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Estado de Minas

Famosa franquia de monstrinhos faz boas e necessárias renovações

Abusando de elementos para fisgar o coração dos fãs, famosa franquia de monstrinhos faz boas e necessárias renovações para se manter como a maior estrela dos portáteis da Nintendo


postado em 19/12/2013 00:12 / atualizado em 03/01/2014 09:40

 

Pokémon X e Y, que inauguram a sexta geração da série, têm uma contradição interessante. De uma maneira que só a Nintendo consegue fazer, a nova dupla de jogos dos monstrinhos de bolso mais famosos do planeta consegue, ao mesmo tempo, inovar e manter uma aura incrivelmente familiar. Descaradamente apoiado na nostalgia de uma época em que a franquia só existia no Game Boy, o game também passa por uma das maiores revoluções de sua história: a tão esperada mudança para os gráficos tridimensionais.

Pode parecer algo simplório, mas é, provavelmente, um dos sonhos dos colecionadores de monstrinhos mundo afora desde o início da franquia. Vale lembrar que Pokémon surgiu em uma época em que o mundo dos videogames migrava para ambientes tridimensionais e, provavelmente, é o último de seus contemporâneos a fazer essa transição. A espera valeu a pena: dos cenários aos movimentos dos bichos, os gráficos poligonais e os movimentos de câmera dão nova vida a uma aventura que já estava um tanto batida.

Além de ter um desejo de longa data atendido, o jogador ainda se depara com uma camada extra de nostalgia para desbravar (mais um) mundo: a presença maciça de pokémons presentes no rol dos 150 originais. Apesar de existirem novos monstrinhos (69, o menor número de adições entre as seis gerações de Pokémon), eles passam despercebidos. Desta vez – e pela primeira vez –, não pela falta de carisma, mas por pura decisão dos desenvolvedores, que abarrotaram o jogo com bichos clássicos como Pidgeys, Caterpies e Pikachus. Para completar, você ainda pode escolher um entre os três bichos de Pokémon Red e Blue: os icônicos Bulbasaur, Charmander e Squirtle, além de receber os iniciais da atual versão.

Em vez de se preocupar em bombar a Pokéagenda – que, agora, tem 718 monstros –, o esforço criativo da Game Freak se voltou para uma nova mecânica: a megaevolução, que confere nova forma, tipo e poderes a um monstro, mas somente durante a batalha. Não por acaso, a maioria dos bichos que recebem o upgrade pertencem à primeira geração do jogo, como Charizard, Gengar ou Gyarados, ou, então, favoritos dos fãs, como Lucario e Garchomp.

A reverência ao passado não para por aí. Entre os cafés, os castelos e as ruas estreitas das cidades da região desta geração, Kalos (inspirada no Norte da França), há várias referências às versões Red e Blue: a primeira floresta do jogo é uma cópia-carbono da Viridian Forest, do game original; em outra aventura, você precisará obter uma flauta para acordar um sonolento Snorlax que bloqueia a passagem de uma ponta. A impressão que se tem é que uma cópia do célebre meme sobre a audiência de Pokémon foi parar na mesa dos chefes da Nintendo.

MUDANÇAS A preferência da Nintendo pela nostalgia é compreensível: X e Y passam por uma série de evoluções que vão muito além da mudança dos gráficos em 3D. A primeira delas (e a que faz maior diferença para o jogador) está no ritmo do jogo. Acabou a necessidade de ganhar experiência e tornar seu time mais forte para encarar os oponentes que vêm por aí. A intenção dos desenvolvedores é fazer com que você passeie pelas regiões e – mais importante – faça alterações em sua equipe com frequência. É possível argumentar que o título ficou mais fácil (e, sem dúvidas, é o mais fácil da série), mas, por outro lado, ele também é dinâmico.

O jogo faz grandes alterações que prometem agitar a cena competitiva de Pokémon, com a introdução do Super Training, um modo em que você pode treinar EVs e IVs, atributos que determinam os limites de força, velocidade, defesa etc. de seu monstrinho. Além disso, há a introdução de um novo tipo, algo que não ocorria desde a segunda geração. Os monstros fada, que são eficazes contra os poderosos dragões, dão mais equilíbrio às partidas.

E, por fim, a principal das inovações de X e Y está nas funcionalidades on-line, nas quais a Nintendo fez um excelente trabalho – algo notável, visto que a companhia japonesa é conhecida por patinar nessa área. Além das trocas e das batalhas a qualquer instante, você pode registrar seus amigos e conhecidos por meio do StreetPass dentro do jogo, ou conversar com eles.

A Nintendo também criou dois modos que exercitam a boa índole dos jogadores: o Wonder Trade, uma troca de pokémons às cegas –, mas que oferece boas recompensas caso você ofereça monstrinhos raros; e o O-Power, um sistema em que você compra itens que aumentam temporariamente os atributos de seus monstros – os artefatos são mais baratos caso sejam dados de presente a seus amigos. Um refresco para um mundo em que jogar com os outros significa enfrentar competições hostis.

Com um pé no passado e outro no futuro, X e Y conseguem uma façanha inacreditável: ser os jogos dos sonhos de cada fã de Pokémon e, ainda por cima, promover as renovações que a série tanto precisava. A questão que fica é saber se a Nintendo conseguirá manter o alto nível desta geração (e o interesse dos fãs antigos e novos) sem apelar tanto ao passado.


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