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Estado de Minas

"É preciso mais inovação no país"


postado em 16/05/2013 12:00 / atualizado em 16/05/2013 13:05

Luiz Davidovich
Pós-doutor em física e professor titular da Universidade Federal do Rio De Janeiro

 

Membro da Academia Brasileira de Ciências, da Academia Mundial de Ciências, do Conselho Superior da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Conselho Internacional para a Ciência e da National Academy of Sciences (EUA), Luiz Davidovich é um dos grandes nomes da física mundial. As 24 horas do dia não são suficientes para dar conta de tanta atividade. “Fico sempre devendo”, brinca. Para ele, a pesquisa no Brasil e a inovação tecnológica estão tendo importante impacto internacional, embora a inovação ainda caminhe de forma incipiente. 

 

A pesquisa brasileira progrediu na última década. Que desafios persistem?
A ciência brasileira está sendo publicada em boas revistas científicas, mas, com raras exceções, ainda não está pautando os principais desenvolvimentos científicos e tecnológicos internacionais. É necessário um salto de qualidade, para alcançar um novo patamar que coloque o país como protagonista no cenário internacional. É necessário ampliar a base que dará origem aos profissionais do futuro e diversificar as instituições de ensino superior. Precisamos investir em áreas do futuro e superar a burocracia. É necessário também reformar com urgência a carreira docente das universidades federais, de modo a valorizar a formação pós-graduada e assegurar que o mérito seja reconhecido. Zelar para que os jovens professores não fiquem soterrados por um número excessivo de horas de aula, exatamente no período de suas carreiras em que podem ser mais criativos na pesquisa, é essencial. Há ainda o grande desafio de modernizar os programas das universidades.
 
Um brasileiro tem menos oportunidade de sucesso com a estrutura de pesquisa que tem?
Estamos ainda distantes do nível de publicações dos países desenvolvidos. Em parte, essa distância está associada à diferença de recursos para a ciência, à falta de equipamentos adequados para investigações na fronteira do conhecimento em várias áreas. No Brasil, devemos contar com boas ideias realizadas em equipamentos de baixo custo, mas isso não leva o país às primeiras posições na escala de qualidade das publicações internacionais. Pesquisadores brasileiros, sobretudo os envolvidos com pesquisa experimental, gastam um tempo apreciável lutando contra a burocracia, procurando importar insumos ou equipamentos. Ou brigando para fortalecer a universidade. Por outro lado, padece a ciência no Brasil de critérios de avaliação de pesquisadores e programas que privilegiam a análise quantitativa, em detrimento da qualitativa.


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