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Estado de Minas

Futebol dos gamers ganha espaço no Brasil

Modalidade que conquistou milhares de jogadores ganha espaço no Brasil, guiada pelo sucesso de League of legends, da produtora Riot. Mas será que esses títulos também podem ser considerados como esporte?


14/11/2013 13:30 - atualizado 14/11/2013 12:49

Na cabine do estádio lotado, o emocionante grito corre pelas cordas vocais do narrador ao mesmo tempo em que as jogadas ocorrem. Em seguida, gritos de provocação à torcida adversária. Faixas com o nome dos craques do time, que executam jogadas magistrais, surgem em questão de segundos e deixam todos boquiabertos. A cada sucesso obtido, a celebração nas gargantas dos torcedores alcança o volume máximo no local. Essa seria a descrição de uma partida de futebol, mas é, na verdade, a dos e-sports (versão abreviada do termo electronic sports), modalidade conhecida mundialmente e que vem conquistando admiradores no Brasil.

Apesar da discussão entre a atividade ser um esporte ou não – o que lembra a polêmica sobre a Fórmula 1 –, é notável a capacidade que o e-sport tem de reunir grandes multidões. Na edição deste ano do EVO Championship Series, por exemplo, o maior campeonato de jogos de luta acumulou 1,7 milhão de usuários no canal oficial do evento, que transmitia as lutas ao vivo. Além disso, os fãs lotaram o Paris Hotel & Casino, em Las Vegas somando mais de 3 mil jogadores em disputas de vários jogos, como Mortal kombat, Super street fighter IV e Ultimate Marvel vs Capcom 3.

Mesmo sem uma definição oficial, esses jogos apresentam algumas características que os fazem, pelo menos, parecer com um tipo de esporte. Geralmente, os grandes games de e-sport têm eventos oficiais e boas premiações. São elas que incitam ainda mais a competitividade e, o melhor, sem restrição de “categorias”: vão de Dota 2, Counter strike, StarCraft 2 até o velho Tetris. Eles são cenários de batalhas em que os controles, os mouses e os teclados são as armas de combate entre os competidores.

Hoje, o carro-chefe do modo competitivo em jogos eletrônicos no mundo tem nome: League of legends. O entusiasmo dos fãs é tão grande que, em menos de uma hora, os 10 mil ingressos para a final do campeonato mundial foram vendidos. Abrigado no Staples Center, casa do time de basquete Los Angeles Lakers, o evento contou com uma estrutura digna de show e deu à equipe vencedora US$ 1 milhão.

Este ano foi o primeiro em que um evento presencial do game ocorreu no Brasil. Em julho, mais de 3 mil pessoas assistiram à final do primeiro campeonato brasileiro de League of legends, em São Paulo. No canal oficial da empresa, foram mais de 1 milhão de visualizações em todos os dias do evento. A equipe vencedora, PaiN Gaming, ganhou US$ 30 mil. Em seguida, houve a primeira disputa por aqui, com o Desafio Internacional, também na capital paulista, durante a Brasil Game Show. Na final, a CNB e-sports Club acabou vitoriosa e levou US$ 15 mil.

ESTRUTURA

O gerente de e-sport da Riot, Bruno Vasone, explica o avanço do jogo C – antes famoso apenas na Ásia e parte da América do Norte – no Brasil. “A gente soube que o público do Ocidente gostaria muito de interagir e ter uma experiência competitiva com outros jogadores do mundo, incluindo os brasileiros. O League of legends tem isso no seu DNA.”

Vasone comenta que as equipes estão cada vez mais organizadas, e a recepção da torcida é semelhante a uma partida de futebol – nos eventos, inclusive, é comum ter narração ao vivo e gritos de guerra de um lado e de outro. “Temos a CNB e-sports club e a PaiN Gaming, que são o Palmeiras e Corinthians do LOL”, diz. Curiosamente, foram as duas equipes que disputaram as finais dos principais eventos deste ano no Brasil. Cada uma ganhou uma partida, o que acirrou ainda mais a rivalidade entre as torcidas. Além disso, ambas as equipes são patrocinadas por grandes empresas de tecnologia: Razer e Kingston, respectivamente.

A estrutura que os jogadores dessas e de outras equipes têm no Brasil pode fazer inveja a muitos times de futebol. Além dos cinco jogadores principais, que manejam mouses e teclados durante a partida, existe uma equipe de mais de 10 pessoas, incluindo até técnico e psicólogo. “Hoje, temos cinco times com centro próprio de treinamento”, comenta Vasone. O objetivo disso, segundo o porta-voz da Riot, é fazer com que a interação seja cada vez maior.

A promessa da empresa é de que, futuramente, existam divisões de categorias – como as do Campeonato Brasileiro de Futebol. Vasone crê que isso é um incentivo a mais para outras equipes. O que, somado a uma bolada de US$ 1 milhão, pode motivar muitos jogadores a largar as chuteiras e partir para os cliques.

CONHECENDO O MAPA
Começar pelo básico é um bom caminho para entender melhor a estrutura de League of legends, game rico em detalhes e variações. Dez jogadores são distribuídos no mapa, cinco de um lado e cinco de outro, e cada um deles deve exercer papéis próprios, encarnados em personagens do jogo: desde curar o amigo e se localizar no mapa até eliminar o adversário. A partir daí, eles são divididos em partes diferentes. Conheça quais:

Top
Essa é a parte de cima do cenário, onde, geralmente, apenas um jogador ocupa. Ele é responsável por iniciar as lutas e proteger os companheiros durante as batalhas.

Bot
Comumente ocupada por dois jogadores, essa área fica na parte de baixo do mapa. Um dos jogadores é o Ad carry, que é responsável por dar o golpe final e eliminar os inimigos. Já o segundo é chamado Suporte, e, como o próprio nome sugere, tem a função de auxiliar o time e orientar as localizações mais corretas dentro do mapa.

Mid
Também no meio do campo é comum apenas um jogador ocupar o espaço. Ele tem a função de juntar ouro e se equipar rapidamente para causar mais dano aos adversários durante as batalhas.

Jungler
Também função específica de apenas um jogador, o jungler de maior sucesso é aquele que consegue percorrer os espaços do campo e executar emboscadas contra os adversários, auxiliando os companheiros em diferentes partes do mapa.


SAIBA MAIS
O início

Na década de 1990, no Brasil, o boom do e-sport aconteceu nas lan houses, que tinham como principal atração o Counter strike. Competições em menor escala eram feitas, e os torneios varavam a madrugada. O League of legends, da Riot, produtora e publicadora do game, foi lançado oficialmente por aqui em outubro de 2012. A empresa aproveitou também para inaugurar servidores em Cotia, São Paulo, a fim de diminuir problemas de conexão.

 


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