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Estado de Minas

Serviços integrados e informações em tempo real facilitam a vida nas cidades inteligentes

Wi-fi, telefonia e circuitos de monitoramento são base para cidades inteligentes pensadas para a Copa de 2014.


postado em 01/11/2012 11:06 / atualizado em 01/11/2012 12:32

Massato Takakuwa e a maquete da cidade inteligente do Recife: é questão de tempo popularizar a chamada tecnologia smart (foto: fotos: shirley pacelli/em/d. a press)
Massato Takakuwa e a maquete da cidade inteligente do Recife: é questão de tempo popularizar a chamada tecnologia smart (foto: fotos: shirley pacelli/em/d. a press)
 

 

São Paulo – Duas pessoas entram juntas em um banco para fazer um saque. A câmera instalada no caixa envia um alerta de segurança, avisando sobre a possibilidade de um sequestro relâmpago, por meio de um sistema de análise de comportamento. Afinal, normalmente as pessoas fazem serviços bancários sozinhas. Na saída do avião, um sistema avisa a central do aeroporto que um suspeito procurado acaba de desembarcar, por meio do reconhecimento facial da câmera instalada no finger (túnel que leva os passageiros até o terminal).

Nada de Jetsons, ou outras referências futuristas. As cidades inteligentes estão sendo planejadas, a partir de agora, já para a Copa de 2014, como o município de Recife (PE). Na capital pernambucana, a NEC está desenvolvendo um projeto tecnológico da multinacional Odebrecht. Belo Horizonte também está cotada para se tornar uma cidade inteligente, em breve, assim como as outras capitais sede dos jogos.

Segundo Massato Takakuwa, diretor de negócios para governo da NEC no Brasil, as cidades inteligentes ofertam serviços smart de forma integrada. Sendo assim, as chamadas cidades digitais, que contemplam wi-fi, telefonia e circuitos de monitoramento, fariam parte desse conceito. Ele conta que a empresa fez um teste com um sistema de trânsito no Rio de Janeiro (RJ). Táxis ganharam selos de monitoramento que transmitem informações para uma central. Ônibus também poderiam ser utilizados para a aplicação. A todo momento, esses selos soltam informações sobre a velocidade do veículo, utilização dos faróis e até do limpador de pára-brisas. Desta forma, a central tem informações detalhadas, em tempo real, sobre as condições do tráfego da cidade.

Todo o conceito de cidade inteligente passa pela tecnologia M2M (máquina a máquina), onde não há interação humana durante o processo. A inovação tem diversas aplicabilidades. Na saúde, pessoas idosas, sob cuidados domiciliares, podem utilizar sistemas de monitoramento de pressão e batimentos cardíacos que enviam on-line os dados para uma equipe médica. Qualquer alteração acionaria um alarme. A tecnologia já existe e, segundo Takakuwa, é só uma questão de tempo para se tornar realidade para o mercado consumidor.

SUSTENTÁVEL E DIGITAL A cidade inteligente foi tema de um painel da 14ª edição da Futurecom, uma das maiores feiras de telecomunicações da América Latina, realizada no Rio de Janeiro (RJ), em outubro. Dez executivos, de grandes empresas como IBM e Cisco, discutiram o assunto. Para Gustavo Rabelo, diretor de cidades inteligentes da IBM, o termo abarca uma cidade que é sustentável e digital. A empresa trabalha com a ideia dos 3Is: instrumentação (sensores, GPS e outros aparelhos), interconexão, entre os setores municipais, e inteligência (analisar o passado para identificar prioridades).

Já Francisco Pedro Cavalcanti SantAnna, diretor de novos negócios do mercado corporativo da Oi, ressalta que a infraestrutura é só uma parte do desafio nas cidades digitais. “A tecnologia não é para servir somente à conectividade. Ela é o meio para melhorar a qualidade de vida do cidadão”, explica.

