No Centro de Pesquisas René Rachou, unidade regional da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Minas Gerais, há cerca de 60 projetos de genomas em andamento – são estudos que investigam desde micro-organismos até grandes animais, como bovinos. O sequenciamento do gado bovino é um projeto em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Universidade Federal de Minas Gerais e os criadores da raça zebu. Com o estudo, pretende-se viabilizar um melhoramento da raça a partir de marcadores genéticos, conseguindo que animais produzam leite e carne melhores. O trabalho está bem adiantado, em oito meses deve ser finalizado. Há também projetos em colaboração com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e a Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte para desvendar o genoma da onça-pintada e dois grandes projetos sobre o genoma do câncer.
Mutações Segundo Guilherme Oliveira, pesquisador titular da Fiocruz e presidente da Associação Brasileira de Bioinformática e Biologia Computacional, o sequenciamento de uma cadeia de DNA dá informação ampla do funcionamento de uma célula. “Você tem uma visão geral da estrutura genética do organismo, como ele opera e quais as mutações levam a uma doença”, explica. Ele ressalta que a informática tem um papel muito importante na análise do enorme volume de dados gerados nesses projetos. “É como se tivesse uma enciclopédia picotada e você tivesse que remontá-la”, explica.