. Também é possível compartilhar os arquivos com outros usuários. A desvantagem é que oferece apenas 30 dias gratuitos. Depois, é preciso pagar pelo plano, que começa com valor de US$ 9,99 ao mês por um espaço de 100GB.

icloud
Destinado a usuários do sistema operacional iOS, da Apple, a ferramenta permite armazenamento automático de documentos, fotos e vídeos. O usuário pode gerenciar o que quer e o que não quer que vá para a nuvem. Pode alterar, inclusive, quais apps farão backup no iCloud. A capacidade gratuita é de 5MB, mas pode chegar a 1TB ao valor de US$ 19,99 ao mês.

Box.com
Destinado a usuários e empresas, oferece condições diferentes para cada um. Os usuários têm até 10GB de espaço gratuito, enquanto o cliente corporativo pode contratar pacotes com custo de US$ 6 ou US$ 17 ao mês de acordo com os benefícios. Também permite acesso em dispositivos móveis, além da sincronização entre todos os aparelhos com acesso à conta.

Picasa e Google+
Uma das melhores ferramentas para armazenamento de fotos em tamanho real (de acordo com seu pacote). Permite a criação de álbuns organizados por data e compartilhamento com a rede de amigos. Há um ano, o aplicativo Picasa também possibilita o backup automático de fotos do computador para o Google+, rede social do Google. Tem ainda a opção que permite o envio ilimitado de fotos, mas elas terão seu tamanho reduzido automaticamente para até 2.048 pixels.

Amazon Cloud Drive
Outra opção para quem quer ter os álbuns de fotos disponíveis em qualquer lugar, a ferramenta da Amazon ainda permite armazenamento de vídeos pessoais, documentos e outros arquivos digitais. O espaço inicial disponível é de 5GB, mas pode chegar a 1TB ao valor de US$ 500 ao ano.

Copy
O armazenamento inicial é de 15GB, mas, a cada novo amigo indicado que se cadastrar na ferramenta e fizer o download do aplicativo, aumenta em 5GB essa capacidade. Outra vantagem é que cada arquivo compartilhado divide o tamanho com as pessoas que estão o compartilhando. Portanto, um arquivo de 5GB vai debitar 2,5GB de você e 2,5GB do seu amigo. Para completar, é multiplataforma, ou seja, permite compartilhar arquivos no computador ou mobile, com Windows (PC e Windows Phone), MacOS, Linux, Android e iOS.

Bitcasa
Dá opção de tamanho infinito para os arquivos com gratuidade para armazenamento de até 25GB. Carrega um conceito diferente dos concorrentes. Isso porque, num PC, o Bitcasa aparece para o sistema operacional como se fosse uma unidade de disco local. Já no dispositivo móvel, ele sincroniza arquivos e faz upload automático de fotos. Além disso, tudo é criptografado, garantindo mais segurança.

 


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