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Estado de Minas

Cidade vigiada

As câmeras já são indispensáveis no combate a crimes e a tecnologia 4G surge como aliada dos órgãos de segurança. Há, porém, quem entenda tanta vigilância como invasão de privacidade


postado em 02/08/2012 13:09 / atualizado em 02/08/2012 13:15

(foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)
(foto: Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)

As grandes cidades estão cada dia mais monitoradas por câmeras. Tudo em nome de uma maior segurança para o morador. A importância do assunto é tanta, que há no Brasil vários eventos dirigidos especificamente à questão da segurança. Um dos principais foi realizado na semana passada em São Paulo pela 12ª vez: a Feira Internacional de Tecnologia, Serviços e Produtos para a Segurança Pública (Interseg). Oportunidade para se inteirar sobre o que de mais novo e inovador o mercado vem recebendo para garantir um pouco mais de tranquilidade ao cidadão. Chance de conhecer, por exemplo, o trabalho que a Motorola desenvolve em parceria com o Exército Brasileiro no monitoramento de espaços públicos. Nos testes, são utilizadas redes LTE, ou banda larga de quarta geração (4G), que permite uma vigília móvel em tempo real com qualidade e eficiência bem superiores às tecnologias atuais.

Em Belo Horizonte, além das centenas de câmeras particulares, que podem revelar informações importantes aos órgãos públicos, a Polícia Militar, por meio do programa Olho Vivo (foto), e a BHTrans, com seu sistema de monitoramento do trânsito, têm dezenas de equipamentos distribuídos em pontos estratégicos, filmando e gravando ininterruptamente o que ocorre na cidade.

Só que entre as câmeras e o asfalto das ruas ou o concreto dos prédios estarão imagens de pessoas, o que gera a questão: o que é mais importante, a segurança ou a privacidade? O advogado especialista em direito eletrônico Alexandre Atheniense ressalta que não se pode confundir a captura de informações, principalmente imagens, com a permissão sem limites de compartilhamento dos dados.

E você, o que acha das câmeras espalhadas pela cidade. Elas representam mais segurança ou invasão de privacidade?

 

Tecnologias de banda larga 4G já integram o leque de apoio aos serviços de segurança

Ação de efeito imediato

 

Questões ligadas à segurança são tão relevantes que o tema foi foco na semana passada, em São Paulo, de um evento exclusivo para a área: a 12ª Feira Internacional de Tecnologia, Serviços e Produtos para Segurança Pública (Interseg 2012). Foi lá que a Motorola Soluntions, braço da Motorola especializado em soluções de comunicação para governos e empresas, apresentou, em tempo real, os testes que está fazendo em parceria com o Exército Brasileiro desde maio que envolvem o uso da rede LTE (de Long Term Evolution), já de quarta geração (ou 4G), implementada na frequência de 700 MHz. Se implantada no país para uso dos órgãos de segurança pública, representará grande avanço nas questões de monitoramento e definição instantânea de ações preventivas e repressivas nas grandes cidades.

A demonstração de uma central de comando e controle, com destaque para as tecnologias da próxima geração para segurança pública, chamou a atenção. Tanto por significar uma forma bem mais eficiente e ágil de monitoramento em relação às atuais quanto por envolver vários interesses empresariais. “A Motorola investiu US$ 2 milhões nessa parceria, que tem por objetivo apresentar as possibilidades e alternativas para melhorar a estrutura de segurança no país por meio de uma rede de banda larga móvel”, explica Bruno Nowak, diretor de estratégias da empresa.

No local, foi montado um link de internet com a rede LTE instalada na sede do Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CCOMGEX), em Brasília. Durante a demonstração, foi possível conferir em São Paulo, em tempo real, todo o monitoramento móvel que se fazia na capital federal. “O que mostramos são possibilidades e alternativas para melhorar a estrutura de segurança no Brasil por meio de uma rede de banda larga móvel potencializada para missão crítica. São soluções a serem implantadas por organismos de todo o país, como a Polícia Militar de Minas Gerais, que sempre se preocupou em investir em tecnologia”.

Eficiência e rapidez As aplicações reais da tecnologia demonstraram a eficiência e a velocidade na transmissão de dados pela rede LTE. Por exemplo: um carro em movimento na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, equipado com câmeras, registrava imagens que eram transmitidas em tempo real para telas da central de monitoramento. Além de verificar a qualidade e a rapidez do recebimento das imagens, era possível analisar a grande diferença entre as transmissões feitas vias redes 3G e 4G.

