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Estado de Minas

Desvendar a química do espaço, um dos desafios do observatório ALMA


postado em 13/03/2013 18:40

Graças à sua capacidade sem precedentes para descobrir elementos químicos no espaço, o maior radiotelescópio do mundo, ALMA, inaugurado esta quarta-feira no deserto chileno, também poderá explorar moléculas nas galáxias e estrelas mais antigas que permitirão, assim, compreender a origem da vida.

Com 66 antenas que podem trabalhar em conjunto, o ALMA é capaz de chegar até o que se acredita que seria a origem do Universo, na parte mais escura, distante e fria conhecida, até agora invisível ao olho humano.

Ali também existem moléculas e outros elementos químicos considerados essenciais para a vida e que, a partir de agora, também poderão ser captados pelo observatório, considerado a maior ferramenta de astroquímica atualmente em funcionamento.

Em nível microscópico, o espaço está cheio de elementos químicos que se unem para formar moléculas, como a água ou o monóxido de carbono.

No entanto, estas moléculas não sobrevivem bem às altas temperaturas que os telescópios ópticos podem captar e por isso até agora permaneciam praticamente ocultas.

Segundo o astrônomo chileno Antonio Hales, "o mais importante em um telescópio é a capacidade de resolução e a sensibilidade e, além disso, a frequência em que funciona".

"Como ALMA tem muita sensibilidade, as antenas captam uma grande quantidade de moléculas e agora é preciso averiguar o que é o que, e é assim que esperamos descobrir novas moléculas", acrescentou Hales.

Por enquanto, "encontramos água, gliceraldeído e um par de moléculas mais que são precursores de aminoácidos, importantes na síntese do DNA" e básico para a vida, disse Hales.

"Realmente, a corrida mundial na astronomia astroquímica é justamente para buscar os elementos mais complexos, mais pré-bióticos possíveis ou inclusive bióticos. Se encontrar vida, você a fez", disse, com entusiasmo, este jovem astrônomo chileno.

ALMA é o primeiro instrumento capaz de observar um espectro tão amplo de elementos químicos e permite, ainda, criar imagens dos resultados.

Hales foi o primeiro a transformar uma das observações do ALMA, que chega aos astrônomos em forma de gráficos e números, em uma imagem nova da antiga estrela R Sculptoris.

O resultado foi tão impactante que seus colegas acharam que as antenas não estavam funcionando adequadamente. De forma inesperada, graças às moléculas de monóxido de carbono captadas, a imagem revelou uma estrutura em espiral ao redor da estrela, além do anel circular exterior, nunca antes vistos.

Em suas primeiras observações, o ALMA também encontrou açúcar no gás que circunda uma estrela jovem similar ao sol, uma descoberta que demonstra que os componentes básicos da vida estão no local e no momento precisos para se incorporar aos planetas que se formam perto das estrelas.

Nos próximos anos, os cientistas do ALMA esperam encontrar muitos outros "ingredientes" que tornam a vida possível no espaço, um passo prévio para encontrar, algum dia, algum tipo de vida mais avançado.


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