Na última semana, a Electronic Arts divulgou que sua versão 2013 para um dos games mais populares do país, o Fifa (que outrora levava o sobrenome Soccer no batismo), havia vendido 4,5 milhões de cópias no mundo inteiro em apenas cinco dias. Tornando-se, assim – jura a empresa – o lançamento mais popular do ano no mercado. Só na Inglaterra, onde o jogo é tão idolatrado quanto aqui, haviam sido despachadas 1,23 milhão de caixinhas de Fifa 2013 em 48 horas.
Os números são bons, evidentemente – para se ter uma noção, Diablo III, um dos games para PC mais aguardados do ano, já vendeu 8,8 milhões de cópias em todo o mundo –, mas não significam muita coisa. Isso porque Fifa é daqueles jogos que têm público cativo: uma turma que empilha, uma a uma, todas as versões na prateleira e se orgulha de uma coleção que começou em dezembro de 1993, com o então Fifa International Soccer.
Lançado no Brasil quinta-feira passada, o novo Fifa aparou as arestas. Mas fez mais que isso: quem já leu ou ouviu falar que a nova edição “não mudou muito” pode buscar uma segunda ou terceira opinião. Mudou bastante. Naquilo que importava.
A alteração mais escancarada está logo no início do jogo. O nome tem pompa duvidosa, mas o EAS Football Club está ali para tornar a experiência de quem gastou R$ 179,90 no joguinho ainda mais divertida. Entre várias outras coisas, ela serve para equiparar os times do Fifa aos times da “vida real”. Ou seja, se seu clube anda mal das pernas, prepare-se para penar em frente ao console. Além de baixar as escalações dos últimos jogos, inclusive eliminando seus craques que estão no estaleiro, o EAS FC altera esquemas táticos. Sim, se o técnico do seu time preferido é meio Professor Pardal, as esquisitices vão a campo no videogame. Claro que dá para desabilitar essa função, mas imagine assim: o lateral virou meia e o zagueiro está improvisado como volante? Pode se preparar que tudo acaba replicado no jogo. É o fim do universo paralelo.
TIJOLADAS As telas da versão 2013 do Fifa, essas sim, são muito parecidas com as edições anteriores – do 2011 em diante, melhor dizendo. Apesar disso, há um megatutorial em cada entrada para não deixar perdido quem começou agora.
Bola rolando, as mudanças são mais evidentes. A mais agradável delas é novo sistema de domínio de bola, que eles chamam de “controle de primeiro toque”. Até então, passes bizarros – os tradicionais tijolos – rendiam uma recepção quase perfeita do companheiro de time na maioria das vezes. Isso acabou. Se o passe é ruim, seu atleta virtual terá dificuldade em dominar. E tudo depende também da qualidade do jogador. Os menos habilidosos vão mesmo se enrolar com a pelota. Sorte que isso serve também para o adversário. Então, não se assuste se o zagueirão der uma pichotada e seu atacante sobrar livre para marcar.
Melhor que isso, a EA parece ter abandonado a tal “pressão tática” implementada no jogo do ano passado. Com um bug nunca resolvido, bastava cercar o jogador com a bola que ele corria para o próprio campo e dava um chutão para a lateral. Outro problema enterrado no passado.
Ficou mais difícil, então? Não mesmo. Das últimas edições, a melhor jogabilidade, para aquela turma que só pega o game no fim de semana, era a do Fifa 10. Mas ali era tudo fácil demais. No Fifa 11, a coisa piorou, e praticamente não havia roubadas, enquanto na edição 12 surgiu uma tentativa de ajuste. Nesse Fifa 13, a Electronic Arts acertou: nem é tão complicado nem tão simples obstruir ou construir jogadas, o que torna a brincadeira infinitamente mais divertida.