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Estado de Minas

Gutemberg no tablet


postado em 11/04/2013 10:07 / atualizado em 11/04/2013 11:15

É curioso como circunstâncias aparentemente desconexas se combinam para produzir resultados inesperados. Por exemplo: um dos mais importantes feriados nacionais dos EUA é o Independence Day, em 4 de julho, cujo ponto alto são grandes queimas de fogos de artifício nas principais cidades. Naquele feriado de 1971 Michael Hart, um estudante da Universidade de Illinois, a caminho de casa após assistir à queima de fogos, recebeu uma cópia da Declaração da Independência americana que estava sendo distribuída ao público por uma cadeia de lojas. Pouco antes, havia ganhado um presente inusitado e de valor inestimável: uma conta de usuário que lhe dava direito ao uso ilimitado do computador de grande porte de sua universidade.

A conta foi criada pelo melhor amigo de seu irmão, um operador da máquina, em uma época em que não havia computadores pessoais e o que hoje é a internet ainda estava em seu nascedouro, um projeto do Departamento de Defesa americano denominado Arpanet. A máquina a que Hart teve acesso era um dos 15 “nós” da rede recém-criada. E Michael Hart ainda estava matutando sobre o que fazer para tornar útil seu valioso presente.
Naquele 4 de julho Hart ligou uma coisa à outra e resolveu criar algo realmente grande: um projeto que, até o final do século (passado), pusesse à disposição do público, graciosamente, os 10 mil livros mais lidos do planeta. E, sendo um visionário, vislumbrou que um dia os computadores seriam acessíveis ao público em geral e a melhor maneira de materializar sua ideia seria justamente digitalizar esses livros. E pôs mãos à obra, começando por digitar a Declaração de Independência Americana e tornar o arquivo disponível ao “púbico” – na verdade àquela pequena parcela do público de tinha acesso à Arpanet.

Este arquivo constituiu a semente daquilo que Hart batizou de Projeto Gutemberg, em homenagem ao inventor da impressão tipográfica. Nos anos 1990, com a ajuda de um pequeno exército de voluntários e o aparecimento das tecnologias de digitalização de texto por escâneres e reconhecimento ótico de caracteres, o Projeto Gutemberg tomou impulso e superou o objetivo inicial. Hoje ele oferece ao público, de graça, mais de 42 mil exemplares de obras digitalizadas em diversos formatos de arquivos, desde o “texto puro” até PDF e vários formatos proprietários de “livros eletrônicos”.

Há livros disponíveis em dezenas de idiomas, mas compreensivelmente predominam os exemplares em inglês. O principal requisito para que uma obra seja incluída no acervo é ser de domínio público ou ter sido expressamente autorizada pelo detentor dos direitos sobre ela. A página principal do Projeto Gutemberg, em inglês, está em https://www.gutenberg.org/. Mas, em https://www.gutenberg.org/wiki/Pt principal, ela pode ser encontrada traduzida para o português. Já em https://www.gutenberg.org/browse/languages/pt pode ser encontrada a relação das obras em nosso idioma (você não encontrará os últimos sucessos editoriais, mas obras de José de Alencar, Almeida Garret e obras clássicas como, evidentemente, Os lusíadas.

Em https://www.gutenberg.org/wiki/Category:Bookshelf você encontrará, em inglês, todas as obras agrupadas por categoria. Mas se preferir a lista em português, as encontrará em https://www.gutenberg.org/wiki/Category:PT_Prateleira, agrupadas por categoria e apenas das obras em nosso idioma. Finalmente, na página https://www.gutenberg.org/catalog/, você encontrará um catálogo completo onde pode, inclusive, pesquisar por autor, título, idioma e postados mais recentemente (e um atalho para um arquivo com uma versão do catálogo que você pode armazenar em seu computador).

Agora, na era dos tablets, nada como uma boa e gratuita fonte de livros para alegrar a vida...

 

 

Pergunte ao Piropo

Sistemas de controles de aeronaves podem ser invadidos?

No Estado de Minas, o analista do Kaspersky Lab declarou que todo dispositivo conectado pode ser atacado. Disse que testes demonstraram ser possível invadir o sistema operacional de veículos que possuem conexão embarcada, acrescentando que os hackers da empresa de segurança iSec conseguiram destravar as portas de um carro de última geração e acionar a ignição do veículo remotamente com um simples SMS. Isso posto, pergunto se os sistemas dos aviões modernos, que são informatizados e operados por computadores, não poderiam também ser invadidos, colocando em risco a estabilidade da aeronave.
José Aldo Peixoto Corrêa – Belo Horizonte

 

De fato, todo sistema conectado pode ser atacado e, se o ataque for bem-sucedido, pode ser invadido com consequências imprevisíveis. O que justifica sua preocupação. Mas tudo depende da acepção do termo “conectado”. No caso citado como exemplo, os sistemas dos automóveis são conectados à internet (veja artigo https://www.bbc.co.uk/news/technology-21411335 da BBC News Technology). E é através da internet que podem ser atacados e invadidos. Os aviões modernos substituíram os controles manuais pela tecnologia FBW (Fly-By-Ware; veja verbete da Wikipedia em https://en.wikipedia.org/wiki/Fly-by-wire), sistemas de operação e controle dependentes dos computadores. No entanto estes sistemas não admitem conexão à internet. Portanto voe tranquilo – ao menos no que toca a ataques via internet.


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