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Estado de Minas

Fatores psicológicos influenciam no sistema imunológico

O organismo tem reações de defesa para se contrapor a sentimentos como o medo e o estresse e a ataques de agentes externos, como bactérias e vírus


postado em 26/08/2012 07:37

(foto: janey costa)
(foto: janey costa)


O ser humano é um caldeirão de sentimentos. E mesmo aqueles que, inicialmente, consideramos como algo negativo, como o medo e o estresse, agem em nossa defesa. O medo nos torna mais cautelosos e nos freia contra impulsos que poderiam ser perigosos. Imagine o que seria do homem que se embrenhasse numa floresta sem uma bússola, GPS ou uma arma para o caso de ataque de um animal? E o estresse, cientificamente falando, é também uma reação de defesa do organismo, principalmente quando atacado por um agente externo, como bactérias e vírus.

Segundo o diretor científico de medicina psicossomática da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), Geraldo Caldeira, o medo é uma reação que o indivíduo tem diante de um perigo conhecido, como um animal ou avião. "O medo, não exagerado, é bom por nos tornar preventivos. Quando é extrapolado, vira fobia. É como ter pânico de barata. Na realidade, o problema não é a barata em si, mas o fato de ela se tornar a projeção de algum conflito inconsciente da pessoa", esclarece.

Por outro lado, há pessoas que veem no medo motivo de vergonha e acabam se expondo a riscos desnecessários. "Sábio é o galo garnizé, que tem consciência de ser pequeno e não encara os maiores", compara o diretor. O medo provoca reações psicofísicas. As psíquicas são ficar assustado e ansioso. Na preparação para a luta ou a fuga, para encarar ou se afastar da razão do medo, há um aumento na produção de adrenalina, noradrenalina e cortisona, produzidas pela glândula suprarrenal. Também aumenta-se a produção de glicose e a pressão arterial é elevada. A glicose é deslocada para os músculos, para dar mais energia. O cérebro também recebe mais glicose, deixando o indivíduo mais atento. "Quando o organismo foge da situação de medo, aos poucos as coisas serenam. Quando enfrenta, produz endorfina, que faz o indivíduo não sentir dor, ficar menos cansado e se sentir menos ameaçado", afirma.

O estresse não é uma doença. É uma reação do organismo para se defender quando está em adversidade ou invadido por um corpo ou substância estranhos. "Podemos dizer que existem três fases do estresse. O primeiro é o alarme, quando se percebe que há algo estranho. Aumentam-se os níveis de adrenalina, noradrenalina e hormônio da tireoide. É como se tocasse uma campainha no quartel. A segunda fase é de luta. Momento em que o organismo lança mão de todos os seus mecanismos de defesa no combate a uma infecção ou picada de inseto, por exemplo. Há um aumento de sangue nas áreas comprometidas. Se ele consegue vencer por meio dessa mobilização, fica curado."

Vulnerável

Se o agente agressor vence a defesa, o indivíduo provavelmente falece. "É a fase do esgotamento. Por isso, tantas pessoas morrem de infecção hospitalar. É uma fase em que notamos uma acentuação nos níveis de glóbulos brancos. Sai de 5 mil por milímetro cúbico (mm³) para 12 a 20 mil /mm³. É a reação do sistema imunológico. Mas o indivíduo está vulnerável, pois já combateu um problema. Se aparece um segundo, como a infecçpão hospitalar, geralmente não suporta", pondera.

De acordo com Geraldo Caldeira, o estresse que as pessoas reclamam da rotina de trabalho e de afazeres na realidade não é estresse, é angústia por conta de alguma cobrança, como medo de perder o emprego. Ao contrário do medo, a angústia se dá por um objeto desconhecido. Geralmente, por uma situação criada pela própria cabeça. É como um barulho em casa à noite. A pessoa logo fica com medo de ser um assaltante, quando pode ser apenas um gato", exemplifica.


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