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Estado de Minas

Elementos técnicos aprimorados são características de 'Brothers: A tale of two sons'

Game conta uma história que, apesar de básica, leva intensa carga dramática


postado em 26/12/2013 10:08 / atualizado em 26/12/2013 10:18


Nos primeiros passos da indústria, os games apresentavam histórias simples ou mesmo se limitavam a não incluir roteiro nenhum às mecânicas – o que, em alguns casos, podia ser explicado pelas limitações dos sistemas em que eram executadas. Todavia, isso está longe de significar tramas ruins. Com o avanço dos consoles, conflitos de maior magnitude como guerras mundiais, heróis prontos para salvar o mundo ou até mesmo o apocalipse zumbi acabaram se tornando presentes em títulos famosos. Muitas vezes, esses roteiros não apresentam nada mais do que uma justificativa rasa para atirar no adversário e conquistar o maior número de troféus. Felizmente, ainda existem desenvolvedores engajados em mudar essa tendência. E Brothers: a tale of two sons é um belo resultado desse pensamento.

Você controla dois irmãos que perderam a mãe, e o pai está doente. Para buscar o medicamento, é necessário que eles encarem os mais distintos lugares, passando por inimagináveis desafios — que são explorados muito bem pela equipe de design de fases. Isso é apresentado ao jogador desde o início e, conforme os níveis vão passando, elementos de um mundo mágico, presentes apenas em contos de fadas, são apresentados. Isso tudo aliado a uma carga emocional delicada, que se encaixa perfeitamente na história. Se comparado ao de títulos ambiciosos, Brothers tem um conflito simples, e isso só dá valor ao impacto causado pela equipe desenvolvedora, que consegue executar uma excelente experiência em camadas dramáticas tão diferentes, e ao mesmo tempo bonitas e sensíveis.

Se até no cinema um enredo não é executado sem outros elementos, nos videogames não é diferente. E esses são os irmãos em A tale of two sons, que trabalham para uma boa experiência do conto. A começar pela trilha sonora, que mescla o estilo instrumental épico presente em canções de filmes e vocais influenciados pelo estilo new age. Essa mistura faz com que aquele universo ganhe vivacidade e a sensação de serenidade seja passada pelas notas musicais.

(foto: FOTOS: 505 GAMES/DIVULGAÇÃO)
(foto: FOTOS: 505 GAMES/DIVULGAÇÃO)

O visual também é magnífico, com traços de paisagens naturais, cidades, estruturas gigantescas, criaturas e castelos muito bem desenhados – apenas os efeitos de sombra e os personagens parecem um pouco serrilhados em alguns momentos. O motor gráfico utilizado pela Starbreeze, o Unreal, permite a construção de cenários belos, com efeitos de luz (amanhecer, pôr do sol e frestas em cavernas) variados.
 
Controles


Algo chama muito a atenção no game: o fato de que a ligação entre os dois irmãos não é feita por diálogos, cenas de transição ou documentos espalhados pelo mapa. A própria jogabilidade mostra que um depende do outro, e o jogador é o elo entre os dois. Os controles são básicos: com um analógico direito, você movimenta um deles, e com o gatilho de trás, ele interage com um objeto ou com o outro personagem. O mesmo vale para os mesmos botões do lado esquerdo. Inclusive, os jogadores de PC não conseguirão jogar sem o controle de Xbox 360.

Esse tipo de controle é muito bem explorado e são vários os quebra-cabeças usando os dois. E isso vai além. Cada personagem tem uma personalidade e limitação diferentes. Enquanto o menor pode passar por grades, o maior é capaz de puxar alavancas que necessitam de força para levantar. Ou então o maior pode ajudar o caçula a subir em uma elevação. São esses detalhes que fazem a mecânica ser mais do que algo automático, e sim um elemento importante da narrativa.

Com todos esses elementos, Brothers cria uma atmosfera que ao mesmo tempo em que dá liberdade para o jogador admirar os belos cenários, também leva uma história bem construída. O ângulo das câmeras é outra ferramenta muito bem utilizada no game. Em situações nas quais os irmãos estão subindo uma montanha, por exemplo, dá para ver os cenários percorridos anteriormente. Além disso, bancos aparecem em alguns pontos da fase, um claro incentivo dos desenvolvedores para que o player vislumbre a beleza dos cenários.

Simultâneo


A parte mais videogame e menos contemplativa do título se dá em maior parte pelos quebra-cabeças colocados nas fases, que são muito bem elaborados. Em um momento, um cachorro está solto em um terreno, e um irmão tem de distraí-lo, enquanto o outro passa despercebido pelo lugar. Ou então quando um ogro enorme está perseguindo os dois, e o caçula serve de isca, entrando em uma gaiola gigante e saindo dela por entre as grades. Enquanto isso, o irmão maior pressiona a alavanca para fechar a porta, trancando o monstro – tudo isso simultaneamente. Os desafios pedem atenção e coordenação motora do jogador, por conta do tipo de controle, mas é recompensador quando o desafio é ultrapassado.

Aceitando o argumento simples que apresenta ao jogador, e o executando de uma forma bela leve, objetiva, inteligente e emocionante, Brothers: a tale of two sons é uma das melhores surpresas de 2013. Um excelente exemplo de uma obra que, com três horas, consegue causar mais impacto do que muitas não conseguiram fazer em anos de história.

Produção

505 Games

Desenvolvimento
Starbreeze Studios

Plataforma
Xbox 360, PlayStation 3 e PC

Número de jogadores
1 (single-player)

Preço
R$ 24,99 (PC), R$ 30 (Xbox Live Arcade) e R$ 30,99 (PSN)

Classificação indicativa livre
Avaliação
Jogabilidade: 2,5
Entretenimento: 2,5
Gráficos: 2,0
Som: 2,5
Nota final: 9,5


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