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Estado de Minas

Bairro de Santa Tereza ganha site

Bairro tradicional da capital, com história que se confunde com a inauguração de Belo Horizonte, é retratado em site, que também serve como guia comercial, de serviços e de apoio à população


11/10/2012 10:42 - atualizado 11/10/2012 12:51

Criadora do Santaterezatem.com.br, Eliza Peixoto quer divulgar belezas e os problemas do bairro, um dos polos culturais mais importantes de Belo Horizonte
Criadora do Santaterezatem.com.br, Eliza Peixoto quer divulgar belezas e os problemas do bairro, um dos polos culturais mais importantes de Belo Horizonte (foto: Carlos Altman/EM/D.A Press)
Um dos mais tradicionais bairros de Belo Horizonte, o Santa Tereza, na Região Leste da capital, acaba de ganhar um site. Segundo sua idealizadora, a jornalista Eliza Peixoto Vale, o Santaterezatem.com.br extrapola a função de ser somente um guia comercial (como a maioria do sites de comunidades). Ela conta que o objetivo é reunir informações sobre o bairro – comércio e serviços – quem são as pessoas que vivem nele, quais são os acontecimentos importantes. Ele combina as funções de um site comercial e de utilidade pública, que pretende informar e ajudar as pessoas, não somente da região, já que Santa Tereza tem vários atrativos para o público.

Eliza lembra que o bairro, chamado também de Santê, é um polo cultural e boêmio da capital mineira, palco da criação e consolidação, por exemplo, do Clube da Esquina, um dos maiores movimentos musicais de Minas Gerais, com artistas do quilate de Milton Nascimento e ainda Marilton, Márcio e Lô Borges, Toninho Horta, Tavinho Moura, Fernando Brant e Beto Guedes. E também das bandas Skank e Sepultura, entre outras. “Temos ainda pelo menos três grandes ceramistas, os músicos e o pessoal do artesanato e do design, como o artista plástico Aluízio Figueiredo”, diz Eliza.

A jornalista, que trabalha com três colaboradoras (Keila Costa, Larissa Peixoto e Maria Cristina Fernandes), afirma que a ideia surgiu da dificuldade de encontrar prestadores de serviço (como pedreiro e bombeiro) e da percepção de que o bairro, importante na história da cidade, está sendo esquecido pelos belo-horizontinos e pelo poder público como um cartão-postal. “Um exemplo é o Viaduto Santa Tereza, matéria de abertura do nosso site, que está tomado por pichações e não tem nenhum projeto de revitalização, segundo a prefeitura. Assim como o antigo cinema, cujo processo de revitalização não decola nunca, e o Mercado Distrital, que está às moscas”, denuncia, fazendo coro com a população.

O artista plástico Aluízio Figueiredo, que tem ateliê e showroom na Praça Duque de Caxias, no coração do bairro, também considera positiva a chegada do Santerezatem.com.br. “Muito legal para mostrar o que o bairro tem, já que não vai ficar somente no lado comercial”. Ele lembra a posição estratégica do Santa Tereza, bem próximo ao Centro da cidade, e as características típicas do lugar, “que tem um ar de cidadezinha do interior, onde ainda se pode comprar anotando na caderneta em bares e mercearias. Onde as pessoas te cumprimentam na rua, mesmo sem te conhecer. E também sua forte inclinação para a cultura e as artes, que merecem ser divulgadas”. O artista acredita que o site pode dar mais voz ao bairro e também reclama do cinema, que fica na Praça Duque de Caxias e segue fechado, aparentemente sem destino definido, já que a reforma e revitalização prometidas por uma mineradora ainda não saíram do papel.

UMA LONGA HISTÓRIA
No site, a consultoria sobre história da comunidade é feita pelo jornalista e historiador Luis Góes, dono de um acervo cerca de 10 mil fotos antigas do bairro e que já escreveu vários livros sobre Belo Horizonte e principalmente Santa Tereza. Presidente da Associação dos Amigos do Bairro Santa Tereza (Amist) e editor de um jornal da comunidade, Góes saúda a chegada do site. “A princípio, tudo que divulga o lugar é muito bem-vindo. Porém, da forma que o site está sendo feito, bem profissional e com um gancho jornalístico, é muito melhor. Ele divulga nossa cultura, gastronomia, costumes e tradições, além de fazer denúncias. Fico muito satisfeito em colaborar”, disse. No acervo de Góes estão também duas coleções completas de jornais editados pela Igreja, nos anos de 1930 e 1931, entre várias outras preciosidades.

“Se alguém precisa de uma costureira ou de um adestrador de cachorro, vai encontrar em nosso catálogo. Por exemplo, se alguém perdeu seu cão, é só nos procurar que divulgaremos gratuitamente”, explicou” Eliza, acrescentando que “as empresas e prestadores de serviços do bairro têm espaço gratuito e garantido nesse catálogo. Basta fazer contato por meio do site. Ele entrou no ar no sábado, dia 5, e a página do Facebook uma semana antes”. Inicialmente, o santaterezatem.com.br apresenta o seu catálogo dividido nas seguintes seções: animais, arte e cultura, associações, bares, restaurantes e lanches, beleza e estética, comércio, cursos e escolas, esporte e fitness, festas, artigos e descartáveis, prestadores de serviço, religião, saúde, veículos. Mas dentro de seu propósito de ser participativo, é claro que aceita sugestões.

ANTES ERA "O ISOLADO"

No início do século 20, o bairro ficou conhecido como a região do Isolado, pela presença de um hospital que tratava de pacientes psiquiátricos e vítimas da tuberculosose, doença respiratória considerada gravíssima na época. O nome Santa Tereza surgiu em 1928. O bairro foi ocupado inicialmente por imigrantes, a maioria italianos. Isso devido à localização, no bairro, do Centro de Imigração, que acolhia e regularizava a situação desses imigrantes no país.


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