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Estado de Minas

Pela internet, mães organizaram passeata em BH por melhorias no sistema de saúde

Ambiente virtual também é opção na hora de trocar informações sobre patologias raras e de pouco conhecimento popular


postado em 02/05/2013 06:00 / atualizado em 02/05/2013 11:33

Cerca de 35o pessoas participaram em belo horizonte de passeata inteiramente organizada pela web, reivindicando melhorias no pronto atendimento infantil (foto: Cristina horta/em/d.a press)
Cerca de 35o pessoas participaram em belo horizonte de passeata inteiramente organizada pela web, reivindicando melhorias no pronto atendimento infantil (foto: Cristina horta/em/d.a press)
Ser mãe é se emocionar com o sorriso do bebê, torcer pelos primeiros passos, mas também trocar fralda, ficar a noite acordada amamentando e mais uma infinidade de dificuldades que dão muito sentido ao ditado “ser mãe é padecer no Paraíso”. Inspirado na máxima, surgiu o grupo de discussões Padecendo no Paraíso (padecendo.com) no Facebook, há dois anos. Esse movimento realizou ontem uma passeata reivindicando melhorias no sistema de saúde pública. Cerca de 350  mães participaram da mobilização que partiu da Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul, em direção à Praça Floriano Peixoto, na Região Leste.

O Padecendo foi idealizado pela arquiteta Isabela Soares da Cunha, de 38 anos. No começo, trinta mães trocavam experiências, hoje já são cerca de 3 mil. Conversando, elas perceberam a dificuldade e demora no atendimento de obstetrícia e pediatria e resolveram se mobilizar para mudar essa realidade. Na primeira ação, fizeram um abaixo assinado on-line contra o fechamento do pronto atendimento do Hospital Vila da Serra. “Exigimos tanto melhor atendimento quanto melhores condições de trabalho para os profissionais de saúde”, ressalta Isabela. Para o público, foi criada a fan page e o blog do Padecendo, que recebe em média 10 mil acessos semanais.

MÃES DE MAIO

Na cronologia do coração materno, ver o filho partir é o inverso do esperado pela ordem natural da vida. E dói. Ainda mais quando morrer se torna um verbo estúpido sucedido pelo matar. Foi assim com Débora Maria da Silva, de 53 anos, e cerca de 500 outras mães em maio (12 a 19) de 2006, quando, por retaliação de ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC), jovens inocentes foram assassinados em São Paulo. As mães acusam integrantes da Polícia Militar como responsáveis pelos homicídios.

Pelo filho, Débora resolveu batalhar por justiça e criou o grupo Mães de maio, hoje com 70 integrantes. O movimento luta pela desmilitarização da polícia e a mudança da expressão “resistência seguida de morte” – usada em boletins de ocorrência para definir mortes cometidas por policiais – para “homicídio”. O grupo tem um blog (maesdemaio.blogspot.com) que, com a ajuda de colaboradores, virou referência no tema violência policial.

Em 2012, foi criada no Facebook, a fan page do movimento, que contabiliza cerca de 22 mil curtidas. Antes de ter sido retirada do ar pelo Facebook, em agosto de 2012, a página conquistou adeptos e colecionou dezenas de denúncias diárias. Para Débora, a supressão foi um ato de censura. Diante de protestos e a repercussão negativa, até internacional, a página voltou – incompleta – ao ar. “Para recuperar o conteúdo, eles exigiam que fosse retirada a charge do cartunista Latuff, usada como imagem do perfil. Ela mostrava uma mãe com uma camiseta manchada de sangue apontando para um policial”, conta.

Débora acredita que a internet jamais substituirá as ruas, mas reconhece que ela é ferramenta fundamental na mobilização. “Muitas mães são analfabetas, não sabem usar o computador. Pedimos que elas busquem esse conhecimento, porque é importante para a divulgação da causa”, complementa. No dia 11, haverá um ato simultâneo contra a violência em Belo Horizonte, Salvador (BA) e no estado de Goiás.


TERAPIA EM GRUPO
Em 2009, Paula Fonseca de Souza, assistente financeira, de 28 anos, teve uma alteração súbita da pressão e, com sete meses de gestação, perdeu o filho que esperava. Para tentar superar a perda, ela criou a comunidade Mães de Anjos no Orkut, que reuniu milhares de pessoas. A página foi parar no Facebook (https://on.fb.me/ZZBjjR), tem cerca de 23 mil curtidas e reúne dezenas de relatos de perdas. “Queria conversar sobre a minha tristeza e ninguém me dava atenção. Falavam que eu fazia drama demais. No grupo, as outras mães não me julgavam”, conta.  Há depoimentos de mães que nem chegaram a conhecer seus filhos e outras que perderam crianças de forma trágica. Elas também se mobilizam e criam petições para cobrar ações do governo quando há casos, por exemplo, de recém-nascidos que precisam de vaga em UTI. “Esquecer ninguém vai, mas superamos, juntas, as perdas”, ressalta Paula.



BLOGS ESPECIAIS
Tudo bem ser diferente

» Espaço aberto para ideias sobre diferenças e diversidade. Blog da jornalista Sônia Caldas Pessoa, mãe de Pedro, diagnosticado aos quatro meses de idade com hidrocefalia e um tumor benigno no terceiro ventrículo cerebral. Ele ficou uma temporada saindo e entrando de blocos cirúrgicos e UTIs. Hoje, prestes a fazer sete anos, Pedro é louco por idiomas e por música. A ideia do blog veio da necessidade da mãe de defender uma educação inclusiva. Com autorização do filho, ela conta a sua história.
tudobemserdiferente.wordpress.com

superando o autismo

» “Remédio contra tuberculose pode ser nova arma contra autismo”. Temas como esse fazem parte do conteúdo do blog da jornalista mineira Patrícia Trindade, de 40 anos. Seu filho Luca, de 4 anos, tem autismo. A página reúne as principais descobertas científicas acerca da doença e cada progresso de tratamento com o garoto.
enfrentandooautismo.blogspot.com.br

Lagarta vira pupa

» “Theo é grandão, esperto, inteligente, carinhoso, beijoqueiro…e autista. Tem apresentado melhoras e novos desafios a cada dia”. Assim, Andréa apresenta seu filho aos leitores do blog. O nome da página veio de um refrão de uma música do Cocoricó que o garotinho adorava repetir para a mãe quando tinha um ano de idade. O objetivo é ajudar pessoas na mesma situação, dividir angústias e alegrias, além de documentar a rica história de Theo.
https://lagartavirapupa.com.br


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