 

Songdo, na Coreia do Sul, foi criada para ser o lar tecnológico de 65 mil habitantes. O projeto, iniciado em 2000, é um dos maiores investimentos privados imobiliários do mundo. Trata-se de uma ilha artificial, a 56 quilômetros de Seul, que tem pessoas, casas, carros, e tudo mais, ligados em rede. Para o diretor da Cisco para o setor público, Amos Maidantchik, o exemplo de Songdo mostra que uma cidade inteligente nada mais é que aquela que usa as tecnologias para prover melhores serviços para a população. Ele ressalta que também é possível transformar uma cidade secular em cidade inteligente, a exemplo do que Barcelona (Espanha) tem feito.
Songdo, na Coreia do Sul, foi criada para ser o lar tecnológico de 65 mil habitantes. O projeto, iniciado em 2000, é um dos maiores investimentos privados imobiliários do mundo. Trata-se de uma ilha artificial, a 56 quilômetros de Seul, que tem pessoas, casas, carros, e tudo mais, ligados em rede. Para o diretor da Cisco para o setor público, Amos Maidantchik, o exemplo de Songdo mostra que uma cidade inteligente nada mais é que aquela que usa as tecnologias para prover melhores serviços para a população. Ele ressalta que também é possível transformar uma cidade secular em cidade inteligente, a exemplo do que Barcelona (Espanha) tem feito. " O município tem até uma rede própria, robusta, que conecta os tribunais e permite sessões por videoconferência", conta. (foto: reuters)

 

Um up na segurança pública


Com tablets nas viaturas policiais, os agentes passaram a ter acesso a dados em tempo real, por meio da conexão 4G. Com isso, podiam fazer vídeos de denúncia e enviar para a central ou receber imagens, na hora, para identificar suspeitos. O teste feito em São José dos Campos revelou que, com soluções relativamente simples, é possível aumentar a efiência na segurança de uma cidade. “A oferta de serviços é extremamente importante para uma cidade inteligente”, afirma Luiz Tonisi, vice-presidente de vendas da Alcatel-Lucent para a América Latina, que desenvolveu o sistema. Tonisi imagina o projeto agregado à geolocalização. “O policial passa em um buraco e aperta um botão que já sinaliza a existência de um problema naquele local”, explica.

Quando se pensa em compartilhamento de informações, a própria população poderia abastecer uma central do município com novidades, como lembra Massato Takakuwa, da NEC. Ele conta que sempre que vê um engarrafamento fotografa e publica em uma rede social. “Segundona, Raposona, paradona: 25 quilômetros em uma hora e vinte cinco minutos”, revela o tuíte, que, segundo ele, poderia sinalizar a mensagem de “vamos mudar a sincronia desse semáforo!”.

CÂMERAS SMART Reconhecimento facial é um dos inúmeros recursos utilizados nos sistemas das cidades inteligentes. Nesse ponto, entram em cena as câmeras de última geração. Mais do que apenas filmar, elas passam a ter funções complexas determinantes para a manutenção de diversas aplicações de vigilância. Atualmente, esses equipamentos são utilizados para a contagem de público em grandes eventos, controle de acesso e até em museus, para garantir que as pessoas fiquem a uma distância de segurança das obras. No Museu do Louvre, em Paris, as câmeras traçam uma linha imaginária em torno do quadro da Monalisa. Se alguém ultrapassar essa barreira, um alarme soa automaticamente.

A empresa Biofacecorp, parceira da Axis, apresentou o BTS Access, seu software de reconhecimento de face, durante a feira. O Informátic@ testou o programa. Você cadastra os dados que julgar necessários para o seu empreendimento, como nome completo, telefone, endereço e identidade. Depois, tira uma foto. O próprio BTS faz o contorno do rosto do usuário. Em um terceiro momento, ele f compara a similaridade entre a foto do banco e a nova, durante a requisição de acesso. O programa faz um cálculo matemático, que gera um código, para estimar a similaridade das duas imagens. Ele calcula a distância entre os olhos e outros aspectos faciais como tamanho do nariz e lábios, que não mudam.

Essas câmeras são utilizadas para controle de acesso em presídios, escolas, empresas com processamento de dados sigilosos ou usinas com salas com controle de segurança, mas há uma tendência para usar isso em espaços abertos, como estádios de futebol.

“No Rio Grande do Sul, a secretaria de segurança já implementou o sistema em 30 cidades no entorno de Porto Alegre (RS). Houve redução da criminalidade e melhorias no trânsito”, afirma Marcelo Magalhães, diretor de projetos da Biofacecorp.


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