Pela grande capacidade de banda, a nova tecnologia, de acordo com Bruno Nowak, permite o uso e a transmissão imediata de uma série de aplicativos gráficos, como vídeos, mapas, fotos, plantas etc., que são informações pesadas impossíveis de ser enviadas via outra tecnologia. “Ela oferece recursos e acessos privilegiados que não são possíveis hoje, mas que as situações críticas requerem”, diz , ressaltando que a implantação da tecnologia em Minas pela Polícia Militar seria relativamente fácil, pois a instituição já conta com redes analógicas que poderiam ser tranquilamente convertidas em digitais.
Disputa pela faixa

 

Redes LTE na frequência de 700MHz para uso específico da segurança pública vêm sendo defendidas nos Estados Unidos, Canadá e países asiáticos. Os Estados Unidos já reservaram 20MHz na faixa de 700MHz para o desenvolvimento de uma rede de banda larga 4G de uso exclusivo dos órgãos de segurança pública e dos serviços de emergência (bombeiros, controle de tráfego). O governo reconhece a importância das comunicações para os órgãos e a necessidade de instalação de uma rede privativa exclusiva para atender e garantir a segurança dos cidadãos e agentes envolvidos em emergências.

“Recentemente, o Canadá, por meio de sua agência reguladora (Industry Canada), optou por adotar o mesmo padrão para a utilização da faixa de 700MHz”, afirma Bruno Nowak. A faixa é considerada a melhor alternativa por causa da alta disponibilidade para suportar as diversas aplicações que englobam voz, dados e vídeos.

No Brasil, a faixa de 700MHz, compreendida entre 698MHz e 806MHz, também conhecida como dividendo digital, está atualmente alocada para serviços de RPT, RTV e radiodifusão. A expectativa é que ela seja desocupada até junho de 2016, prazo estipulado para a transição da TV analógica para TV digital, liberando-a para utilização de outros serviços, como a comunicação móvel. Já há, portanto, uma grande discussão em torno da futura alocação da faixa de 700 MHz no país.

Filão Por um lado, os atuais ocupantes da faixa alegam necessitar do espectro para prover seus serviços no futuro, independentemente da transição de TV analógica para a TV Digital. Por outro, as operadoras de telefonia móvel alegam que a faixa de 700MHz é essencial para garantir a oferta de serviços de banda larga móvel de quarta geração para a população com a qualidade e a ampla cobertura exigida pelo governo.

Em meio a essa disputa está a grande demanda tecnológica dos governos municipais e dos órgãos de segurança para utilizar parte desse espectro e implementar uma rede de dados de quarta geração exclusiva para a área, de forma a garantir a mobilidade dos serviços públicos prestados ao cidadão. “É uma demanda crescente, muito em função da proximidade de grandes eventos no país, como a Copa das Confederações, visita do papa, Copa América, Copa do Mundo e Olimpíadas”, diz o diretor de estratégias da Motorola.

Segundo ele, o leilão realizado recentemente pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) entregou às operadoras de telefonia móvel lotes da frequência de banda de 2,5GHz, que pelo seu amplo espectro pode ser usada simultaneamente por um enorme número de assinantes. “A frequência de 700MHz já não comporta um número tão grande de usuários, sendo, portanto, uma faixa ideal para prestação de serviços públicos. Mas é também importante para o setor privado porque ela pede muito menos antenas e radiobases para se retransmitir, tornando-se financeiramente bem atrativa”, completa.
 Um up na vigilância

Em movimento
O primeiro carro no Brasil para monitoramento móvel é da empresa paulista TecVoz. Segundo o gerente comercial, Gerson Arroyo Soares, o carro, que pode ser usado por órgãos de segurança pública em geral, transforma-se numa central de monitoramento a qualquer instante, utilizando basicamente a tecnologia 3G. Conta com sistemas de rádio, GPS e tecnologia Wi-fi para transmissão de informações, câmeras tradicionais e com infravermelho, além de torres de iluminação giratória para facilitar o trabalho em ambientes escuros. “Toda imagem captada é transmitida a uma central, que, de lá, pode definir a quem acionar e que tipos de ações deve tomar. É excelente opção para a cobertura de eventos, uma vez que é uma central de monitoramento que pode ser levada rapidamente para qualquer lugar”, ressalta Soares.

Ações estratégicas
Um computador de alta resistência acoplado a uma viatura, chamado Conecta, e um software de nome Tide, que integra informações das áreas operacionais de serviços como Polícia Militar, Corpo de Bombeiros ou ambulâncias do Samu etc. “O Conecta, ao receber dados e imagens de uma ocorrência da central, via Tide aciona a viatura mais próxima, que, pelo GPS do computador, identifica outros veículos da PM caso precise de reforços. Por meio de imagens e dados, tem condições de estabelecer um planejamento estratégico de ações. Vamos, este mês, implantar o serviço em 2 mil viaturas do Rio de Janeiro”, revela Eduardo Silva, gerente de projetos da Geocontrol.

Mala bisbilhotada
A multinacional Zebra Technologies apresentou suas soluções baseadas em RFID (identificação por radiofrequência). Fazendo demonstrações in loco: uma antena especial lia todo o conteúdo de uma mala fechada com produtos etiquetados com tags RFID e listava as peças contidas na mala em um terminal de computador. Segundo representantes da empresa, a tecnologia é ideal para vistoriar e conferir acervos em questão de segundos e com total segurança.


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